segunda-feira 05 2013

Neil Ferreira: Pobre cãozinho rico, obrigado a andar de helicóptero barulhento — e sem primeira classe

veja.com

Juq**nha, pobre cãozinho rico, obrigado a viajar de helicóptero, geringonça barulhenta sem primeira classe (Foto: VEJA)
Juq**nha, pobre cãozinho rico, obrigado a viajar de helicóptero, geringonça barulhenta sem primeira classe (Foto: VEJA)
Por Neil o melhor amigo do cão Ferreira, publicado no Diário do Comércio da Associação Comercial de São Paulo
POBRE CÃOZINHO RICO
É o Juq**nha; combinei com seu assessor de comunicações, ex- do Neymar, que não escreveria seu nome por inteiro para preservar a sua privacidade, tão desrespeitada há pouco tempo.
É tão riquinho que poderia ser o cãozinho de estimação do Eike antes da queda. Poderia ser enfeitado e aprisionado com uma coleirinha de strass, adornada com com pedrinhas de diamantes, com o nome Eike bem legível, como outra histórica e belíssima propriedade desse novo pobre.
Seria igualzinho a essa outra propriedade impressionante, que já foi dele há alguns bilhões de dólares e que ostentava a mesma coleirinha em ocasiões especiais como o Tríduo Momesco, pra mostrar pra plebe rude quem era o proprietário daquela propriedade acima de qualquer valor e possibilidade de imitação, o que aumentaria seu suposto valor de mercado — até um Van Gogh pode ser imitado.
Ela, porém, volátil, voou das chamas de um suposto calor insuportável, salva que foi pelo esforço heroico de um musculoso bombeiro – tanquinho.
Propriedade que foi do Eike, me é impossível descrevê-la com o meu pobre cabedal de palavras e imaginação; missão a ser confiada ao Reynaldo de BH e seu vizinho de blog, o Caio.
Eles poderiam estar aqui comigo, tomando um chopis e dois pastel e sofrendo em busca das palavras justas no balcão de algum pé sujo de nomeada. Os dois falam bem de mim no blog-revista do Ricardo Setti, isso sim é que é chacrinha da boa, da pura, da legítima, da escocesa. Mas estou só.
“Não me deixem só” choramingou um ogro, êmulo do personagem rodrigueano, Palhares O Canalha, que vivia saboreando, ou tentando saborear, as vergonhas íntimas da cunhada pra lá de gostosa (cunhada do Palhares, um dos meus dois neurônios de plantão adiciona, tremendo de medo).
Se ainda não atingi a confusão na minha escrita, necessária para sua compreensão, vou buscar socorro na garrafa de Jack Daniel’s , pois a humanidade teima em viver duas doses abaixo do normal, como pontificou Frank Sinatra, um dos meus filósofos prediletos. Falô e disse.
É por isso que o povo popular é tão perdidão que vota no Lula e em quem o Lula manda votar; é um povo popular perdidão por ter sido aleitado com a 51.
Sugiro que a Estela “Minha Cumpanhera d´Armas” institua com urgência urgentíssima e por Medida Provisória a Bolsa Jack Daniel’s, pra ganhar aquele restinho de Classe Mérdia de verdade, que ainda por milagre sobrevive, antes que algum aventureiro o faça — e aí babau reeleição em 14.
Sendo a propriedade exclusiva do Eike vista apenas num relance, Proudhon cunhou sua frase: “Toda propriedade é um roubo”. O MSL, Movimento dos Sem Luma, convocaria a cumpanherada pra parar com essa besteira de quebrar o Quebódromo da Paulista e se juntar às nossas fileiras pra tentar a invasão e coletivização dessa propriedade que, com a sabedoria do Top Top Garcia, seria declarada improdutiva pelo Foro de São Paulo.
Rico é improdutivo, sabe-se; e sabe mais um certo produtivo bombeiro acima citado. Certo porque acertou na Mega Sena existencial e ninguém rasga.
A modelo Luma de Oliveira, no Carnaval de 1998, no desfile da Tradição, utilizando uma coleira com o nome do marido, o até então discreto milionário Eike Batista. Os dois se separaram em 2004.(Foto: João Wainer / Folha Imagem)
A modelo Luma de Oliveira, no Carnaval de 1998, no desfile da Tradição, utilizando uma coleira com o nome do marido, o até então discreto milionário Eike Batista. Os dois se separaram em 2004 (Foto: João Wainer / Folha Imagem)
Conheço Juq**nha só por fotos, granfininho com retrato nos jornais e nas colunas sociais e políticas, de onde voou para as páginas policiais, seguindo as gloriosas pegadas do “Cachorro também é gente” e do bode “Galeguinho”.
Parece um poodle de cabelo cortado, da raça pura dus brancão duzóio azur, culpada como disse nosso Principar Inconomista, pela crise mundial de 2008 e que aqui seria uma “marolinha”. Afundei e me afoguei na marolinha, afogado estou e permaneço; pra mim, somados os anos, a marolinha virou o maior tsunâmi.
O Chefão do território, pai do dono do Juq**nha , quase o matou de humilhação ao inventar e estrelar o “Dançando Com o Guardanapo na Cabeça”, musical lançado mundialmente em Paris.
Ainda por cima obrigou seu filho e o Juq**nha a viajarem por cima, de helicóptero, geringonça barulhenta sem primeira classe e de lanchinho, “Senhor Juq**nha, barrinha de cerais?”
Depois da chegada, tem de aguentar o cerco do seu apêsinho de um andar inteiro, ou cobertura duplex, esqueci de perguntar, tal o pesar que senti pelo pobre riquinho.
Se eu fosse catapultado à pobreza, com a cota diária de Jacke reduzida pela metade, me regozijaria mesmo assim, feliz na pobreza, como ensinou Chico de Deus.
No bairro pobre do Leblon onde reside, cito o Juq**nha: “Sitiado por gente feia, mal vestida e pobre querendo quebrar, tocar fogo e pichar tudo por pura dor de cotovelo, a choldra banguela vaiava e xingava o pai do meu dono. ‘Ladrão!’ Até o papagaio da vizinha deu suas bicadas ‘Currupto paco papaco!’ Já estou fingindo que não o conheço”.
Sobrou ao Juq**nha bater um papinho com o lhasa-apso Caetano, habitante do Arpoador, periferia pobre do Leblon pobre; o lhasa-apso tem um jeitinho meio “assim”.
Chico de Deus deu o nihil obstat às pessoas como o Caetano, mas Juq**nha, por mais liberal que se afirme (cão de político, político é) ainda assim guarda forte preconceito existencial.

