sexta-feira 21 2013

Protesto dia 22 de Junho


VEJA QUE COISA MAIS ABSURDA VAMOS COMPARTILHAR ISS



Os alimentos que aumentam a lubrificação feminina

Por Redação, Tempo de Mulher

Os alimentos que aumentam a lubrificação feminina


Por REDAÇÃO
Levar uma vida saudável tem uma influência superpositiva sobre a libido, o que pode garantir uma vida sexual muito satisfatória. A mudança de certos hábitos e até mesmo do cardápio pode favorecer a lubrificação feminina, afastar a secura vaginal que pode prejudicar seus encontros. A ginecologista e obstetra Erica Mantelli explica que algumas mulheres sofrem com dor na hora do sexo porque não apresentam a lubrificação necessária para uma relação sexual prazerosa.
A lubrificação é uma consequência da excitação sexual, ou seja, para que ocorra uma penetração vaginal sem dor a mulher precisa estar devidamente estimulada. Caso esteja se sentindo mais seca do que o habitual é necessário procurar uma ajuda médica para investigar a causa.
"Quando o seu corpo aumenta a circulação sanguínea, que atua diretamente no sistema nervoso central, ele altera a libido, produz mais hormônios sexuais e estimula sensações de prazer favorecendo a lubrificação vaginal. Esse efeito pode ser provocado por meio de alimentos que são capazes de aumentar essa lubrificação", ressalta a ginecologista. Segundo a especialista, o alho, a banana e até mesmo o chocolate podem ser amigos do seu prazer, sabia?

Os alimentos que aumentam a lubrificação feminina

Por Redação, Tempo de Mulher

Os alimentos que aumentam a lubrificação feminina


Por REDAÇÃO
Levar uma vida saudável tem uma influência superpositiva sobre a libido, o que pode garantir uma vida sexual muito satisfatória. A mudança de certos hábitos e até mesmo do cardápio pode favorecer a lubrificação feminina, afastar a secura vaginal que pode prejudicar seus encontros. A ginecologista e obstetra Erica Mantelli explica que algumas mulheres sofrem com dor na hora do sexo porque não apresentam a lubrificação necessária para uma relação sexual prazerosa.
A lubrificação é uma consequência da excitação sexual, ou seja, para que ocorra uma penetração vaginal sem dor a mulher precisa estar devidamente estimulada. Caso esteja se sentindo mais seca do que o habitual é necessário procurar uma ajuda médica para investigar a causa.
"Quando o seu corpo aumenta a circulação sanguínea, que atua diretamente no sistema nervoso central, ele altera a libido, produz mais hormônios sexuais e estimula sensações de prazer favorecendo a lubrificação vaginal. Esse efeito pode ser provocado por meio de alimentos que são capazes de aumentar essa lubrificação", ressalta a ginecologista. Segundo a especialista, o alho, a banana e até mesmo o chocolate podem ser amigos do seu prazer, sabia?

Dilma encerra reunião: governo continua perplexo

Por TÂNIA MONTEIRO, estadao.com.br
A reunião da presidente Dilma Rousseff com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para avaliar as últimas...


A reunião da presidente Dilma Rousseff com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para avaliar as últimas manifestações e a violência ocorrida no País nos últimos dias, terminou por volta do meio-dia desta sexta-feira, 21, e mostrou que o governo continua "perplexo" com tudo que está ocorrendo, mas descarta a possibilidade de cancelar qualquer tipo de evento programado, como começa a ser especulado.
O governo assegura que o País tem condições de garantir a realização não só da Copa das Confederações, como de oferecer segurança à Jornada Mundial da Juventude ou à visita do papa, no mês que vem. Apesar de problemas pontuais, a avaliação é de que a Copa está sendo realizada normalmente.
Não está decidido sequer quem vai falar em nome do governo federal sobre os últimos acontecimentos ou se alguém vai falar. No Planalto, há duas correntes que permanecem discutindo se a presidente Dilma deveria responder aos ocorridos. Há quem ache que, se ela convocar uma cadeia de rádio e TV para falar do vandalismo, poderia trazer o problema para o seu colo. Mas há quem defenda que, de alguma forma, ela, ou alguém designado por ela, fale em nome do governo federal.
Outras reuniões devem acontecer ao longo do dia. Dilma chegou ao Palácio do Planalto às 9h15 e pouco depois começou a reunião com o ministro da Justiça, que estava marcada para às 9h30. Dilma se reuniu também o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o da Educação, Aloizio Mercadante.

