quarta-feira 12 2013

'Não vou aparecer na hora da campanha', diz FHC sobre 2014

 Por estadao.com.br
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que não pretende "aparecer" na provável campanha do senador...

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que não pretende "aparecer" na provável campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República, em 2014. O tucano afirmou que a próxima disputa presidencial não deve ser pautada por um embate entre os legados de seu governo (1995-2002) e das gestões do PT.
"Eu não vou aparecer na hora da campanha. Não adianta nada o apoio de A, de B, ou de C... Na hora da campanha, é uma conversa do candidato com o País. Não pode ser uma disputa Lula versus FHC", disse o ex-presidente durante um debate realizado pela agência Reuters, em São Paulo.
Aécio tratou com destaque a gestão de FHC no discurso que encerrou a convenção nacional do PSDB, no último sábado. Na ocasião, o senador defendeu as reformas econômicas do ex-presidente e as privatizações.
Para Fernando Henrique, o discurso indica que Aécio "acha que é preciso voltar a ter coragem de fazer o que tem que ser feito, inclusive na área de privatizações". "Ele quis mostrar que quer reatar com o que o PSDB fez no passado. É claro que o passado passou, mas a posição dele é uma posição mais condizente com as reformas."
FHC afirmou também no evento que o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) lhe disse, há cerca de um mês, que será candidato à Presidência em 2014.
Cautela. O ex-presidente mostrou-se cauteloso, no entanto, ao tentar prever se a candidatura se concretizará. "Pela primeira vez, você vê - pode ser que sim, pode ser que não - a emergência de um candidato que não vem do bloco de poder", afirmou.

Campos cita FHC como 'exemplo a ser seguido'

 Por ANGELA LACERDA, estadao.com.br
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB Eduardo Campos (PSB) citou nesta quarta-feira o ex-presidente...

O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB Eduardo Campos (PSB) citou nesta quarta-feira o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) como protagonista de "um bom momento da história do País" a ser seguido, ao comentar que "o viés eleitoral acelerado que se vive hoje atrapalha inclusive a juntar forças".
"Vi, durante a campanha de 2002 o presidente Fernando Henrique chamar ao palácio todos os candidatos a presidente da República para discutir a questão do Brasil naquela hora, quando havia uma crise cambial batendo às portas, havia necessidade do Fundo Monetário Internacional (FMI)", disse, em entrevista, depois de nomear 350 médicos para reforçar os quadros das unidades hospitalares do Estado.
Indagado se a presidente Dilma deveria fazer o mesmo, ou se ainda era muito cedo, ele explicou: "Quis dizer com isso que naquele tempo quem era oposição é governo hoje e nós atendemos, todos os candidatos foram ao presidente Fernando Henrique, os que nós apoiávamos adotaram postura de responsabilidade".
"É importante que a gente aprenda com estes bons momentos da história onde as pessoas podem deixar as ambições de lado e pensar no futuro do País", destacou, ao ser indagado sobre declaração do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para quem seria natural a oposição torcer por "uma quedinha" na popularidade da presidente Dilma.
Campos defendeu que tanto os que estão na base do governo quanto os que estão na oposição precisam ter "uma posição responsável" e pensar no que é importante fazer agora para ajudar o Brasil a se animar, a animar a economia. "Quem pensa em ganhar eleição, tem de ganhar pelos méritos e não pelos deméritos de alguém".
Segundo turno
Sobre a confiança do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, quanto à realização de segundo turno nas próximas eleições presidenciais, a partir das últimas pesquisas de avaliação da popularidade da presidente, o governador afirmou respeitar a opinião do senador, mas disse que "fazer previsão de eleição com um ano e seis meses de antecedência é muito arriscado". Para ele, mais significativo é o fato de que as últimas três eleições presidenciais no Brasil tiveram dois turnos. "É mais expressivo do que qualquer pesquisa que se exercite neste momento", pontuou, revelando a sua crença na realização de dois turnos nas eleições de 2014.
Quinto filho
Campos, de 47 anos, vai ser pai pela quinta vez. Ele confirmou nesta quarta que sua mulher, Renata Campos está grávida de um mês. O casal tem Maria Eduarda, de 21 anos, João, 20, Pedro, 17 e José, oito. "Estamos muito felizes", afirmou ele, ao contar que o caçula é o mais animado com a novidade e já começou a escolher os nomes.

