segunda-feira 30 2013

Pearl Jam - Lollapalooza 2013 - COMPLETO (HD)

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Pearl Jam - Last Kiss (Legendado)

Oceans - Pearl Jam legendado

Eddie Vedder - Guaranteed legendado (pt-br)



Eddie Vedder - Society - Traduzida - Into The Wild



12 formas evitar o diabetes tipo 2

Perca a barriga

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Um dos principais fatores de risco para o diabetes tipo 2 é o acúmulo da gordura visceral, ou seja, a gordura acumulada na região abdominal que também se concentra no fígado e entre os intestinos. “Essa gordura obriga o pâncreas a produzir cada vez mais insulina para que a glicose consiga entrar nas células. Esse excesso estimula uma série de mudanças no metabolismo, como aumento da pressão arterial e das taxas de colesterol no sangue”, explica Carlos Alberto Machado, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Portanto, o ganho de peso pode significar o aumento da gordura visceral e, consequentemente, do risco de diabetes tipo 2.

Faça 30 minutos de atividade física diária

Muitos estudos já relacionaram o exercício físico ao menor risco de diabetes tipo 2, assim como outras pesquisas mostraram que o sedentarismo pode levar ao desenvolvimento da doença. Em 2002, um estudo clássico sobre diabetes, o Diabetes Prevention Program (DPP), mostrou que uma mudança no estilo de vida é melhor para evitar a doença do que medicamentos como a metformina, que reduz a resistência à insulina. Essa mudança no estilo de vida significa 150 minutos de atividade física por semana, uma melhora na alimentação e a perda de 7% do peso corporal em seis meses. “Embora a pesquisa tenha sido feita há dez anos, seus resultados foram comprovados pelos estudos que vieram depois”, diz Carlos Alberto Machado, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Cuidado com o sono

Um estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, que foi publicado neste ano mostrou que dormir mal — ou seja, pouco ou de forma inconstante — aumenta o risco tanto de obesidade quanto de diabetes. Isso ocorre porque noites mal dormidas alteram o relógio biológico e retardam o ritmo metabólico. Essa redução pode significar um aumento de 4,5 quilos ao ano sem qualquer alteração da prática de atividade física ou dos hábitos alimentares. Com isso, há o risco do aumento de glicose e resistência à insulina no organismo, fatores que podem levar ao diabetes.

Controle o stress

Por diferentes motivos, o stress pode elevar o risco de uma pessoa desenvolver diabetes tipo 2. Uma pesquisa feita no Canadá com mais de 7.000 mulheres, por exemplo, concluiu que o stress no trabalho chega a dobrar o risco de mulheres terem a doença. Os autores desse estudo mostraram que o problema emocional está ligado a um maior consumo de alimentos gordurosos e calóricos e a um maior sedentarismo, fatores que aumentam as chances de desenvolver a doença. Além disso, o trabalho sugeriu que o diabetes se favorece por perturbações geradas nos sistemas neuroendocrinológico e imunológicos, que provocam maior produção de hormônios como o cortisol e a adrenalina.

Coma pouco e devagar e não faça jejum

Comer muito, especialmente alimentos calóricos e gordurosos, aumenta o acúmulo da gordura abdominal, um fator de risco importante para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. No entanto, não é só a qualidade e a quantidade do que se come que interfere nas chances da doença aparecer. De acordo com uma pesquisa apresentada no Congresso Internacional de Endocrinologia, em maio deste ano, na Itália, a incidência do diabetes é maior em pessoas que comem muito rápido em comparação com quem come mais devagar. O risco, segundo esse estudo, pode chegar a ser 2,5 vezes maior. A frequência com que comemos também interfere nessa probabilidade: uma pesquisa apresentada durante a FeSBE (Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental) de 2011, mostrou que intercalar períodos de jejum e comilança pode causar diabetes, perda de massa muscular e aumentar a produção de radicais livres

Sempre que puder, evite comer gordura

A gordura abdominal favorece a resistência a insulina, quadro que está relacionado ao diabetes tipo 2. Portanto, alimentos gordurosos são fatores de risco para a doença, como provaram diversos estudos sobre o assunto. Pesquisadores da Harvard, por exemplo, concluíram que o risco de desenvolver diabetes tipo 2 aumenta 51% se forem consumidos 50 gramas de carne vermelha processada por dia, e 19% se forem ingeridos 100 gramas diárias de carne vermelha não processada. No entanto, algumas mudanças nos hábitos alimentares podem evitar a doença. No mesmo estudo, esses especialistas mostraram que se uma pessoa que consome 100 gramas de carne vermelha todos os dias substitui o alimento por frutas secas para obter a mesma quantidade de proteínas, o risco diminui em 17%. Este número aumenta para 23% se forem consumidos cereais integrais.

