domingo 06 2012

Raio-X do Enem: confira os conteúdos mais cobrados

Vestibular

Levantamento exclusivo analisa as 540 questões das provas realizadas entre 2009 e 2011 e mostra quais disciplinas aparecem mais no exame federal

Nathalia Goulart
Estudantes fazem a prova do Enem Estudantes fazem a prova do Enem (Leonardo Wen/Folhapress)
Uma das características marcantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será realizado em novembro, é a interdisciplinaridade. Dentro das quatro grandes áreas da prova (ciências humanas, da natureza, matemática e linguagem), os conteúdos se mesclam em questões que exigem leitura atenta e capacidade de análise. Uma tarefa vital para os estudantes que buscam um desempenho acima da média é mapear quais são os conteúdos  mais recorrentes do exame federal. É exatamente isso que mostra o levantamento apresentado abaixo. Com o auxílio de professores de três cursos especializados na prova – Anglo Vestibulares, Cursinho da Poli e Oficina do Estudante –, o site de VEJA produziu um raio-x dos temas que mais apareceram nas últimas três edições do Enem (2009, 2010 e 2011). É fundamental conhecer o perfil do exame nesse período: afinal, desde 2009, ele é usado por quase uma centena de universidades federais e estaduais de todo o país como parte do processo seletivo.

Tema em foco: Prepare-se para o Enem e os vestibulares deste ano
O levantamento destrinchou 540 questões (são 135 por superárea do Enem), determinando a qual disciplina se liga cada uma delas. Ele revela, por exemplo, que, na prova de ciências humanas, o período republicano da história do Brasil e meio ambiente estão entre os assuntos mais recorrentes, motivando 15 questões, no primeiro caso, e 11, no segundo, desde 2009. No caso da avaliação de matemática, funções registrou o maior número de ocorrências: 27. Na prova de ciências da natureza, as campeões são as questões de físico-química, com 19 ocorrências, eletricidade e mecânica, com 11 cada. Na avaliação de linguagem, interpretação textual aparece na frente, compondo 56 questões. É importante lembrar que, devido à interdisciplinaridade do exame, algumas questões tratam de mais de um conteúdo disciplinar (história do Brasil Colônia e do Brasil Império, por exemplo). Daí, o número de ocorrências apresentadas pelo levantamento superar o número total de questões avaliadas. Confira o levantamento a seguir.
Leia mais no link abaixo
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/raio-x-do-enem-confira-os-conteudos-mais-cobrados 

Maioria da CPI quer convocação de governadores

Corrupção

Dos 32 integrantes da CPI do Cachoeira, 16 defendem a convocação imediata dos governadores Agnelo Queiroz, Marconi Perillo e Sérgio Cabral

O governador Agnelo Queiroz O governador Agnelo Queiroz (Breno Fortes/CB/ D. A Press)
Enquete feita pelo jornal O Estado de S. Paulo com os 32 titulares da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira mostra que será infrutífera a tentativa de blindagem dos partidos aos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT); e Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e ao empresário Fernando Cavendish, da Delta Construção.
A maioria disse ser favorável à convocação imediata do quarteto para prestar esclarecimentos à comissão que pretende investigar as relações de agentes públicos e privados com o esquema ilegal de exploração de jogos comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira.
Dos 32 integrantes da comissão, 7 senadores e 9 deputados defendem essa posição, somando 16 votos. Como o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), só vota para desempatar, ele não conseguiria mudar o resultado de uma eventual convocação dos governadores e do empresário, mesmo que optasse por dar seu voto. No máximo, empataria o placar. Vital disse ao Estado que, por ser presidente da CPI, não revelaria seu voto.

O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), também é cauteloso. Ao afirmar que não há tema proibido para as investigações, defende que, antes da convocação dos governadores e do empresário, sejam analisados os documentos das Operações Vegas e Monte Carlo. As duas ações da Polícia Federal desvendaram o esquema de corrupção e tráfico de influência montado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Seguem o raciocínio de Cunha mais quatro senadores e seis deputados. "Eu quero, sim, convocar governadores e o empresário Cavendish. Mas, primeiro, quero olhar os documentos até para saber o que vou perguntar", disse o senador Humberto Costa (PT-PE), também relator do processo de cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de Ética do Senado. Demóstenes está sendo acusado de mentir no plenário do Senado por ter negado qualquer ligação com Cachoeira. Mas cerca de 300 conversas entre os dois constam das gravações feitas pela PF, e a situação do senador é a pior possível ante seus pares.
Nas discussões sobre o planejamento de trabalho da CPI, parlamentares cobraram a necessidade dos depoimentos de Cavendish e dos três governadores. Agnelo Queiroz é acusado de negociar facilidades com a Delta como contrapartida por supostas doações eleitorais. De Sergio Cabral são cobradas explicações sobre suas relações com o empresário Fernando Cavendish, de quem é amigo pessoal. No caso do tucano Marconi Perillo, as gravações da Polícia Federal sugerem que nomeações no governo goiano teriam sido pedidas pelo contraventor Carlinhos Cachoeira.
Por enquanto, no entanto, o relator Odair Cunha, aliado do Palácio do Planalto, excluiu do plano de trabalho do colegiado até o fim de maio os depoimentos do quarteto. Na quarta-feira passada, quando aconteceu a segunda reunião da CPI do Cachoeira, foram aprovados 51 requerimentos para depoimentos, compartilhamento de dados e cessão de servidores públicos para os trabalhos do colegiado.
(Com Agência Estado)
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/maioria-da-cpi-quer-convocacao-de-governadores 