"A essa altura, milhões de pessoas já estão convencidas de que o único jeito de criar um país novo é extirpar esse sistema corrupto pela raiz.




"A essa altura, milhões de pessoas já estão convencidas de que o único jeito de criar um país novo é extirpar esse sistema corrupto pela raiz. E nunca, nunca houve um momento mais propício para isso.
Nossos governantes fizeram pouco caso dos nossos direitos – e continuam roubando a gente até o último centavo. Políticos assim esperam o quê? Só podem esperar revolta mesmo. Essa revolta precisava de uma válvula de escape. E acabou de encontrar.
No final, aliás, quem vai decidir quem está certo é a história. E ela vai condenar justamente quem está no poder hoje – quem, diante de tudo o que está acontecendo no país, leva mais em conta o próprio ego que o bem da comunidade."
O texto aí em cima é de Adolf Hitler numa tradução adaptada para o século 21 de um trecho do livro "Minha Luta", a cartilha dos nazistas foi uma peça importante para que um dos países mais intelectualizados do mundo acabasse nas mãos de um psicopata. Nada diferente do que já vimos na nossa história recente: 1954 e 1964. Pelo jeito a extrema direita continua utilizando as velhas estratégias. Cai quem quer.


Por: Florestan Fernandes Junior

Opinião de Critovam Buarque sobre vandalismo



Protestos que tomaram as ruas do país têm um traço em comum: a rejeição aos políticos e aos partidos políticos que se proliferam ano a ano no Brasil

Geral

Protestos que tomaram as ruas do país têm um traço em comum: a rejeição aos políticos e aos partidos políticos que se proliferam ano a ano no Brasil

Brasília - Manifestantes se reúnem em frente ao Congresso Nacional para protestar
Brasília - Manifestantes se reúnem em frente ao Congresso Nacional para protestar - Ueslei Marcelino/Reuters

Quando as manifestações que hoje tomam o Brasil começaram a ganhar peso e velocidade, uma semana atrás, pareceu que era a multiplicidade de causas que as definiria. Nas passeatas desta quinta-feira, porém, ficou claro que há um traço ainda mais forte nesse movimento: a rejeição aos políticos, aos partidos, a qualquer pessoa ou entidade que se arvore o direito de falar "em nome do povo".
Se já havia posto na defensiva prefeitos de grandes cidades e governadores, o aumento do número de pessoas nas ruas, passeata após passeata, fez a crise chegar às portas do Palácio do Planalto na noite passada. Subitamente, os quase 60% de aprovação da presidente Dilma Rousseff nas últimas pesquisas de opinião não pareceram um escudo forte o suficiente para protegê-la. Dilma viu mais de 1 milhão de pessoas aderirem aos protestos ao lado de seus assessores mais próximos – e convocou uma reunião de crise para a manhã desta quinta-feira.
O partido da presidente, o PT, também se encontra de repente em terreno desconhecido. A mobilização não depende da voz de comando de partidos de esquerda, sindicatos ou associações estudantis para ir às ruas. Mais que isso, a repele. Quem portava bandeiras e camisetas de partidos foi isolado nas manifestações. Na noite de quinta-feira, depois de o presidente do PT, Rui Falcão, ter conclamado militantes a erguer novamente a bandeira do partido na marcha pelas ruas de São Paulo, houve hostilidade aberta contra quem tentou cumprir a ordem. Depois de mais de duas décadas, o PT se vê de repente privado do papel de porta-voz dos "anseios populares".
"Há uma espécie de libertação em face do aparelho petista e seus tentáculos", diz o professor Marcelo Barra, do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB).
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), ex-petista que participou da organização do movimento Fora Collor, faz uma análise semelhante: "Houve uma cooptação das lideranças políticas do movimento social para a estruturas de poder e o movimento, como toda panela de pressão, explode uma hora", diz ele.

Mas, se atinge o governo petista que está há dez anos no poder, o levante também não traz benefícios para a oposição. O mensalão, os ministros corruptos, os parlamentares flagrados cometendo crimes e a má gestão do Executivo não foram suficientes para que PSDB, DEM e PPS mobilizassem as multidões. Ciente de que o novo movimento também não é simpático à oposição, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), adota um discurso cauteloso: "Não podemos nos apropriar do movimento. Não dá para o governo ou a oposição quererem tirar casquinha. Nós temos que entender o recado que eles estão nos passando", afirma.

