terça-feira 05 2015

Moro determina transferência de R$ 157 mi de Barusco para a Petrobras

Eu sou Sergio Moro!!!!

Dinheiro está em conta judicial para a qual foram repatriados mais de 200 milhões de reais mantidos pelo ex-gerente de Serviços em contas no exterior

Por: Carolina Farina


Pedro Barusco durante a CPI da Petrobras
Pedro Barusco durante a CPI da Petrobras (Ueslei Marcelino/Reuters)
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou nesta terça-feira a transferência de 157 milhões de reais que estavam em contas do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco no exterior para a Petrobras. Barusco fechou acordo de delação premiada com a Justiça e se comprometeu a devolver aos cofres públicos 97 milhões de dólares (cerca de 297 milhões de reais) mantidos em paraísos fiscais. Os valores mantidos pelo delator foram repatriados já foram repatriados em parte e, atualmente, a conta judicial em que o dinheiro foi depositado tem saldo de 204.845.582,11 reais. O MP solicitou à Justiça a transferência de cerca de 80% desse valor para uma conta da Petrobras.
Moro atendeu ao pedido da Procuradoria. "Já que há indícios de que o porcentual de propina era agregado no preço cobrado nas obras contratadas, o valor recuperado deve ser devolvido à vítima", escreve o juiz em seu despacho. "Razoável ainda a manutenção de parte dos valores ainda depositada em juízo a fim de verificar se há outros danos sofridos por terceiros a serem cobertos". O magistrado ainda sugere que a estatal utilize ao menos parte do dinheiro ao aprimoramento de sistemas de controle para prevenir novos desvios.
Barusco afirmou à Justiça, em acordo de delação premiada, que o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, recebeu de 150 milhões a 200 milhões de dólares em propina de 2003 a 2013, por meio de desvios e fraudes em contratos com a Petrobras. As revelações de Barusco, ex-braço-direito de Renato Duque, que comandava a Diretoria de Serviços por indicação do ex-ministro da Casa Civil e mensaleiro condenado José Dirceu, colocaram mais uma vez o caixa do PT no centro do escândalo do petrolão.
No depoimento, Barusco fez questão de destacar a relação de proximidade entre Duque e Vaccari, nas palavras dele "um contato muito forte". Segundo o ex-gerente, Duque e o tesoureiro petista costumavam se encontrar no Hotel Windsor, no Rio, e no Meliá, em São Paulo. Os encontros tinham finalidade clara: trocar informações sobre o andamento de contratos, projetos e licitações da Petrobras.

Lava Jato: Janot vê ‘elementos fortes’ para investigar Cunha


Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal, procurador-geral da República defendeu que inquérito contra o presidente da Câmara na Lava Jato não seja arquivado

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Procurador-geral da República, Rodrigo Janot em sessão plenária
Rodrigo Janot: 'Não se pode querer sepultar um esforço investigatório em seu nascedouro' (Fellipe Sampaio/SCO/STF/Divulgação)
Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou que existem "elementos muito fortes" para continuar a investigação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Operação Lava Jato. O documento é uma resposta ao recurso enviado pela defesa do parlamentar, que pede o arquivamento do inquérito contra Cunha.
No parecer, Janot defende a investigação dizendo que o peemedebista recebeu "vultosos valores" por meio de doação oficial de várias empresas "diretamente envolvidas na corrupção de parlamentares". "Não se pode querer sepultar um esforço investigatório em seu nascedouro", escreveu o procurador-geral. O recurso de Cunha deve ser analisado pelo ministro Teori Zavascki e pode ser levado a julgamento no plenário do Supremo.
Em seu parecer, Janot também classifica como "despropositada" a versão apresentada por Cunha de que houve fraude no sistema de informática da Câmara, que apontava o parlamentar como autor de requerimentos que são motivo de investigação na Lava Jato.
Em colaboração premiada, o doleiro Alberto Youssef afirmou que Cunha era beneficiário de recursos oriundos do esquema da Petrobras e os requerimentos na Câmara eram forma de pressionar pelo restabelecimento dos pagamentos. Os requerimentos pediam informações sobre contratos entre a empresa Mitsui e a Petrobras. O presidente da Câmara nega as suspeitas.
(Com Estadão Conteúdo)

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