FOTOS: Maravilhosamente só ou bem acompanhada, a deusa Ava Gardner e todo o glamour da Hollywood clássica

Ava-Gardner
Ava em cena do filme "Assassinos" (1946): deslumbrante (Foto: Ray Jones/John Kobal Foundation/Getty Images)
Hollywood jamais foi a mesma após Ava Lavinia Gardner (1922-1990).
A atriz nascida em Smithfield, no Estado americano de Carolina do Norte, entrou para a história do cinema por sua participação em clássicos como Mogambo (mesmo título em inglês, em que contracenou com Clark Gable e Grace Kelly), A Condessa Descalça (1954, título original The Barefoot Contessa, com Humphrey Bogart), E Agora Brilha o Sol (1957, The Sun Also Rises, com Tyrone Power, Erroll Flynn e Mel Ferrer) e, entre muitos outros, A Noite do Iguana (1964, título original:The Night of the Iguana, com Richard Burton e Deborah Kerr).
Tais performances contribuíram para que ela fosse eleita em 1999 pelo American Film Institute a 25ª maior atriz de todos os tempos.
Uma das mais belas atrizes de todos os tempos, de uma beleza clássica — cabelos negros, pele branca, olhos azuis-esverdeados brilhantes, rosto de formato marcante e lábios com que a maioria das mulheres sonha –, não é por acaso que ela virou a cabeça de homens como o bilionário americano Howard Hughes, o toureiro espanhol Luis Dominguín e, sobretudo, de Frank Sinatra, com quem foi casada durante pouco mais de dois anos, mas de quem se diz ter sido a maior paixão da vida do maior cantor do século XX.
Ava-Condessa
Dançando com Ricardo Riolli em "A Condessa Descalça" (1954) (Foto: United Artists/Archive Photos/Getty Images)
Ava, naturalmente, sempre despertou grande curiosidade sobre sua vida pessoal. A intimidade da diva, aliás, foi dividida com pelo menos outras três celebridades com as quais esteve oficialmente casada: o ator Mickey Rooney (1942-1943), o bandleader de jazz Artie Shaw (1945-1946) e ele, Frank Sinatra (1951-1957), que deixou a esposa anterior, Nancy, por ela.
Nesta bela série de fotografias compiladas pelo site da Vanity Fair, revista americana que sempre seguiu Hollywood de perto, vemos Ava reluzir em retratos individuais ou em companhia dos célebres maridos e outras personalidades. Puro glamour de toda uma época do cinema.
Ava-Mickey
Ava com o primeiro marido, o ator Mickey Rooney, na casa noturna Mocambo, Hollywood, 1943 (Foto: Jack Albin/Hulton Archive/Getty Images)
Ava-Gardner
Divertindo-se ao ar livre nos anos 1940 (Foto: Hulton Archive/Getty Images)
Ava
Posando em 1942 (Foto: Eric Carpenter/John Kobal Foundation/Getty Images
Ava-Artie
Com o músico Artie Shaw (1910-2004) na casa noturna nova-iorquina El Morocco, em junho de 1945: eles se casariam quatro meses depois (Foto: Photofest - Colorização digital por Lorna Clark)
Ava-Gardner
Posando com vara de pescar em 1942 (Foto: Hulton Archive/Getty Images)
Ava-Sinatra
Com o terceiro marido, Frank Sinatra (1915-1998), seu "grande amor", Hollywood, 1952 (Foto: Rom Keystone/Getty Images)
Ava-Lana
Bate-bola de deusas: com Lana Turner (1921-1995) no set de "A Viúva Alegre" (1952) (Foto: MGM/Photofest - Colorização digital por Lorna Clark)
Ava
Uma Ava fatal, em 1952 (Foto: Virgil Apger/ John Kobal Foundation/Getty Images)
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Com Gregory Peck (1916-2003) em premiação da revista "Look" em 1953 (Foto: Hulton Archive/Getty Images)
Ava-Gardner
Na estreia de "A Condessa Descalça" (Foto: Bettman/Corbis)
Ava-John-Ford
Com o mítico diretor John Ford (1894-1973) em 1952, no set de "Mogambo" (1953) (Foto: Hulton Archive/Getty Images)
Ava-Clarke
Com Clarke Gable (1901-1960) em "Mogambo": a atuação lhe rendeu indicação ao Oscar (Foto: MGM/Getty Images)