Descentralizado, com bandeiras difusas e genéricas, mas grande potencial de articulação, o grupo que toma as ruas é exatamente o público-alvo da Rede, o partido que a ex-senadora Marina Silva deve formalizar nos próximos meses. Assim como Marina, esses jovens defendem um novo jeito de fazer política, mas não explicam exatamente o que isso significaria.

Mas mesmo os "marinistas" não parecem confiar de que os protestos significam uma adesão ao projeto do novo partido. Ou seja: o capital político que as manifestações têm acumulado não pode ser colocado na conta de nenhum partido ou pré-candidato à Presidência.

Apartidarismo - Grande parte dos milhares de pessoas que cercaram o Congresso Nacional na segunda-feira e na quinta-feira são tão jovens que nunca votaram – a começar por Wellington Fontenelle, um dos organizadores da marcha na internet. O rapaz de 18 anos, que tenta ingressar no curso de Física da Universidade de Brasília, se queixa da falta de acesso da população às decisões governamentais. "Enquanto o Brasil não mudar e resolver seus principais problemas, as manifestações não vão acabar. A gente está cansado de ser inerte”, diz ele, que mora na Asa Sul, um dos bairros mais valorizados da capital federal.

Pouco acostumados a protestos do tipo, os manifestantes adaptam palavras de ordem dos estádios de futebol – inclusive com as ofensas e palavrões. Nos cartazes, referências quase infantis a músicas da Legião Urbana. Os jovens exibem símbolos do anarquismo, mas cantam o Hino Nacional. Dizem-se representantes de uma geração consciente, mas só agora começam a se familiarizar com temas e nomes da política nacional – quando se dispôs a negociar pessoalmente com o grupo que tomou as ruas de Brasília no último sábado, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, foi reconhecido por poucos manifestantes.

A aversão aos partidos e a rejeição a todas as autoridades constituídas é uma reação compreensível diante dos infindáveis escândalos que atingem a política brasileira. Ao mesmo tempo, esses dois fatores parecem limitar o horizonte do movimento.

Ideia baseada nas manifestações na Argentina

"Galera que vai participar da manifestação... Segue uma ideia baseada nas manifestações na Argentina: Quando os vândalos começavam a quebrar tudo lá, os verdadeiros manifestantes se sentavam, assim facilitava a ação da policia para reprimir e prender os culpados por esses tipos de ações mesquinhas. Podemos usar isso como ação na nossa manifestação, pois queremos uma cidade melhor e não uma cidade destruída."

E já que o gigante acordou...

Atos já têm novo grito de guerra: 'sem partidos'

 Por Bruno Paes Manso, Bruno Ribeiro, Diego Zanchetta, Ângela Lacerda, Luciana Nunes Leal, Heloisa Aruth Sturm, estadao.com.br
estadao.com.br (© Grupo Estado - Copyright 1995-2010 - Todos os direitos reservados.)

Movimento mostra clara divisão em relação ao uso de bandeiras políticas; Já MPL foca em transporte e estuda próximos passos

As manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas do País tinham reivindicações sociais diversas (saúde, educação, transporte), além de críticas contra a corrupção e um grito de guerra em comum: "Sem partidos". Militantes de partidos políticos que levavam bandeiras à concentração na Candelária para a passeata do centro do Rio, por exemplo, foram recebidos com vaias e palavras de ordem. "O povo unido não precisa de partido", gritaram os manifestantes apartidários para um grupo que levava bandeiras do PSTU, do PCB e do PC do B e descia a Rua Uruguaiana em direção à Avenida Presidente Vargas. "Sem partido", repetiam os manifestantes contrários à partidarização. "Sem fascismo", respondiam os militantes.
O secretário nacional da Juventude do PT, Jeferson Lima, de 26 anos, reagiu às vaias dos manifestantes na Avenida Paulista, afirmando que o discurso apartidário é uma estratégia de pessoas ultraconservadoras para desgastar a sigla. E afirmou que a pressão do partido ajudou a reduzir a tarifa. "Não seria esse discurso antipartidário que convenceria o (prefeito Fernando) Haddad."
Situação semelhante foi vista em Belo Horizonte, na Avenida Afonso Pena, onde quem coordenava a multidão pedia que as bandeiras políticas fossem abaixadas. E ouvia de volta: "Bandeira na mão, liberdade de expressão." Mais uma vez, os apartidários venceram a discussão.
Mas não faltaram críticas à presença do PT de criar uma onda vermelha, até de outros partidos. "É tentativa tardia de participar de um processo do qual não se legitimaram. Aqui é um movimento de oposição aos partidos que estão no poder", disse Ivan Valente, deputado federal pelo PSOL. Mas os próprios militantes da sigla eram hostilizados e entraram em discussões com integrantes do MPL. Em Florianópolis, os grupos "partidários e apartidários" seguiram caminhos diferentes.
O sentimento antipolítica não se restringia aos políticos, mas mirava líderes do Executivo e do Legislativo em todo o País. Em Brasília, muitos cartazes falavam em "buscar a Dilma" e destacavam: "Nós somos o Primeiro Poder". No Rio, o cartaz levado por uma jovem de 18 anos, que pediu para não ser identificada, também resumia esse sentimento. "Sou neta de político e ele não me representa", dizia a mensagem, escrita com tinta verde e amarela. "Não apoio as ações dele."
Próximos passos. Ontem à noite, os líderes do Movimento Passe Livre (MPL), que convoca os propostos, reafirmaram que o foco do grupo se mantém. "Se for para voltar às ruas, será para discutir transporte", afirmou o estudante de História Caio Martins, de 19 anos. A estudante de Direito Nina Capello destaca o planejamento. "Nós vencemos porque tínhamos uma pauta clara e objetiva: a redução da tarifa."
O MPL ainda vai avaliar as manifestações ocorridas ontem para depois decidir os próximos passos. Nenhuma passeata foi marcada. Para domingo, o grupo agendou atividades abertas em São Paulo para discutir a tarifa zero: na quadra do sindicato dos metroviários, no Tatuapé (zona leste), na subsede da Apeoesp (sindicato dos professores), em Santo Amaro, zona sul, e no Espaço Contraponto, no Sumaré (zona oeste). "E a luta não é só na rua. Temos um projeto de lei no Congresso para propor tarifa zero", completou Martins.

'Juventude começa a achar que pode construir um País melhor'

Por estadao.com.br
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Atualizado: 21/06/2013 02:11 | Por estadao.com.br
Três perguntas para Vladimir Palmeira, líder estudantil em 1968

Em 26 de junho de 1968, o centro do Rio foi tomado por manifestantes, no ato que se tornou um símbolo da resistência à ditadura - a Passeata dos 100 mil. À frente da multidão estava o estudante Vladimir Palmeira, que liderou o protesto sem violência. Economista e professor, Palmeira conversou com o Estado.
Que avaliação o senhor faz das manifestações?
Como vê o fato de não existir uma liderança clara como havia no período de combate à ditadura militar? É altamente positivo o que está ocorrendo. Uma parcela importante da população quer influenciar os destinos do País. Mas há, sim, lideranças. O Movimento Passe Livre puxou essas manifestações. O que não há é um conjunto orgânico como havia no movimento estudantil, que tinha uma estrutura sindical.
Nas passeatas, há uma intenção clara de demonstrar que o movimento é apartidário. Por quê?
Há uma crise de representação - partidos, sindicatos e diretórios estudantis não estão conseguindo representar parte da população. É natural que o movimento se declare apartidário porque os partidos estão afastados do cotidiano.
O senhor vê alguma semelhança entre esse movimento e o de 1968?
Não. A não ser que este também é um movimento de massa, gente na rua fazendo política não institucional - o que é extremamente positivo, sobretudo a juventude começar a achar que pode construir um País melhor. Eles não têm estrutura intermediária, como os sindicatos. Para continuar, terão de criar uma estrutura. Não me pergunte como.

