domingo 12 2015

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O POLÊMICO CARDEAL DE DILMA: NUNCA O PERIGO CHEGOU TÃO PERTO DA PRESIDENTE


Cardeal, o polêmico homem forte de DIlma, é acusado de cobrar propina para a campanha da amigona do peito
Cardeal, o polêmico homem forte de Dilma, é acusado de cobrar propina para a campanha da amigona do peito
As denúncias da Lava-Jato já haviam, claro!, atingido Dilma Rousseff. Vocês sabem o que penso: acho que há muito existem elementos para denunciar a presidente por crime de responsabilidade. É que não adianta eu e a oposição acharmos. É preciso que pelo menos 342 deputados pensem a mesma coisa. Por isso, os partidos que combatem o governo federal precisam ter prudência. Não se pode correr o risco de queimar essa alternativa. Ocorre que Dilma está encalacrada ainda no TCU e no TSE — esta, a meu ver, a área mais espinhosa. Se o empresário Ricardo Pessoa repetir ao tribunal o que está em sua delação premiada — deu R$ 7,5 milhões à campanha à reeleição da presidente para não ser prejudicado na Petrobras —, o que farão os ministros? Ignorarão o assunto? O TSE varrerá para debaixo tapete o conteúdo da delação homologada pelo STF?  E a situação está ficando ainda mais complicada.
Até havia pouco, um ou outro ainda poderiam argumentar que Dilma foi tragada pela máquina partidária; que muita coisa pode ter sido feita à sua revelia etc. Ocorre que reportagem da VEJA desta semana eleva em muito a temperatura da crise. Eis que surge no cenário uma figura que é unha e carne com a presidente, seu braço-direito, seu companheiro dileto, seu amigo do peito, de sua cota personalíssima de confiança: o nome dele é Valter Luiz Cardeal, diretor de Geração da Eletrobras.
VEJA revela outra bomba contida na delação de Pessoa. Leiam trecho da reportagem:
Num de seus depoimentos, Pessoa contou que, em setembro do ano passado, o consórcio Una 3 — formado por Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa e UTC Engenharia — fechou um contrato para tocar parte das obras da Usina de Angra 3. A assinatura do contrato, estimado em R$ 2,9 bilhões, foi precedida de uma intensa negociação. A Eletrobras pediu um desconto de 10% no valor cobrado pelo consórcio, que aceitou um abatimento de 6%. A diferença não resultou em economia para os cofres públicos. Pelo contrário, aguçou o apetite dos petistas. Tão logo formalizado o desconto de 6%, Cardeal chamou executivos do consórcio Una 3 para uma conversa que fugiu aos esperados padrões técnicos do setor elétrico. Faltava pouco para o primeiro turno da sucessão presidencial. O “homem da Dilma” foi curto e grosso: as empresas deveriam doar ao PT a diferença entre o desconto pedido pela Eletrobras e o desconto aceito por elas. A máquina pública era mais uma vez usada para bancar o partido em mais um engenhoso ardil para esconder a fraude.
A conversa de Cardeal foi com Walmir Pinheiro, diretor financeiro da empresa, escalado para tratar dos detalhes da operação. Depois dela, Vaccari telefonou para o próprio Ricardo Pessoa e cobrou o “pixuleco”. “Quando soube que a UTC havia assinado Angra 3, João Vaccari imediatamente procurou para questionar a parte que seria destinada ao PT — o que foi feito pela empresa”, relatou o empreiteiro. Aos investigadores, Pessoa fez questão de ressaltar que, segundo seu executivo, foi Cardeal quem alertou Vaccari sobre a diferença de 4 pontos percentuais entre o desconto pedido pela Eletrobras e o concedido pelas construtoras. Perguntado sobre o que sabia a respeito de Cardeal, Pessoa afirmou: “É pessoa próxima da senhora presidenta da República, Dilma Rousseff”.
Trajetória polêmica
Pois é… Cardeal nega a acusação, diz-se indignado e anuncia que vai processar Pessoa. Vamos ver, Odebrecht e Andrade Gutierrez dizem jamais ter pagado propina. A Camargo Correa diz que é o consórcio que tem de se posicionar a respeito, lembrando que ele é liderado pela UTC, de Ricardo Pessoa — que é quem faz a acusação.
Cardeal acompanha sua amigona desde há muito. Quando ela foi secretária de Energia do Rio Grande do Sul, nomeou-o diretor da companhia estadual de energia. Nomeada ministra, ela levou Cardeal para o governo federal. O homem comando os conselhos de Furnas e da Eletronorte e chegou a presidir a Eletrobras. Deixou um rastro de polêmicas.
CARDEAL E O LUZ PARA TODOS
Em outubro de 2010, informou VEJA:

O programa Luz para Todos é a versão petista do Luz no Campo, criado no governo FHC. Desde 2003, ele já levou energia elétrica a 2,5 milhões de famílias que dependiam de lamparinas ou geradores. Seria uma boa notícia, não fosse o fato de o Luz para Todos estar, desde o início, imerso em sombras – ao menos quando o assunto é a administração de suas verbas. Na semana passada, VEJA descobriu mais um fio desencapado no programa sob responsabilidade da Eletrobras. Seu diretor de engenharia é o já bastante enrolado Valter Cardeal, homem de confiança da ex-ministra e candidata à Presidência da República Dilma Rousseff.
Como um dos principais responsáveis pelo Luz para Todos, ele tem poder para liberar pagamentos e chancelar os contratos feitos com as empresas que executam o programa. Pois Cardeal achou que, se a luz era para todos, poderia também ajudar a energizar os negócios de sua família no Rio Grande do Sul. Por intermédio da AES Sul – concessionária de energia que atua no estado -. a Eletrobras contratou para trabalhar no programa uma firma chamada… Cardeal Engenharia! É isso mesmo que você leu. Fundada por Valter Cardeal, em 1999, ela passou a ser tocada por dois de seus irmãos, Edgar e Fernando José. O contrato da Cardeal Engenharia com o Luz para Todos, que terminou no ano passado, não envolvia a execução de obras físicas, apenas o “desenvolvimento de projetos”. Por ele, os Cardeal embolsaram 50.000 reais por mês, ao longo de 54 meses, totalizando uma bolada de 2,7 milhões de reais.
CARDEAL E A CGU
No dia 22 de outubro de 2010, informava a Folha:
Escuta da Polícia Federal aponta que o diretor de Planejamento e Engenharia da Eletrobras, Valter Cardeal, atuou contra investigação da CGU (Controladoria-Geral da União) na estatal elétrica. Procurado, ele afirmou que a CGU reviu a suspeita de irregularidade no programa Luz para Todos, mas negou que isso tenha ocorrido por interferência dele. A CGU afirma que, após pedido de reconsideração, manteve “as impropriedades” anteriores, mas deixou de responsabilizar os diretores individualmente.
O grampo foi feito, com autorização judicial, em 10 de setembro de 2008. Quatro meses antes, Cardeal havia, com base em auditoria da CGU, sido denunciado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) pela Procuradoria da República, acusado de formação de quadrilha, gestão fraudulenta e desvio de recursos do Luz para Todos. Cardeal permaneceu no cargo e ainda teve sua defesa paga pela Eletrobras, que contratou um escritório de advocacia por R$ 1 milhão. O diretor é aliado da presidenciável Dilma Rousseff (PT) no setor elétrico há 20 anos, desde o tempo em que ela era secretária de Minas e Energia do RS.
A escuta telefônica captou uma conversa entre Cardeal e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau (2005 a 2007). Na época, a PF apurava suposto tráfico de influência no setor elétrico e, por isso, grampeou o celular de Rondeau.