O que os consultores de Dilma estão aconselhando para a presidente recuperar popularidade — com o olho em 2014


Estratégia para eleição de 2014: se colar, colou (Foto: VEJA.com)
Estratégia para eleição de 2014: se colar, colou (Foto: VEJA.com)
Do blog Política & Economia Na Real, do jornalista José Márcio Mendonça e do economista Francisco Petros
TESES ELEITORAIS – I
Já estão visíveis algumas das teses com as quais os consultores de Dilma pretendem recuperar o prestígio da presidente e reconquistar os votos que estariam sendo perdidos agora por ela na corrida de 2014:
1. Os problemas brasileiros não são brasileiros, são internacionais. Nós somos vítimas da má condução da política econômica por outros países, principalmente os ricos.
2. A inflação de agora não é nada, inflação perigosa era a do tempo de FHC. Não dá para comparar uma com a outra e a oposição não tem autoridade moral para falar sobre esse assunto.
3. A insatisfação popular, que explodiu nos movimentos de junho, é consequência da política de inclusão social e de incentivo ao consumo do governo Lula, continuadas pela administração Dilma.
Parece a história dos “recursos não contabilizados” do mensalão.
Se colar, colou.
Teses eleitorais – II
Até agora, a oposição só tem um tema de campanha: falar mal do governo. Por mais que Dilma esteja tropeçando, é muito pouco. Não há perigo de colar.
Teses eleitorais – III
Por essas e outras, o que não é “político” [de política tradicional] está tão em alta nas pesquisas. Quanto menos identificado com a “política” dos políticos, mais prestígio.

PMDB e PT estão em guerra pelo comando dos hospitais federais no Rio — para fazer dinheiro à custa dos doentes

Publicado em: 05/04/2012


CRIME -- Emergência do Hospital do Andaraí (RJ), às 10h58 da última quinta-feira: tem gente que lucra com essa situação (Foto: Luiz Maximiano)