Só na amizade: favores e dinheiro alimentam relação entre Carlos Alberto Leréia e Carlinhos Cachoeira

Corrupção

Entenda como o deputado colaborava para o funcionamento do esquema do contraventor. Leréia corre o risco de perder a filiação partidária e o mandato

Carolina Freitas e Cida Alves
O contraventor Carlinhos Cachoeira e o deputado federal Carlos Alberto Leréia O contraventor Carlinhos Cachoeira e o deputado federal Carlos Alberto Leréia: muy amigos (Folhapress e AE)
O deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) admite sem qualquer pudor sua amizade com o contraventor Carlinhos Cachoeira, pivô do escândalo do momento em Brasília. Leréia fez questão de subir à tribuna da Câmara dos Deputados, na última quinta-feira, para parabenizar o bicheiro por seu aniversário de 49 anos. Cachoeira foi preso em fevereiro durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal (PF), que desmontou a rede de exploração de jogos ilegais comandada pelo contraventor. O envio de felicitações na fala de Leréia tem explicação: o deputado quer reforçar a tese de que ele e o bicheiro são nada mais do que bons “amigos pessoais”.
Para além do pleonasmo, o argumento não se sustenta. Será difícil Leréia manter esse discurso por muito tempo. Escutas da PF feitas com autorização judicial durante a Monte Carlo mostram que Leréia trabalhava norteado pelos interesses da quadrilha de Cachoeira e usava seu prestígio e seu cargo para prestar favores e serviços ao contraventor. A PF flagrou 72 contatos telefônicos entre Cachoeira e Leréia, muitos feitos por meio de radiocomunicadores habilitados nos Estados Unidos e distribuídos a pessoas da estrita confiança do bicheiro. O nome do deputado é citado em outras 26 ligações entre integrantes da quadrilha.
A conduta do deputado está sendo analisada pelo Conselho de Ética da Câmara e é alvo de um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF). A filiação de Leréia no PSDB também está a perigo. Caciques tucanos pressionam para que ele se licencie do partido até o fim das investigações, mas o deputado resiste. A direção do partido deve bater o martelo na próxima terça-feira.
As atitudes de Leréia se enquadram nos crimes de tráfico de influência e exploração de prestígio, apontados pela Polícia Federal na conclusão do relatório. O comportamento contraria ainda dois requisitos do Código de Ética e Decoro da Câmara, o que pode implicar em perda de mandato. São eles: abusar das prerrogativas constitucionais asseguradas aos integrantes do Congresso – como fez quando usou sua influência para conseguir um visto de viagem para a sogra de Cachoeira – e receber vantagens indevidas em proveito próprio ou de outra pessoa.
As conversas interceptadas revelam que Cachoeira pagou pelo menos 65 000 reais a Leréia ao longo de seis meses no ano passado. Há menção ainda a um cheque de 206 000 reais e a um empréstimo de 400 000 reais para o deputado. Assim, a cifra repassada a Leréia pela quadrilha de Cachoeira ultrapassaria os 600 000 reais. Trata-se, sem dúvidas, de uma amizade valiosa.

Ação entre amigos

Entenda como o deputado Carlos Alberto Leréia colaborava para o funcionamento do esquema de Carlinhos Cachoeira. Leréia corre o risco de perder a filiação partidária e o mandato.
Dinheiro na mão: 600 000 reais para Leréia As conversas interceptadas revelam que Cachoeira pagou pelo menos 65 000 reais a Leréia ao longo de seis meses no ano passado. Uma quantia de 20 000 reais foi providenciada por Gleyb Ferreira da Cruz, encarregado da movimentação financeira do bicheiro, e entregue a Cachoeira na porta do restaurante Piquiras, em Goiânia, onde o deputado e o contraventor almoçavam em 1º de agosto de 2011. Além disso, a investigação menciona dois cheques da quadrilha endereçados ao deputado, um deles no valor de 206 000 reais, e um empréstimo de 400 000 reais concedido pelo bicheiro a Leréia.
Em um dos diálogos interceptados pela PF com autorização judicial, Geovani, tesoureiro de Cachoeira, diz que vai mandar os 20 000 de Leréia por Gleyb. Cachoeira diz que é para Gleyb colocar o dinheiro em um saco ou enrolado no jornal. Gleyb responde: está dentro de um envelope quadrado. O contraventor diz, então, que está bom e pede para ele entregar o pacote do lado de fora do Piquiras, onde está almoçando com Leréia.
Por quê? A Polícia Federal não identifica a título de que os valores foram repassados ao deputado. Como o foco da Operação Monte Carlo era investigar a rede de exploração de jogo ilegal pelo grupo de Cachoeira, a PF não aprofundou a investigação sobre outras irregularidades que vieram à tona nas escutas, como a atuação de Leréia, mas encaminhou os indícios ao STF.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/so-na-amizade-favores-e-dinheiro-alimentam-relacao-entre-lereia-e-cachoeira 

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