CARDEAL E A CEEENo dia 28 de outubro de 2010, informava a Folha:
À frente da Secretaria de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, Dilma Rousseff (PT) e seu braço direito no setor elétrico, Valter Cardeal, hoje diretor da Eletrobras, participaram da criação de usina a gás que nunca saiu do papel e gerou prejuízo para a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica).
Batizada de Termogaúcha, a usina idealizada em 2000 foi liquidada seis anos depois pelos acionistas -CEEE, Petrobras, Ipiranga e Repsol-, sem funcionar. Os sócios movem processo contra a CEEE pelos prejuízos causados e por dívidas. A Termogaúcha foi incluída no programa do governo FHC para construir termelétricas. A intenção era utilizar gás argentino, o que não se viabilizou em seguida. Dilma e Cardeal culpam a crise energética argentina pelos problemas.
Documentos obtidos pela Folha mostram que Dilma avalizou a compra de turbinas a gás e a vapor da empresa GE (General Eletric), por US$ 100,3 milhões. Na época, ela ocupava o cargo de presidente do Conselho de Administração da CEEE. Em 2006, as turbinas foram vendidas por menos da metade do preço pago: US$ 43,1 milhões. Na época, Dilma presidia o Conselho de Administração da Petrobras, uma das sócias, que tentou comprar as turbinas. Cardeal foi para a Eletrobras.
CARDEAL E A CGTEE
Em 2010, o banco KfW, por exemplo, controlado pelo governo alemão, entrou com ação contra a CGTEE (companhia de geração térmica de energia do governo federal) na qual afirmava Cardeal teria conhecimento de uma fraude milionária envolvendo a construção de usinas de biomassa no Sul. A CGTEE é uma subsidiária da Eletrobras. Na ação judicial, o banco diz que “até mesmo alguns políticos conheciam os fatos, como a então ministra, Dilma Rousseff”. A fraude na CGTEE foi revelada pela Operação Curto-Circuito da Polícia Federal em 2007. A PF constatou que parte do dinheiro desapareceu. Conforme a investigação, o grupo que comandava a estatal forjou um aval em nome da CGTEE para ajudar uma empresa privada – a Winimport – a obter empréstimo de 157 milhões de euros para erguer sete usinas de biomassa. Das sete, cinco não saíram do papel.
Encerro
Eis aí. Uma mulher, um homem e a história. Cardeal não é um daqueles petistas que tiveram de engolir Dilma e que Dilma teve de engolir. A relação dos dois é antiga. Ele foi nomeado diretor da Companhia Estadual de Energia Elétrica do governo gaúcho em 1999, ano em que se afastou da Cardeal Engenharia. O governador do Estado era, então, o petista Olívio Dutra, e a secretária de Energia, Dilma Rousseff. Cardeal e Dilma se conheciam por terem atuado juntos no PDT. A partir daí, não mais se largaram. Passaram a trabalhar sempre próximos um do outro e assinaram suas fichas de filiação ao PT no mesmo dia: 18 de março de 2001.
Texto publicado originalmente às 8h23
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-polemico-cardeal-de-dilma-nunca-o-perigo-chegou-tao-perto-da-presidente/