O CRUEL TEOREMA DA SAÚDE

O PMDB e o PT estão em guerra pelo comando dos hospitais federais no Rio de Janeiro. Para melhorar a vida dos pacientes? Não. Para fazer dinheiro à custa dos doentes. Peemedebistas querem arrecadar 4 milhões de reais por ano. Um assessor do ministro recebeu propina de 200 000 reais
VEJA reconstituiu os bastidores de uma batalha travada entre PMDB e PT pelo controle dos hospitais federais do Rio de Janeiro.
São seis unidades, cujos orçamentos em 2012, somados, chegam a 645 milhões de reais. O embate tem desfecho incerto, mas já deixa claro como gastos de campanha podem tornar reféns agentes públicos e revela por que certos políticos insistem tanto para nomear diretores de órgãos oficiais.
Chama-se Edson Pereira de Oliveira um dos protagonistas dessa trama. Até o fim do ano passado, ele era assessor especial do ministro da Saúde, o petista Alexandre Padilha. Em dezembro, Oliveira pediu demissão. Alegou razões pessoais, mas, na verdade, não resistiu ao assédio de peemedebistas e outros deputados do Rio interessados em comandar diretorias dos hospitais federais do Estado.
Esse grupo acossou Oliveira quase que diariamente. Usou como arma uma informação preciosa: amigo de Alexandre Padilha há vinte anos, o então assessor especial do ministro havia se corrompido. Recebeu 200 000 reais de um grupo ligado a uma quadrilha suspeita de desviar dezenas de milhões dos hospitais fluminenses. O suborno tinha como objetivo manter abertas as portas do ministério aos interesses do grupo — àquela altura ameaçados.
A SAÚDE DOENTE Da esquerda para a direita, os deputados Marcelo Matos, Nelson Bornier e  Deputado Aureo: propina para manter esquema no governo Dilma
A SAÚDE DOENTE -- Da esquerda para a direita, os deputados Marcelo Matos, Nelson Bornier e Aureo: propina para manter esquema no governo Dilma
Mudanças com Dilma
Ao tomar posse na Presidência, Dilma Rousseff demitiu peemedebistas da cúpula do Ministério da Saúde. A canetada presidencial atingiu o cargo de ministro, a bilionária Secretaria de Atenção à Saúde, a Funasa e as cobiçadas diretorias de hospitais federais do Rio.
Para tais postos, Dilma escalou técnicos e petistas — ou técnicos que contam com a simpatia do PT. Essas trocas desencadearam uma guerra  subterrânea entre os dois maiores partidos da base governista.
Para mudar o comando dos hospitais federais do Rio, o ministro Alexandre Padilha usou como argumento o fato de que uma inspeção no sistema de compras do ministério revelou que os preços cobrados pelas seis unidades marchavam de mãos dadas com o desvio e o desperdício. Era preciso mudar.
Propina beirava os 15%
Padilha pediu à Controladoria- Geral da União  (CGU ) que auditasse as contas dos hospitais e à Polícia Federal que entrasse no caso. Uma análise preliminar da CGU revelou desvios de 124 milhões de reais em contratos que somam 887 milhões de reais.
Ou seja, a taxa de propina beirava 15%. Os pagamentos desses valores foram feitos entre janeiro de 2009 e abril de 2011. Na maior parte desse período em que ocorreram as fraudes, lembravam os petistas, a cúpula da Saúde estava sob o comando do PMDB.
O contra-ataque começou no início de 2011. Segundo o ex-assessor de Padilha, que tinha como função principal conversar com os parlamentares em nome do ministro da Saúde, o então deputado Cristiano, do PTdoB do Rio, de quem havia se tornado amigo íntimo, voluntariamente se dispôs a pagar uma dívida de campanha da época em que Oliveira disputara a prefeitura de Ibititá (BA).
Dinheiro passou por tês contas bancárias, para despistar
“Só descobri depois que não existe almoço grátis”, conta o ex-assessor, invocando uma aparente ingenuidade. No entanto, para despistar, a propina passeou por três contas bancárias indicadas pelo próprio Oliveira.
Os depósitos foram realizados em junho de 2011 nas contas de um agiota, um amigo e um sobrinho do ex-assessor. Os comprovantes mostram que figuram entre os pagadores dois empregados de uma empresa farmacêutica que recebeu 3,8 milhões de reais da União, desde 2009, graças a contratos fechados, entre outros, com hospitais federais exatamente do Rio de Janeiro.
Por que uma empresa com contratos com o governo pagaria uma conta de um alto servidor público a pedido de um partido?
Parece elementar.
PROPINA No ano passado, o então deputado Cristiano, do PTdoB-RJ (à esq.) providenciou 200  000 reais ao então assessor do ministro da Saúde. Para despistar, o dinheiro foi depositado  parceladamente em várias contas, uma delas a de Valsido Souza (à dir.), que mora em Vitória da Conquista (BA)
PROPINA -- No ano passado, o então deputado Cristiano, do PT do B-RJ (à esq.) providenciou 200 000 reais ao então assessor do ministro da Saúde. Para despistar, o dinheiro foi depositado parceladamente em várias contas, uma delas a de Valsido Souza (à dir.), que mora em Vitória da Conquista (BA)
“Os caras queriam manter o esquema de desvio do governo passado”
VEJA localizou um dos laranjas do ex-assessor do Ministério da Saúde em Vitória da Conquista, no interior da Bahia.
Valsido Viana de Souza recebeu 65 000 reais em sua conta. Primeiro, disse que o dinheiro era resultado de pagamentos por trabalhos de consultoria que fez a interessados em participar do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Depois, confrontado, acabou confirmando que o dinheiro era mesmo para Edson Oliveira. “Eu recebi para pagar a dívida de campanha dele.”
O ardil de usar amigos e laranjas para ocultar a origem da remessa não combina, de novo, com a ingenuidade demonstrada por Edson Oliveira na sequência da história: “O dinheiro me aliviou, mas aí começou uma pressão para nomear pessoas”, conta o ex-assessor.
E ela partia, segundo ele, do “amigo” Cristiano e dos deputados Nelson Bornier (PMDB), Marcelo Matos (PDT) e Aureo (PRTB), que apresentaram uma lista de indicados para os hospitais federais do Rio. “Os caras queriam manter no governo Dilma o esquema de desvio de recursos que havia no governo passado”, acusa.
SURPRESA Alexandre Padilha diz que só foi informado do caso na semana passada e pediu à polícia que investigue seu antigo assessor
SURPRESA Alexandre Padilha diz que só foi informado do caso na semana passada e pediu à polícia que investigue seu antigo assessor (Foto: Marcelo Camargo / Folhapress)
O alvo principal da cobiça dos parlamentares fluminenses, segundo Edson Oliveira, eram as diretorias dos hospitais de Bonsucesso, da Lagoa e de Ipanema.
O ex-assessor revelou que, além dos cargos, os deputados Aureo e Marcelo Matos, durante uma reunião que tiveram em Brasília, deixaram claro que seus planos envolviam a formação de um caixa nos hospitais federais do Rio que renderia 4 milhões de reais por ano. O valor, que teria sido fixado pelo deputado Nelson Bornier, seria alcançado através do recolhimento de 350 000 reais em propinas por mês.
“Tem corrupção em todos os hospitais federais do Rio”
De acordo com o ex-assessor do ministro, Padilha jamais soube das tramoias e chantagens. Oliveira pediu para sair do ministério antes que isso acontecesse.
Na semana passada, o ministro pediu à Polícia Federal que apure as negociações envolvendo o amigo e antigo colaborador. Os deputados do Rio negam a acusação de que tenham cobrado uma mesada do ex-assessor. “A corrupção agora, sim, está geral”, contra-ataca o deputado Aureo.
“Tem corrupção em todos os hospitais federais do Rio”, reverbera Nelson Bornier. O atual diretor do Departamento de Gestão Hospitalar do Rio, João Marcelo Ramalho Alves, indicado para o cargo pelo PT da Bahia, é um nome-chave para explicar o que se passa nos hospitais.
O ministro Padilha tem em mãos a faca e o queijo para impedir o loteamento político na saúde.