Prefira alimentos integrais

Os alimentos integrais, como pães e arroz, por exemplo, são excelentes alternativas para substituir alimentos que possuem farinha de trigo, como o pão francês. Esse tipo de comida é conhecida por elevar rapidamente as taxas de glicose no sangue, o que pode favorecer o surgimento do diabetes tipo 2, especialmente entre pessoas com maior risco da doença. Açúcar branco, frutas em calda enlatadas e batatas também possuem alta carga glicêmica. "Quanto menor o índice glicêmico, melhor para o paciente evitar a doença. Alimentos ricos em fibra e integrais são ideais para isso", diz o médico Celso Cukier. 

Coma frutas, mas não exagere

Frutas fazem parte de uma alimentação saudável e devem ser ingeridas todos os dias. Porém, há uma grande disparidade na quantidade de frutose, o açúcar das frutas e do mel, que elas contêm. Como ela é metabolizada diretamente pelo fígado, não precisa de insulina para sua quebra primária. Porém, isso não permite o seu consumo em excesso. "A fruta tem muito carboidrato e frutose, mas ela não pode ser eliminada da dieta. Por isso, pessoas predispostas ao diabetes tipo 2 devem evitar as mais adocicadas, como as uvas ou o caqui, ou então consumí-las de forma moderada", diz Roberto Betti, coordenador do Centro de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Coma queijo e iogurte, mas não exagere

Duas fatias de queijo ou meio pote de iogurte (55 gramas) por dia podem reduzir o risco de diabetes tipo 2 em 12%. O restante dos laticínios, porém, não surtem o mesmo benefício, embora não aumentem o risco da doença. Essas foram as conclusões de um estudo holandês publicado em julho deste ano. Segundo os autores dessa pesquisa, como o queijo, além das gorduras saudáveis, também contenha gordura saturada, o excesso desse tipo de alimento não é recomendado. "Alguns estudos já mostraram que existe uma inteiração entre as células de gordura e o cálcio que ajuda a prevenir a obesidade. No entanto, é preciso tomar cuidado com os excessos", diz Celso Cukier, nutrólogo do Hospital Albert Eistein.

Beba café descafeinado

Por causa do efeito da cafeína, o café nem sempre é recomendado a pessoas que apresentam tendência a ter doenças cardiovasculares. No entanto, um estudo americano publicado no início do ano mostrou que a bebida descafeinada, além de não provocar condições como pressão alta, pode proteger o organismo contra diabetes tipo 2. "Vários estudos mostraram que os antioxidantes presentes em bebidas como café e chá podem, de alguma forma, reduzir o risco do diabetes. O que falta sabermos é qual a quantidade e o tipo ideais da bebida que surtem tal efeito", afirma Celso Cukier, nutrólogo do Hospital Albert Einstein.

Se beber, vá de vinho tinto

Várias pesquisas já provaram os benefícios do vinho tinto à saúde (desde que consumido moderadamente). Por isso é possível considerar uma taça ao dia como um aliado na diminuição do risco de diabetes tipo 2, como confirmaram os resultados de um estudo da Universidade de Recursos Naturais e Ciências da Vida, em Viena, na Áustria. Porém, além do teor alcoólico, o vinho também pode ser extremamente calórico. Portanto, o exagero não só não reduz as chances do diabetes, como também eleva o risco.

Coma amêndoas

Pelo menos de acordo com os resultados de um estudo americano publicado no final de 2010, as amêndoas são armas poderosas contra o diabetes tipo 2, especialmente entre pessoas que têm predisposição à doença — ou seja, com níveis de glicose no sangue acima do normal ou com histórico familiar da condição. Segundo a pesquisa, esses alimentos aumentam a sensibilidade à insulina e, consequentemente, reduzem os níveis de açúcar na corrente sanguínea.