BRASIL ACORDOU!!!

passeata aérea rio de janeiro
I
Podemos garantir: os historiadores terão muito trabalho. Primeiro porque o povo que tomou as avenidas faz parte de uma massa heterogênea que até ontem era imiscível; não há lideranças visíveis; os canais estão abertos e todos os setores da sociedade brasileira irão participar do jogo; o movimento não veio para explicar, mas para confundir. Uma dica a quem não está entendendo nada e precisa de um repertório introdutório: somos a geração que assistiu aos filmesClube da LutaMatrixV de Vingança e O Cavaleiro das Trevas. Mas comece pelo V de Vingança, muito mais urgente. Não temos rosto, usamos máscaras, nós somos todo mundo, o caos encarnado, mais Coringa que Batman. Há pouca concordância entre nós mas, naquilo em que concordamos, não iremos recuar. Vocês já perderam, portanto reduzam os danos enquanto é tempo.
II
Vão sempre noticiar que somos menos do que realmente somos, em número e em capacidade de atuação. Nós não estaremos nas ruas para mudá-los, mas para mudarmos. Vocês não vão mudar e é por isso que muitos de vocês não servem mais. Do asfalto esburacado das grandes avenidas brasileiras nascerá uma juventude inquieta que desconfiará dos discursos pré-fabricados, das fórmulas que não funcionaram, dos esquemas que são apenas bonitos, do entretenimento que tenta nos anular e do plano de vida que nós não queremos ter.
III
Nós falaremos sério, rindo. Nós assistiremos seu canal como deboche. Nós leremos sua coluna para sabermos o que não queremos ser. Nós não vamos disputar espaço: aqui, cada um tem o seu papel. Nós confundiremos analistas enquanto pudermos. Nós devolveremos o trauma. Nós somos muito bem informados e está cada dia mais difícil nos enganar e nos confundir. Quando começou o milênio, vocês pensaram que tinham nos derrubado nos mantendo em casa, mas rapidamente descobrimos como nos achar. Queremos a rua de volta!
III
Menos Prozac, mais voz!
IV
Direitos humanos é uma luta diária. Hoje é o morador da favela. Logo, logo é qualquer um, por motivo nenhum. Indigne-se em defesa do próximo.
V
A distância entre democracia e estado de exceção é, infelizmente, pequena. Nós criaremos um estado de emergência nas ruas que corresponda à nossa emergência interior.
VI
Menos câmeras de vigilância e mais cinema!
VII
A luta não é contra o sistema. Lutamos para nos inserirmos num sistema que nos excluiu. Não queremos o nosso dinheiro subsidiando empresas de transporte. Nós queremos o fim do lucro criminoso e ultrajante! Vinte centavos foi a diferença entre ir e ficar. Nós queremos ir!
VIII
A biopolítica nunca foi tão importante. Olhe-se nu no espelho: como as coisas estão indo, esse corpo é cada dia menos seu.
IX
Desconfie da mídia se ela mostra apenas um lado. Desconfie mais ainda se ela subitamente quer mostrar os dois. No momento em que ela estiver do seu lado, descarte-a: ela te trairá mais cedo ou mais tarde.
X
Nós sabemos que o Brasil não é tão ruim quanto dizem os que querem tomar o poder à força, nem tão bom quanto dizem os que não querem largar a cadeira oficial. Nós não queremos mais consumo e mais crédito! Nós não queremos mais índices e pesquisas mentirosas! Nós abandonaremos a nossa revolução se vocês revolucionarem a saúde e a educação brasileiras. E não falo apenas de destinar mais dinheiro: nós queremos comprometimento contínuo na mudança! Nós queremos projetos de longo prazo postos em prática e os de curto prazo começando amanhã!
XI
Um professor vale mais que o Neymar. Um médico vale mais que o Eike Batista. FIFA, nós gostamos de futebol, sim, mas gostamos ainda mais de nosso povo. Vocês analisaram mal, muito mal, quando pensaram que iriam instaurar suas leis, seus esquemas, suas remoções hediondas e nós ficaríamos calados. Aguentem a ressaca!
XII
O movimento estudantil organizado irá se iludir, se deprimir, se dividir e, quarenta anos depois, seus líderes escreverão livros de memórias com os dizeres: “nós erramos”? Não, não caiam no erro. Não façam discussões intermináveis, não desperdicem força e não tenham a pretensão de liderar. Vocês já venceram! Vocês começaram tudo isso e continuarão vencendo se continuarmos juntos! Não debatam com termos antigos, criem uma nova linguagem, ajam e deixem agir! A História saberá que foram vocês que acenderam a centelha. Deixem de lado as brigas internas e aproveitem! Não permitam que a classe média coxinha lidere, mas levem em consideração presença dela.