“O DEPUTADO PEDIU 350 000 POR MÊS”, DIZ ASSESSOR
Depois de receber dinheiro de parlamentares, assessor do ministro da Saúde foi pressionado por eles para indicar diretores de hospitais

NA SURDINA Edson Pereira: o ex-assessor do Ministério da Saúde diz que seu chefe não sabia de nada
NA SURDINA Edson Pereira: o ex-assessor do Ministério da Saúde diz que seu chefe não sabia de nada
O advogado Edson Pereira de Oliveira é um parceiro de longa data do ministro Alexandre Padilha. Nos últimos vinte anos, eles militaram juntos no movimento estudantil, nas hostes petistas e nas administrações federais do PT.
Oliveira assessorou Padilha quando este foi ministro de Relações Institucionais, no governo Lula. Depois, acompanhou o amigo e chefe na mudança para a pasta da Saúde, já na gestão Dilma.
Nas duas funções, o ex-assessor trabalhava diretamente com os parlamentares. Ele sabe, portanto, como o sistema opera. Principalmente as máquinas do PT, ao qual foi filiado durante dezenove anos, e do PMDB, ao qual está vinculado atualmente.

Qual a origem dos depósitos feitos em contas bancárias de pessoas ligadas ao senhor?
Em 2008, fui candidato a prefeito e saí da campanha com dívidas. No início do ano passado, já como assessor no ministério, conheci o deputado Cristiano (PTdoB-RJ). Ele virou um amigo.
Num determinado momento, falando sobre minha campanha, disse que ainda tinha dívidas, estava sendo cobrado e não conseguia pagar. A dívida era de uns 200 000 reais. Ao ouvir o relato, o deputado Cristiano falou: “Isso eu resolvo para você, eu te ajudo”.
Respondi: “Se você resolver pra mim, fico lhe devendo a vida. Depois lhe pago e tal”. Hoje, tenho uma leitura perfeita de que caí numa armadilha. É aquela história: não existe almoço grátis.

Como foi feito o pagamento?
Mandei um cara ao Rio para receber, porque o deputado Cristiano me disse que arrumaria o dinheiro, mas que teria de ser em espécie. O Valsido Souza, que me ajudou na campanha, foi para lá, há mais ou menos um ano, ficou uns dez dias e nada de o dinheiro aparecer.
Depois, falei para o Cristiano deixar para lá o acerto. “Não, não, eu vou resolver para você”, insistiu o deputado. Num jantar em Brasília, eu passei para ele o nome e os dados bancários das pessoas que receberiam o dinheiro.

O deputado Cristiano nunca lhe falou de onde sairia o dinheiro?
Não. Ele é empresário. A princípio, eu achava que o dinheiro era dele. Se você me perguntar quanto foi depositado, eu não sei  exatamente. Só sei que foi na conta das três pessoas que eu indiquei.
O dinheiro me aliviou, e fiquei tranquilo. Mas aí começou uma pressão para nomear pessoas para os hospitais federais do Rio de Janeiro.

Pressão só do deputado Cristiano?
Não só, mas também dos deputados Cristiano, Marcelo Matos, Aureo e Nelson Bornier. Qual era a história? Os caras queriam manter no governo Dilma o mesmo esquema de desvio de recursos que havia antes.
Fiquei sendo chantageado por eles. O deputado Cristiano era quem geralmente trazia a demanda, apresentava as sugestões da bancada do Rio, as indicações.

Quais foram as indicações?
Eles pediram a permanência de Leila Regina de Carvalho como diretora administrativa do hospital de Bonsucesso e propuseram dois nomes para chefiar os hospitais de Ipanema e da Lagoa. Como o ministro já havia me dito para ter cuidado com a turma do Rio e deixado claro que não aceitaria mais nomeações políticas, não levei as sugestões adiante.