Juiz veta decote e exige higiene em fórum de SP

Por Adriana Ferraz, Luciano Bottini Filho, estadao.com.br
Magistrado de Santana proíbe roupas 'incompatíveis com decoro e dignidade forenses'; entidades de advogados consideram medida elitista

Quem precisar resolver pendências judiciais no Fórum de Santana, zona norte de São Paulo, a partir de amanhã, vai ter de pensar bem antes de abrir o guarda-roupa. Portaria assinada pelo juiz Maurício Campos Velho, diretor da unidade, veta o uso de regatas, shorts, camiseta de gola "v", boné, saias curtas e blusas transparentes, com decotes profundos ou tomara que caia. A justificativa é proibir o ingresso de pessoas com "trajes incompatíveis com o decoro e a dignidade forenses" ou que apresentem "péssimas condições de higiene".
As novas regras serão fiscalizadas por dois funcionários da Justiça - um homem e uma mulher -, que ficarão posicionados na entrada do prédio. Os agentes terão a função de checar o comprimento das vestimentas e a higiene. Visitantes descalços também serão barrados. Somente haverá exceção quando a pessoa considerada com traje inadequado for esperada para uma audiência ou quando o juiz-corregedor autorizar.
As regras despertam reações. Para o presidente da Ordem do Advogado do Brasil (OAB-SP), Marcos da Costa, a portaria é "absurda e discriminatória". Segundo ele, as restrições criam constrangimentos, principalmente por não levarem em conta que há pessoas que não têm condições financeiras para dispor de roupas ditas adequadas.
O presidente da Comissão de Segurança Pública do órgão, Antonio Ruiz Filho, aponta dificuldade na fiscalização. "São detalhes de tamanhos de peças difíceis de inibir, a não ser que haja alguém com fita métrica."
Segundo a Associação Paulista dos Defensores Públicos, a portaria tem "visão elitista, preconceituosa e destituída dos valores que norteiam o Estado Democrático de Direito". A entidade ressalta que a dignidade humana está acima da forense.
Argumentos. Em nota, Campos Velho afirmou que a falta de regras provoca problemas aos fiscais, que já barram visitantes com microssaias, regatas e roupas transparentes - peças não toleradas em "nenhum lugar do mundo civilizado em um ambiente forense". Ele cita que em outros órgãos também há regras estipuladas, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Provimento do Conselho Superior da Magistratura do Tribunal de Justiça (TJ-SP) permite a regulamentação dos trajes e determina que "nas dependências do fórum, partes, testemunhas, auxiliares e demais pessoas deverão apresentar-se convenientemente trajados, segundo sua condição social".

Governos se calam após destruição na Paulista

Por Bruno Paes Manso, Lúcia Müzell / Paris, especial para o Estado, estadao.com.br
Nádia e Afif nada dizem; da França, Haddad se irrita com vândalos e Alckmin defende PM

Com o governador e o prefeito em Paris para tratar da candidatura de São Paulo à Expo 2020, seus substitutos evitaram comentar os protestos na principal cidade do País. O Movimento Passe Livre protocolou um pedido de reunião com a prefeita em exercício, Nádia Campeão (PCdoB), que ainda não foi atendido. Já a assessoria do Palácio dos Bandeirantes disse que apenas a Polícia Militar falaria sobre os conflitos.
Antes de o confronto ficar mais intenso na Paulista, por volta das 21h30 (2h30 em Paris), o prefeito Fernando Haddad (PT) se irritou com a informação de que o movimento, que luta pela tarifa zero, havia depredado ônibus.
Mais cedo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) havia destacado a necessidade de ação das polícias para desbloquear vias. "Uma coisa é movimento, que tem de ser respeitado, ouvido, dialogado. Isso é normal e é o nosso dever fazê-lo", disse o governador, na saída de uma reunião com empresários. "Outra coisa é vandalismo: você interromper artérias importantes da cidade, tirar o direito de ir e vir das pessoas, depredar o patrimônio público, que é de todos. Isso não é possível. Aí é caso de polícia e a polícia tem o dever de garantir a segurança das pessoas."
Alckmin e Haddad ficam na França até amanhã, quando participam da apresentação final da candidatura de São Paulo para sede da Expo 2020. Durante a tarde de ontem, o governador e o prefeito participaram de reunião para acertar os últimos detalhes, mas permaneceram de olho nas notícias de São Paulo. Eles também jantaram juntos na embaixada.
Ninguém para comentar. Apesar do fuso horário de cinco horas em relação à França, as assessorias garantiram que os dois permaneceriam monitorando os acontecimentos na cidade - o Estado buscou contato com ambos, porém, sem sucesso. Já no Brasil, tanto a vice-prefeita Nádia Campeão quanto o vice-governador Guilherme Afif (PSD) não comentaram o protesto. Mesmo após a situação piorar na Paulista, nem Estado nem Prefeitura se pronunciaram - Haddad informou, por sua assessoria, que só voltaria a falar do assunto hoje.
Reunião. Apesar da reunião de conciliação marcada para hoje, o protesto violento de ontem deve dificultar o diálogo com a Prefeitura - justamente após o Movimento Passe Livre (MPL) ter acenado, pela primeira vez, com a possibilidade de negociar propostas. O Ministério Público vai promover um encontro às 14 horas entre os representantes do movimento e das Secretarias Estadual e Municipal de Transportes. O secretário municipal Jilmar Tatto deverá participar.
O MPL reivindica que as passagens de ônibus, trem e metrô, que aumentaram para R$ 3,20 no dia 2, volte para R$ 3. "Não aceitamos nada menos", diz Marcelo Hotimsky, de 19 anos, estudante de Filosofia da USP e porta-voz do MPL. Haddad já se manifestou sobre a redução da tarifa, mas disse que precisa de ajuda federal para alcançar o objetivo.

The Doors - Touch Me (Live)