XIII
O governo de São Paulo queria saber com quem negociar. O governo do Rio de Janeiro quer saber com quem negociar. Não há liderança e, se houver, ela não representa ninguém senão a si mesma. Deixem eles se desgastarem eleitoralmente, sem saber por que, sem saber onde e como, e eles vão, talvez, começar a entender o que nós sentimos dia após dia. As balas vêm de todos os lados? Ótimo. É assim que vocês nos tratam.
XIV
Sabem o que é unânime? O Poderoso Chefão é o maior filme de todos os tempos.Família Soprano, o maior programa de televisão da História. E sabem por quê? Porque para onde olhamos há atividade mafiosa. Nós somos o Michael Corleone sentado numa festa de família odiando fazer parte de uma estirpe mafiosa, esperando a hora em que seremos obrigados a nos corromper. E, quando nos corrompermos, passaremos a vida frustrados por descobrirmos pouco a pouco que não é apenas a máfia ilegal e criminalmente punível que atua em nossas vidas, mas as estruturas mafiosas que permeiam todos os aspectos legais da vida; uma atividade contínua executada por gente de colarinho branco e carros oficiais, fazendo esquemas pelas nossas costas. Nós não queremos mais ser apenas espectadores da barbárie burocrática! Nós não queremos mais trocar confidências de esquemas! Nós não queremos uma vida assim!
XV
Ser contra a corrupção, todos somos. Esqueçam a ideia de uma revolução moral. Precisamos de uma revolução cognitiva que seja árdua, permanente, autorreflexiva e auto-crítica.
XVI
Não hostilize os partidos políticos e os movimentos sociais. Desculpe o choque de verdade, mas isso é tipicamente fascista. Respeite-os! Eles já lutavam por ideais antes de você nascer, lutavam pelas melhorias que hoje você luta até semana passada, apanhando de polícia com seus parcos companheiros e, quando você estiver casado, com filhos e assistindo ao Fantástico, eles continuarão lutando. Seja apartidário – é um direito seu não se identificar com partido nenhum, assim como não me identifico completamente – mas não seja anti-partidário. Cuidado com o discurso do “Sem nenhum partido, pela nação!”, pois isso se parece muito com “Pela nação sem nenhum partido!” Ditadura, em outras palavras. E saiba, com toda a responsabilidade que disso decorre, que se você não está na esquerda, está na direita. Centro, só o da cidade, que é onde estaremos enquanto não atingirmos os nossos objetivos. Posicione-se!
XVII
Não seja ufanista. O Brasil não é lindo. Não há um futuro glorioso nos esperando. Um país é fruto de uma luta diária, paciente, perene, com pequenas revoluções, pequenos atos, mudanças constantes, autorreflexão contínua. O gigante acordou como acordou outras vezes, mas a História mostra que sempre teimamos em voltar a dormir. Não durma! Esteja para sempre atento!
XVIII
Quebrar e depredar é uma atitude válida quando é política, direcionada, com manifesto e não quebra-quebra aleatório. Você acha que o banco te explora quando pega o extrato? Quebre o banco e piche: “Parem de me explorar, safados!”. Acha que o Cabral merece ter a casa quebrada para sentir a fúria? Quebre e deixe um recado. Pichar muros com dizeres políticos é política, é revolta legítima. Mas não destrua patrimônio particular de trabalhadores que são tão explorados quanto todos nós. Ele está do seu lado. Ele é você! Direcione sua fúria, se a fúria é sua linguagem. Mas durma com essa: trabalhadores vão limpar toda a sua fúria amanhã pela manhã. E custa caro. E eles vão dizer que custa mais do que custa de fato, como sempre. Ponha esse dado na balança e peça ao menos desculpas.
XIX
Não busque respostas. Faça novas perguntas.  Você não é um idiota que viu a internet crescer. Você viu o maior ataque terrorista da História, genocídios na África, duas guerras americanas hediondas, os maiores países do mundo em crise, Oriente se insurgir contra ditaduras e o Brasil receber injeções diárias de desânimo. A História de nosso país é uma história de levantes, revoltas, insurgências (e, infelizmente, de golpes; cuidado!). Abrace o seu tempo. A História é agora.
XX
Não sei o que significa o gigante ter acordado porque não sei que gigante é esse. Se é um gigante autoritário, excludente, homofóbico, machista, racista e moralista, melhor continuarmos dormindo. Mas se é para acordar um gigante nunca visto e que pretende inspirar a mudança, então tire o seu pijama, escove os dentes e parta para a luta comigo!