Depois de acertado o débito de campanha, você passou a ter uma dívida política?
Fiquei sendo chantageado pelos caras. Quando o deputado Cristiano perdeu o mandato, vinham conversar comigo os deputados Aureo e Marcelo Matos. Eles falavam: “Olha, o Nelson Bornier está pressionando, está fazendo requerimento, está convocando”.
Qual era o objetivo dos deputados com aquela história de convocar todos os diretores dos hospitais federais do Rio? Era pressionar o governo e conseguir a nomeação de diretores do interesse da bancada do Rio.

O ministro tomou conhecimento dessa chantagem?
Não contei para o ministro. É uma história desagradável. O fato é que os deputados criaram essa pressão, e o Nelson Bornier  desempenhava o papel do lobo mau: fazia pedidos de convocação na Câmara e ainda mandava essa tropa a campo. Era um problema de chantagem mesmo.

O deputado Nelson Bornier não falava diretamente com o senhor?
Ele mandava essa turma. Em dezembro do ano passado, os deputados Aureo e Marcelo Matos me chamaram para uma conversa fora dos gabinetes. Foi lá no restaurante Mangai.
Repetiram a pressão. Num determinado momento, o deputado Aureo disse o seguinte: “O Bornier quer isso aqui”. Em seguida, ele escreveu 350 num papel — o que queria dizer 350 000 reais por mês dos hospitais federais do Rio.
Eu falei: “Aureo, você está maluco, cara!”. Foi aí que eu pedi para eles abrirem o jogo para mim. Ele respondeu: “Tem aqueles depósitos na Bahia”.
Foi quando a minha ficha caiu. Eles venderam lá no Rio a ideia de que tinham o controle sobre as nomeações do ministério, mas não tinham, não nomearam ninguém. Como nenhuma nomeação aconteceu, vieram para cima de mim.

Quando o senhor pediu demissão, contou a história ao ministro Padilha?
Eu já estava de saco cheio de governo. A gente ganha pouco e trabalha muito. Sabia que esse negócio, mais cedo ou mais tarde, ia dar m… Não ia deixar um erro meu prejudicar o governo, o ministro e tudo o mais.
O Padilha não sabe disso. Esse vai ser o momento mais difícil. Contar para um cara que conheço há vinte anos, de quem tinha absoluta confiança, que entrei numa armadilha. Será mais difícil do que falar para a minha esposa.
(Reportagem de Daniel Pereira e Hugo Marques, publicada na edição de VEJA que está nas bancas)

Animação paquistanesa mostra super-heroína que luta por educação

Paquistão

"Burka Avenger" é uma professora que combate vilões que ameaçam escolas

Apresentação à imprensa do desenho, em Rawalpindi
Apresentação à imprensa do desenho, em Rawalpindi (Farooq Naeem/AFP)
Durante o dia, ela é professora. À noite, se transforma em uma super-heroína que luta em defesa das escolas de meninas destruídas por vilões. Com um detalhe importante: o disfarce que ela usa quando enfrenta o mal é uma burca. No desenho animado paquistanês "Burka Avenger" ("A vingadora de burca", em tradução livre), a heroína luta por canetas e livros, em uma versão animada das palavras usadas pela jovem Malala Yousafzai em recente discurso nas Nações Unidas. 
A questão da educação de meninas no Paquistão tornou-se conhecida internacionalmente depois do ataque do Talibã a Malala, em outubro do ano passado. Nove meses depois do atentado que quase tirou sua vida, ela falou para representantes de mais de 100 países na Assembleia de Jovens da ONU, no qual destacou a força da educação. "Nossos livros e canetas são as armas mais poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo". 
Quase metade das crianças paquistanesas e aproximadamente três quartos das meninas não estão matriculadas na escola primária, de acordo com a ONU e as estatísticas do governo publicadas no ano passado.
O criador da animação, Haroon Rashid, uma estrela pop no Paquistão, afirma que Malala é uma "super-heroína da vida real". Segundo ele, o ataque contra a jovem aconteceu enquanto o primeiro episódio de "Burka Avenger" estava sendo preparado. "Ficamos todos atordoados porque estávamos trabalhando exatamente na mesma história: uma menina que enfrenta um vilão que havia tentado fechar sua escola".
Sobre a questão da burca, Rashid disse à rede americana CNN que a heroína não escolheu esse disfarce por ser oprimida. “Ela escolheu vestir isso para esconder sua identidade da mesma forma que os super-heróis fazem. Como o Batman ou a Mulher Gato”. Acrescentou que o Talibã sequestrou a religião e passou a usá-la em sua própria agenda. A escolha por esse disfarce também foi feita, explica, em resposta a qualquer crítica de que a luta pela educação de meninas exposta no desenho é anti-islâmica. “Ao vestir uma burca ela está mostrando que é uma mulher muçulmana e uma super-heroína. E que ela defende todas as boas coisas do Islã e os reais valores islâmicos, que são igualdade, direitos das mulheres, educação e paz, e não do jeito que tem sido sequestrado por elementos radicais”. 
Popularidade - Rashid disse estar surpreendido pela resposta ao programa, que ainda nem foi lançado no país. Uma distribuidora de TV da Europa já demonstrou interesse e tem mantido contato para traduzir o desenho para 18 idiomas, incluindo inglês e francês, e exibir a atração em 60 países, conta. No total, a animação deverá ter treze episódios, segundo a CNN. “Você pensa como é possível falar sobre assuntos difíceis como este em um programa para crianças? Mas os assuntos estão sendo apresentados de uma forma muito divertida, cheia de aventura e comédia”, defende. 