Diabetes aumenta risco de desenvolver câncer de mama e cólon

Oncologia

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Pesquisa mostra que pacientes com diabetes têm maiores chances de desenvolver esses tipos de tumores e de morrer em sua decorrência do que pacientes saudáveis

Controle do diabetes: pacientes com a doença devem monitorar as taxas de açúcar no sangue constantemente
Estudo desenvolvido na Universidade Erasmus de Roterdã é o primeiro a investigar a incidência e mortalidade de tipos específicos de câncer entre pacientes com e sem diabetes (Jeffrey Hamilton/Thinkstock)
Uma nova pesquisa realizada por cientistas holandeses mostra que o diabetes está ligado a um risco maior de desenvolver câncer de mama e de cólon, além de aumentar o risco de morte relacionado a esses dois tumores. A pesquisa foi apresentada no Congresso Europeu de Câncer de 2013 realizado em Amsterdã, Holanda, neste domingo.
Segundo os pesquisadores, estudos anteriores já haviam detectado uma associação entre diabetes e a morte por câncer, mas não haviam sido capazes de distinguir tipos específicos de tumor. "Nosso estudo é o primeiro a combinar a incidência e mortalidade por câncer de mama e de cólon, excluindo todas as outras causas de morte", diz Kirstin De Bruijn, pesquisadora do Centro Médico da Universidade Erasmus de Roterdã, na Holanda, e autora do estudo.
Para chegar a seu resultado, os pesquisadores analisaram os dados de vinte pesquisas realizadas entre 2007 e 2012, envolvendo mais de 1,9 milhão de pacientes com câncer de mama ou de cólon, com e sem diabetes.
Os cientistas descobriram que os pacientes com diabetes tiveram um risco 23% maior de desenvolver câncer de mama, e um risco 38% maior de morrer da doença em comparação com pacientes não diabéticos. Além disso, os pacientes diabéticos apresentaram um risco 26% maior de desenvolver câncer de cólon, e um aumento de 30% no risco de morte em relação à doença. "Os pacientes com câncer que são obesos e diabéticos são um grupo mais vulnerável já no momento da cirurgia, pois eles têm um risco maior de desenvolver complicações durante e após o procedimento", afirma De Bruijn.
Segundo a pesquisadora, o número de pacientes obesos que desenvolvem diabetes não para de aumentar em todo o mundo — o que aumenta ainda mais a importância de conscientizar os pacientes sobre os malefícios dessa doença. "Nossa meta-análise fornece uma evidência forte para a associação entre o diabetes e o risco de desenvolver e morrer câncer de mama ou de cólon. Devemos tornar as pessoas mais conscientes deste problema e esperamos que as campanhas de prevenção voltada a pacientes obesos e diabéticos passem a destacar esse risco."
"É extremamente importante que as campanhas de prevenção sobre obesidade e diabetes sejam intensificadas e que também incidam sobre crianças, para impedi-las de se tornar obesas e desenvolver esses cânceres mais tarde na vida", diz a pesquisadora.

Propaganda de cigarro influencia crianças de 5 e 6 anos

Tabagismo

Trabalho realizado em países de baixa e média renda aponta que, no Brasil, quase 60% das crianças reconhecem alguma marca de cigarro

Pesquisadores afirmam que medidas mais eficazes precisam ser adotadas para afastar jovens da influência das campanhas de cigarro
Pesquisadores afirmam que medidas mais eficazes precisam ser adotadas para afastar jovens da influência das campanhas de cigarro (Thinkstock)
Crianças de cinco e seis anos que habitam países de renda média ou baixa, como o Brasil, são influenciadas pelas propagandas de cigarro. Assim, correm um risco maior de se tornarem fumantes. Apenas no Brasil, 59% das crianças nessa faixa etária conhecem alguma marca de cigarro. Essa foi a conclusão de um estudo realizado pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e publicado nesta segunda-feira no periódico Pediatrics
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: International Reach of Tobacco Marketing Among Young Children

Onde foi divulgada: periódico Pediatrics

Quem fez: Dina L.G. Borzekowski e Joanna E. Cohen

Instituição: Universidade Johns Hopkins, EUA

Dados de amostragem: 2.243 crianças de cinco e seis anos de idade, moradoras dos seis países com o maior número de adultos fumantes do globo (Brasil, China, Índia, Nigéria, Paquistão e Rússia)