O PMDB e o bonde da história


Partido que aperfeiçoou o adesismo debate se desembarca do governo. Mas não pode se eximir de sua parcela de responsabilidade pela crise

No Palácio do Planalto, o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, fala com a presidente Dilma Rousseff após cerimônia de lançamento do Pacto Nacional de Violações de Direitos Humanos na Internet - 07/04/2015
No Palácio do Planalto, o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, fala com a presidente Dilma Rousseff após cerimônia de lançamento do Pacto Nacional de Violações de Direitos Humanos na Internet - 07/04/2015(Ueslei Marcelino/Reuters)
Nas últimas três décadas, o PMDB exerceu com incomparável habilidade a arte de se manter no governo - e sempre arranjar uma justificativa aparentemente republicana para isso. A tática do adesismo irrestrito costuma funcionar bem: rende votos, influência e cargos privilegiados no primeiro e segundo escalão. Até que se esgote a popularidade do líder do momento e seja necessário pular do barco.
O PMDB está nessa situação. Os níveis baixíssimos de popularidade de Dilma Rousseff e a decadência do PT são sinais muito fortes para serem ignorados por um partido que almeja assumir o Palácio do Planalto em 2018. Ao mesmo tempo em que aumentam as críticas à presidente da República e ao seu partido, nomes de destaque do PMDB têm se aproximado de figuras da oposição. Mas ainda não há clareza a respeito do rumo a tomar. Rompimento imediato? Apoio aberto ao impeachment? Preservação do governo para lucrar com a imagem de fiador da estabilidade?
Em meio às incertezas, os peemedebistas se preparam para lançar no próximo congresso da legenda, previsto para a primeira quinzena de outubro, uma proposta de programa partidário com traga quinze caminhos para a política e a economia. O principal responsável pela elaboração do documento é o senador Romero Jucá (PMDB-RR). A depender das suas últimas declarações sobre as políticas econômicas de Dilma, é esperado que apresente propostas divergentes das adotadas pelo governo petista. Na última semana, o parlamentar disse que "chegou a hora da verdade dos números" e que nos cálculos não devem haver "maquiagens" ou "pedaladas".
Dentre os peemedebistas de destaque, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é o que menos esconde a disposição de rompimento com o PT - embora não com o governo: "O PMDB, a cada dia que passa, está mais distante do PT e nós esperamos que fique a cada hora mais distante", disse ele na última quinta-feira. E prosseguiu: "Temos a responsabilidade da governabilidade de um governo que em que o PMDB faz parte na chapa, mas isso não quer dizer que temos que mergulhar nas teses equivocadas do PT". Desde que assumiu o comando da Câmara, Cunha tem pautado temas que desagradam o governo. Até agora, venceu mais do que perdeu.
O ex-deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) é um dos personagens que ajudam a explicar a relação do PMDB com o PT. Antigo adversário dos petistas, ele se aproximou do governo ainda na gestão de Lula. No primeiro mandato de Dilma, se tornou vice-presidente da Caixa Econômica Federal. Depois, rompeu novamente com o PT. "Na medida em que a coisa vai se deteriorando, a nossa ideia de afastamento vai ganhando adeptos e se tornando mais real. Vai culminar em outubro no congresso do PMDB", avalia.
Já na convenção de 2014, a sigla mostrou-se dividida. O apoio à reeleição de Dilma Rousseff foi aprovado com apenas 54% do total de credenciados para votar. Se a votação ocorresse hoje, o resultado certamente seria amplamente desfavorável ao governo.
A tese do impeachment ainda é minoritária. Para muitos peemedebistas, interessa manter a presidente Dilma Rousseff acuada e impopular. Por dois motivos. O primeiro, porque com uma presidente enfraquecida no poder o partido continua a controlar a agenda pública, como tem feito por meio de Eduardo Cunha e Renan Calheiros. O segundo, porque assim será mais fácil derrotar o PT em uma eventual candidatura avulsa à Presidência em 2018.
Mas a estratégia traz riscos. Se chegar na próxima eleição presidencial ao lado de Dilma, mesmo que apenas simbolicamente na figura de Michel Temer, o PMDB terá muita dificuldade em se apresentar como o porta-voz da mudança.Como negar que o PMDB também é parte dos motivos para a crise? A instabilidade econômica é fruto de políticas irresponsáveis de Dilma Rousseff no seu primeiro mandato e de Luiz Inácio Lula da Silva. Tanto um quanto outro contaram com o apoio providencial do PMDB, que nunca questionou a sério a política econômica petista. Presidente da Fundação Ulysses Guimarães e figura próxima a Temer, o ex-ministro Moreira Franco tenta eximir o partido: "O partido não participou e nem participa da formulação das estratégias econômicas", diz.
No caso do petrolão, outra causa direta da impopularidade do governo, não há dúvida de que a estrutura foi montada por governos petistas, para atender prioritariamente o PT. Mas também é inegável que o PMDB desfrutou do esquema. Eduardo Cunha e Renan Calheiros estão na lista de investigados da operação Lava Jato. É outro tema em que o partido terá de se esforçar muito para passar a imagem de que é diferente do PT.
O PMDB pode, por outro lado, abarcar a tese do impeachment. Nesse caso, o herdeiro da Presidência seria Michel Temer. Mas a história mostra que o partido só faria isso quando o cenário estivesse desenhado contra o governo. Não é do perfil da sigla tomar a dianteira em um processo sem volta como esse.
Enquanto avalia qual rumo tomar em 2018, o PMDB já tem clareza que, nas eleições municipais de 2016, o afastamento do PT é o melhor caminho para obter um bom resultado nas urnas. Se colocado em prática, poderá ser o primeiro passo para o divórcio que o PT tanto teme.

The Doors - Touch Me (Live)