Com agência France-Presse)

Filho de Mussum vai lançar cerveja artesanal batizada de Biritis no próximo dia 19


Sandro Gomes, um dos quatro filhos do humorista, quer se destacar como empreendedor
Muita gente não o conhece pelo nome de batismo - Antonio Carlos Bernardes Gomes. Mas todos se lembram do personagem Mussum, eternizado como uma dos principais comediantes do País e integrante do quarteto Os Trapalhões. Mussum morreu em 1994, mas deixou em um de seus filhos, Sandro Gomes, a paixão pela cerveja - ou 'mé', como o personagem se referia à bebida alcoólica. Agora, Gomes pretende também tornar-se conhecido, mas como empreendedor. Gomes prepara o lançamento - no dia 19 - da cerveja artesanal Biritis.

A cerveja, do tipo Vienna Lager, é o primeiro produto da cervejaria Brassaria Ampolis, criada por Gomes e outros dois empreendedores, Diogo Mello e Leonardo Costa. De acordo com a empresa, mais do que uma cerveja divertida - ela utiliza a imagem do humorista -, trata-se de um projeto feito com carinho, atenção e o cuidado de um filho em forma de homenagem ao pai, também um notório apreciador de cerveja.

Inicialmente, a Biritis será vendida em garrafas de 600 ml apenas em alguns pontos de venda selecionados em São Paulo e Rio de Janeiro. Haverá venda do produto na loja que funciona na quadra da escola de samba Mangueira, outra paixão de Mussum. Nos planos da cervejaria está uma expansão cuidadosa, mas existe a ideia de produzir 50 mil litros da bebida até o fim do primeiro semestre de operação.
Divulgação
Divulgação
Cervejaria vai usar imagem do humorista, que morreu em 1994

Lula é eleito o político mais corrupto de 2012


Ex-presidente venceu prêmio promovido por movimento anticorrupção


O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu neste domingo, 20, o Troféu Algemas de Ouro, prêmio criado para eleger o político mais corrupto de 2012. A enquete promovida pelo Movimento 31 de Julho, grupo anticorrupção que atua na internet, foi realizada no Facebook e conseguiu mobilizar mais de 14 mil pessoas.Lula foi acusado pelo publicitário Marcos Valério de ter usado o dinheiro do mensalão para quitar despesas pessoais. Ele venceu o prêmio com 65,69%, o equivalente a 14.547 votos.
O ex-senador Demóstenes Torres ficou com o segundo lugar, com 21,82% dos votos. Ele foi cassado devido a estreita relação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo. O terceiro ficou o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), com 4,55% dos votos, que no ano passado apareceu em fotos, em Paris, ao lado do dono da empresa Delta, construtora investigada na CPI do Cachoeira.
'Fraude'. Coordenadores tiveram de impugnar mais de 9 mil votos por causa de suspeitas de fraude na votação. Segundo o movimento, internautas denunciaram que um suposto robô estaria adulterando o resultado da enquete, votando para um determinado candidato. A organização do prêmio chegou a acionar o Facebook.
A primeira edição do Troféu Algemas de Ouro, realizada em 2011, foi vencida pelo senador José Sarney (PMDB), que obteve 60% dos 7 mil votos. Nesse ano, as Algemas de Prata ficaram com o ex-ministro José Dirceu (PT) e as de Bronze, com a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN).
Veja a lista completa dos candidatos que concorreram para o Algemas de Ouro 2012:
Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) 
Eduardo Azeredo (PSDB-MG)
Erenice Guerra (PT)
Fernando Pimentel (PT)
Fernando Cavendish (Delta)
Jader Barbalho (PMDB-PA)
José Roberto Arruda (ex-DEM-DF)
Lula (PT)
Paulo Maluf (PP-SP)
Sérgio Cabral (PMDB-RJ) 

Batman é gay e sai com Elton John em livro lançado na Itália

veja.com

Marco Mancassola, autor do livro, diz que não quer ofender os fãs, mas apenas mostrar lado humano do herói

SÃO PAULO - Batman, o cavaleiro das trevas, saiu do armário e assumiu a homossexualidade em um novo livro de história em quadrinhos lançado na Itália.

A revelação vem nas vésperas de um novo filme onde Batman vai contracenar com o Super Homem em um novo filme anunciado pela Warner Bross Pictures, previsto para estrear em 2015.