Um milhão de pessoas vão às ruas, violência cresce e Dilma convoca reunião

Por ampliado às 8h, estadao.com.br
Mesmo com redução da tarifa, atos violentos foram vistos em diversas cidades, com saldo de um morto e ao menos 77 feridos; presidente estuda medidas emergenciais
estadao.com.br (© Grupo Estado - Copyright 1995-2010 - Todos os direitos reservados.)
 Por ampliado às 8h, estadao.com.br

Um milhão de pessoas vão às ruas, violência cresce e Dilma convoca reunião
"Manifestante socorre vítima em Brasília, enquanto grupo invade o Palácio do Itamaraty, ao fundo"
Mesmo após a redução das tarifas de transporte público em 12 capitais - e em metade das cidades da Região Metropolitana de São Paulo -, novas manifestações levaram na quinta-feira, 20, mais de 1 milhão de pessoas às ruas de 75 cidades do País. E a violência voltou a se destacar: pela primeira vez desde o início das manifestações, há 15 dias, uma morte foi registrada, quando um motorista avançou sobre um manifestante em Ribeirão Preto (SP). Pelo menos outras 77 pessoas ficaram feridas - 55 no Rio.

Diante da disseminação dos atos pelo Brasil, a presidente Dilma Rousseff convocou para a manhã desta sexta-feira, 21, uma reunião com ministros mais próximos, entre eles José Eduardo Cardozo, da Justiça. Na pauta, estão o mapeamento da extensão das manifestações e medidas emergenciais que podem ser tomadas para arrefecer o movimento.
Durante os protestos de quinta-feira, 20, a cena que mais chamou a atenção, foi justamente a tentativa de invasão do Palácio do Itamaraty durante a noite, em Brasília. A polícia tentou conter os invasores com gás, mas o prédio teve janelas quebradas e focos externos de incêndio. Além disso, a paisagem da Esplanada dos Ministérios foi tomada pelo gás lacrimogêneo e até a Catedral se tornou alvo de vândalos.
Após duas semanas de protestos, foi o ataque mais violento a um centro de poder. Antes, o Congresso Nacional, a Assembleia Legislativa do Rio, o Palácio dos Bandeirantes e o Edifício Matarazzo (sede da Prefeitura de São Paulo) haviam sido alvo de protestos. Nessa quinta, com novas bandeiras para o movimento sendo discutidas no Twitter e no Facebook e em meio às reivindicações sociais e políticas diversas que eram ouvidas, um novo grito destacou-se: "sem partidos".
Integrantes dessas agremiações foram proibidos de erguer bandeiras por todo o País e o PT viu fracassar a convocação de sua "onda vermelha". Houve confronto até entre manifestantes dos "sem partido" e os do "sem fascismo". Mas o caráter multifacetado do movimento já preocupa especialistas e analistas políticos, que falam em "mal-estar" da democracia no Brasil.
Em São Paulo, a manifestação chegou à Câmara, à Assembleia e a sede da Prefeitura, mas sem confrontos - na Paulista, o tom de festa venceu. No entanto, as consequências da redução de tarifa ainda eram avaliadas por Fernando Haddad (PT), que passou o dia refazendo contas. Há pelo menos três hipóteses para cobrir o déficit financeiro provocado pela revogação do aumento da tarifa, incluindo adiar o bilhete único mensal. De certo, o governo municipal aponta que o ritmo dos investimentos na cidade vai cair.
Ainda na quinta, a Justiça de São Paulo mandou soltar os quatro estudantes do Mackenzie e outras dez pessoas presas em flagrante e acusados de atos de vandalismo nos protestos de terça-feira, na região da Avenida Paulista. Eles ainda vão responder por formação de quadrilha, resistência, crime de dano, desacato e incêndio. Já a Prefeitura vai cobrar do estudante de Arquitetura Pierre Ramon Alves de Oliveira, de 20 anos, os danos que confessou ter causado à sede do Executivo municipal, na tentativa de invasão, na terça-feira.
Pacote para jovens. Está sendo costurado no governo um pacote para a juventude. A ideia inicial é oferecer um reforço ao programa Ciências sem Fronteiras (bolsas no exterior), ampliar o acesso a universidades, criar novos programas sociais para a juventude ou turbinar alguns já existentes. Em outra frente, o governo quer aumentar vagas de ensino técnico.