Gay, narcisista e bizarro, o Homem Morcego do livro do italiano Marco Mancassola confirma o que muita gente suspeitava sobre a vida de um herói que se veste com uma estranha roupa de borracha para aventuras com seu companheiro inseparável, Robin, que se veste também de modo exótico.

O livro chega esta semana à Inglaterra e já provoca muita polêmica antes mesmo do lançamento.O herói aparece em algumas cenas ao lado de Sir Elton John em Nova Iorque, em jantares de caridade.

Na versão de Mancassola, Batman caça garotos pela noite de Gotham City, apesar de ter um caso fixo com Robin.

Capa do livro: revelação sobre a preferência sexual de Batman - Reprodução


Lado humano. Mancassola diz que apenas mostra o lado humano de Batman, de quem é fã. O romance imagina as obsessões eróticas de outros heróis das Histórias em Quadrinhos, como Superman, Senhor Fantástico e outros, cujas habilidades estão entorpecidas pelo processo de envelhecimento. 

Ao retratar Batman tão abertamente gay, Mancassola explicita comentários antigos sobre o herói. Grant Morrison, que escreveu histórias do Batman para a DC Comics, afirmou que "ele está destinado a ser heterossexual, mas a base de todo o conceito é totalmente gay", segundo reportagem do The Independent.

A homossexualidade é apenas um aspecto da vida erótica secreta de Batman, de acordo com Mancassola. Ele disse ao jornal The Independent: "Batman sempre teve um lado muito escuro". Ele acrescentou: "O narcisismo é o seu abismo interior. Ele é apaixonado pelo mistério da juventude".

O autor se defende dos ataques que vem recebendo de fãs: "Não houve intenção de chocar ou ofender ninguém: a vida erótica dos super-heróis é apenas uma tentativa de explorar a humanidade complexa de um grupo de personagens".

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,batman-e-gay-e-sai-com-elton-john-em-livro-lancado-na-italia,161019,0.htm

O pouso forçado de Sérgio Cabral: decreto estabelece dez regras para uso de helicópteros oficiais

Rio de Janeiro

Aeronaves só poderão decolar "em missão" ou por "questões de segurança", para uso pelo governador, vice, secretários, chefes de poderes e presidentes de autarquias

20 de junho - 13h04: Cabral e o filho Marco Antono embarcam no Agusta, aeronave comprada em 2011 por 15,7 milhões de reais, rumo ao Palácio Guanabara, que fica a uma distância de apenas sete quilômetros
20 de junho - 13h04: Cabral e o filho Marco Antono embarcam no Agusta, aeronave comprada em 2011 por 15,7 milhões de reais, rumo ao Palácio Guanabara, que fica a uma distância de apenas sete quilômetros - Oscar Cabral

Um decreto publicado nesta segunda-feira no Diário Oficial do Estado do Rio estabelece dez regras para o uso de helicópteros oficiais “no âmbito da administração pública”. O decreto é uma reação à repercussão negativa para o governador Sérgio Cabral das revelações de que as aeronaves do estado servem a viagens de fins de semana e para o transporte diário, feitas por VEJA. A medida também atende uma recomendação do Ministério Público para que o Executivo criasse regras para o uso dos helicópteros.
Basicamente, o decreto 44.310 de 2 de agosto de 2013 formaliza o que foge ao bom senso das autoridades: as aeronaves devem ser usadas apenas para “desempenho de atividades próprias da administração pública estadual”. Em missão ou oficial ou “por questões de segurança da autoridade”. Podem usar os helicópteros o governador, o vice, os chefes de poderes, os secretários de estado e os presidentes de autarquias e empresas públicas.
Sempre que solicitar uma aeronave, a autoridade deverá informar data e hora do voo, motivo do deslocamento, trajeto, tempo previsto de permanência e lista dos passageiros. O decreto também transfere três helicópteros da Casa Civil para a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. O descumprimento das novas regras implicará em abertura de sindicância e processo disciplinar.
Justificativa – O voo de Cabral até a "humildade" foi longo, demorado e custou ao governador pontos preciosos de aprovação num momento em que já era ele o principal alvo dos protestos de rua no Rio e, mais recentemente, no Brasil. Confrontado com os motivos para o uso cotidiano de helicópteros de sua residência, no Leblon, até o Palácio Guanabara, em Laranjeiras, Cabral afirmou que “não era o único” a fazer esse tipo de viagem, e alegou ter direito também de usar a aeronave para transportar sua família, empregados domésticos e o cachorro Juquinha do Rio a Mangaratiba, na Costa Verde, para passar fins de semana.
Há duas semanas, a pesquisa CNI/Ibope aferiu a popularidade dos governadores, e revelou que, no Rio, apenas 12% da população aprovam o governo Cabral. Desde então, a estratégia de comunicação do governo Cabral passou a incluir aparições públicas – como na visita às vítimas do rompimento de uma adutora, na Zona Oeste. O governador admitiu, na semana passada, que cometeu “erros de diálogo” e disse que precisava de mais "humildade".
(Com Estadão Conteúdo)

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