Ontem à noite, a Secretaria-Geral da Presidência promoveu uma reunião com assessores da Secretaria da Juventude, na qual foram avaliadas reivindicações dos manifestantes. A reunião foi flagrada pela TV Record. Eram exibidos slides com tópicos das reivindicações dos manifestantes e os seguintes dizeres: "Brasil precisa mudar", "corrupção", "manifestações em todo o Brasil".
PT nas ruas. Horas antes de convocar a reunião de emergência com ministros a presidente viu-se obrigada a enquadrar a direção nacional do PT, que estimulou militantes a se unirem aos protestos das ruas. Diante do clima político tenso e confuso, Dilma irritou-se e censurou a atitude do presidente do PT, Rui Falcão, que conclamou militantes do partido, por meio do microblog Twitter, para uma passeata liderada pelo Movimento Passe Livre (MPL), na Avenida Paulista.
Falcão tinha convocado petistas para as manifestações dessa quinta em comemoração à redução nos preços das passagens de ônibus, mas recuou e retirou a hashtag "#ondavermelha" do seu perfil do Twitter.
A preocupação do Palácio do Planalto e de vários dirigentes petistas era com a reação dos manifestantes, que rejeitavam a presença de partidos nos protestos. Parte dos políticos da legenda previam que a incitação petista poderia dar fôlego a movimentos de hostilidade contra o partido, como de fato acabou ocorrendo.
Em outro documento, uma nota do PT nacional, Rui Falcão revela a busca do partido por um novo discurso político, que vai além da inclusão social tão destacada pelos governos Lula e Dilma. Em seu primeiro parágrafo, Falcão afirma que os movimentos "colocam na ordem do dia uma nova agenda". O petista insiste no ataque à mídia. "A presença de filiados do PT, com nossas cores e bandeiras, neste e em todos os movimentos sociais, tem sido fator positivo não só para o fortalecimento, mas, inclusive, para impedir que a mídia conservadora e a direita possam influenciar, com suas pautas, as manifestações legítimas", diz o texto.
O "convite" aos petistas no Twitter foi considerado um desastre em algumas alas do PT. Dirigentes alertaram o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que tem se credenciado como o consultor político de Dilma, sobre o risco de embate entre petistas e manifestantes.
A principal preocupação de parte dos dirigentes é que ao misturar o PT nas ruas num momento de tensão o próprio partido dê munição a adversários para que transformem parte dos protestos em atos contra o governo e Dilma, que, até o momento, não são o alvo central.
Mas uma ala petista acha que o partido tem direito de ir para as ruas e de fazer manifestações, já que é considerada uma legenda de massas e de mobilizações, com uma ampla militância e pode ter detectado a necessidade de se conectar melhor com a sociedade. Outra ala, no entanto, acha que o PT tentar se impor em uma manifestação apartidária pode apenas expor o partido, o governo e Dilma.
O chamamento de Rui Falcão foi atacado pesadamente por jovens que rejeitaram a participação do PT nas manifestações. "Piada do dia", "somos apartidários", "sai pra lá aproveitadores" e "oportunismo canalha" foram algumas das críticas que se fizeram seguir à orientação do dirigente petista.
"Eles são contra o governo Dilma. E o PT é o governo Dilma. Ir para a rua só se for para apanharmos", disse o deputado Domingos Dutra (PT-MA). Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), afirmou que teve vontade de ir para o meio da multidão. "Não fui porque não fui chamado. Não sei se me aceitariam", disse ele.
Oposição. A ex-senadora Marina Silva usou metáforas para falar da intenção de partidos de irem às ruas. "Navegar o rio depois que ele transbordou é o que todo mundo faz. Difícil é trabalhar o curso do rio enquanto está cavando a terra." "O PT vai dizer o quê? Esse é o maior movimento depois das Diretas-Já. Contesta os dez anos do governo do PT. Só se for para fazerem mea culpa", disse o presidente do DEM, José Agripino (RN).

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