Resultado: As crianças desses países são influenciadas pelas propagandas de cigarro. Por isso, existe a necessidade de medidas mais eficazes para barrar esse tipo de publicidade
A pesquisa foi realizada nos seis países com o maior número de adultos fumantes do globo, segundo dados de 2011 da Organização Mundial da Saúde: Brasil, China, Índia, Nigéria, Paquistão e Rússia. Os pesquisadores mediram o nível de influência das propagandas de cigarro nas crianças analisando se elas eram capazes de reconhecer logotipos de diversas marcas de cigarros. Os resultados foram considerados alarmantes: das 2.243 crianças que participaram do estudo, 68% reconheceram ao menos uma marca do produto. 
O menor percentual foi encontrado na Rússia, onde 50% dos meninos e meninas identificaram pelo menos um logotipo. A maior porcentagem do estudo foi apresentada pela China, onde 86% das crianças que participaram do estudo mostraram-se familiarizadas com as marcas de cigarro.
Apesar das restrições relacionadas à propaganda de cigarros no Brasil, das 398 crianças que participaram do estudo, 236 (59%) afirmaram reconhecer alguma das marcas presentes no teste. “Isso mostra que a indústria de cigarros consegue driblar a proibição de comerciais e continua fazendo com que seus produtos sejam conhecidos pela população”, afirma Jaqueline Issa, cardiologista e coordenadora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Incor. 
Segundo a cardiologista, a principal forma de driblar as restrições é a elaboração de embalagens com cores e logotipos marcantes, que acabam sendo facilmente associados ao produto. “Por isso, em países como a Austrália as embalagens de cigarros são neutras, sem cores nem logotipos. Esse tipo de iniciativa, porém, ainda não existe no Brasil”, conta. 
De acordo com os pesquisadores, a conclusão do trabalho sugere a necessidade de medidas mais eficazes para limitar o impacto da publicidade dos fabricantes de cigarro nas crianças. Isso porque a exposição às campanhas pode estar associada a um aumento da probabilidade de começar a fumar. 
Outro estudo — No artigo, os pesquisadores fazem menção a um estudo realizado há 22 anos nos Estados Unidos, que revelou que crianças de seis anos eram igualmente capazes de reconhecer na televisão o logotipo da Disney e o dos cigarros ‘Old Joe Camel’. À época, o estudo levou à regulação das propagandas de cigarro no país, com o objetivo de proteger os mais jovens.
Os responsáveis pela nova pesquisa destacam que diante dessas rígidas regulações da publicidade de cigarros e das campanhas antitabaco nos países industrializados, as empresas do ramo têm concentrado seus esforços promocionais nos países de baixa e média renda.   
(Com Agência France-Presse)

Excesso de gordura corporal aumenta risco cardiovascular independente do peso


Pesquisa afirma que concentrações acima da média favorecem morte por doença cardíaca




Novas evidências sugerem que adultos com um peso saudável, mas com alta porcentagem de gordura corporal, estão em maior risco de doenças cardiovasculares e morte por qualquer causa. O trabalho foi desenvolvido por pesquisadores da Dartmouth-Hitchcock Medical Center(EUA) e publicado em setembro no American Journal of Cardiology.
Olhando para os dados sobre 1.528 pessoas com um índice de massa corporal normal (IMC), os autores descobriram que um em cada cinco homens e quase uma em cada três mulheres teve um percentual de gordura corporal acima do que é considerado saudável. Os pesquisadores analisaram dados de pesquisas nacionais de nutrição, olhando especificamente para adultos com peso normal que tinham 70 anos de idade, em média. Níveis de gordura corporal elevados foram definidos como acima de 25% para os homens e acima de 35% entre as mulheres. Um total de 902 dos participantes morreram durante os anos, incluindo 419 casos de doença cardiovascular.
A equipe não encontrou diferenças na forma como as pessoas com altos níveis de gordura corporal, independente do IMC, morreram de qualquer causa. As mulheres do estudo com excesso de gordura corporal tiveram uma chance 57% maior de morrer por causas relacionadas com o coração dentro de 11 anos, comparadas às mulheres com uma boa quantidade de gordura corporal. Os homens com excesso de gordura também enfrentaram um maior risco de morte cardíaca após a marca de 11 anos.

Segundo os autores, esse dados indicam que o IMC, o método mais utilizado para o diagnóstico de obesidade, não é preciso o suficiente para diagnosticar as chances de uma pessoa ter ou não alterações metabólicas associadas - que no geral são decorrentes do excesso de gordura corporal. 

Reduza a absorção de gordura com ajuda da dieta
Os anos sem prestar a devida atenção com nosso corpo se refletem não só no espelho, mas também em nossa saúde. Os quilos a mais, principalmente na região abdominal, são um fator de risco para diversas doenças, principalmente aquelas que afetam o coração, como hipertensão e infarto. A sorte é que o mesmo caminho que condena pode ser o que salva - nossa alimentação. Fazendo as escolhas certas no prato, você consegue inibir a absorção de gordura pelas células e acelera a queima dos quilos que já estão instalados com ajuda dos exercícios físicos. Veja as escolhas feitas pelos especialistas:

arroz integral - Foto Getty Images

Arroz integral

Por não sofrer refinação, o arroz integral está em sua forma mais completa - ou seja, mantém todas as suas características nutricionais originais. "Isso inclui os fitoquímicos orizanol e fitoesterois, ambos antioxidantes que atuam reduzindo a absorção de gordura pelo organismo", explica a nutricionista Marianne Fazzi, da clínica A Equilibrium, em Santos. Além disso, o arroz integral é rico em fibras, nutriente que ajuda na limpeza do intestino e reduz a absorção de gordura e carboidratos. Isso acontece porque as fibras são digeridas mais lentamente, inibindo a produção de insulina. "E quanto maior for o pico de insulina, mais facilmente a gordura será absorvida e irá se acumular no abdômen", afirma a especialista.  

Farelo de aveia

 Tirando o fato de que o farelo de aveia também é rico em fibras, causando no corpo o mesmo efeito do arroz integral, ele também contém substâncias chamadas betaglucanas - amigas da silhueta. "As betaglucanas estimulam o organismo a absorver menos a gordura proveniente da alimentação, e as fibras aumentam a sensação de saciedade, fazendo a pessoa comer menos e potencializar esse efeito", afirma a nutricionista Marianne.  

Maçã

Segundo a nutricionista Alice Carvalhais, do Instituto Mineiro de Endocrinologia, a maçã é rica em pectina que, ao ser ingerida pelo organismo, forma um gel que retarda a absorção da glicose e dificulta a absorção das gorduras. "Além disso, a pectina é uma fibra que atua nos processos de limpeza e desintoxicação do corpo, ajudando a neutralizar as toxinas do organismo que são precursoras das celulites", afirma.  

Verduras verdes escuras

A clorofila, substância que dá pigmento às folhas e em maior concentração nas escuras, age no organismo limpando as substâncias nocivas e protegendo o fígado contra efeitos dos radicais livres e das bebidas alcoólicas. Fora isso, elas são ricas em fibras que ajudam o intestino a formar o bolo fecal. "O consumo de folhas como rúcula e espinafre também melhora a circulação, ajudando o organismo a funcionar melhor", diz a nutricionista Alice. 

Vitamina B6

Presente em cereais integrais, leguminosas, amendoim, aves, peixes, abacate, tomate e banana, a vitamina B6 interfere muito no metabolismo das gorduras. "Ela ajuda na degradação da homocisteína, uma substância que em excesso na corrente sanguínea favorece a formação de placas de gordura e aumenta o risco de doenças cardiovasculares", alerta a nutricionista Marianne.  

Soja amarela e soja preta

O maior benefício da lecitina, substância presente na soja amarela, é aumentar o metabolismo e o transporte das gorduras, por isso ela é indicada para reduzir a taxa de colesterol. "Ela age como um emulsificante que permite que as gorduras passem pelas artérias sem aderir à parede, prevenindo a formação de depósito de gorduras nos vasos sanguíneos", afirma a nutricionista Marianne. Já a soja preta contém antocianinas, antioxidantes que atuam direto nos adipócitos (células formadas por gorduras), diminuindo a absorção de glicose e gordura. "As duas sojas também são ricas em outros antioxidantes, que agem contra os radicais livres, prevenindo envelhecimento precoce, câncer, arteriosclerose e outros." 

Frutas cítricas

A estrela das frutas cítricas é, sem dúvida, a vitamina C - e é justamente esse antioxidante que atua diminuindo a absorção de gordura pelo nosso organismo. "As frutas cítricas também são ricas em pectina, que potencializam essa ação", explica a nutricionista Marianne.  

Papaia

O mamão do tipo papaia tem a presença de papaína, uma substância que auxilia a digestão de carnes, funcionando como se fosse um "amaciante". "Na verdade, o mamão atua como um desintoxicante natural, contendo fibras laxativas que ajudam o intestino a funcionar e favorecem o emagrecimento", declara Marianne Fazzi.  

PM lança gás de pimenta contra professores no Rio

Cidades

Grupo protestava no entorno da Câmara de Vereadores, desocupada no sábado

Rio: policial militar jogou spray de pimenta nos manifestantes
Rio: policial militar jogou spray de pimenta nos manifestantes (Márcia Foletto/Agência O Globo)
Um policial militar lançou jatos de gás de pimenta, no início da tarde desta segunda-feira, contra professores em greve que protestavam na Rua Alcindo Guanabara, perto da entrada lateral da Câmara Municipal do Rio, no Centro.
Márcia Foletto / Agência O Globo
PMs cercam Câmara para impedir a entrada de professores
A Câmara foi desocupada à força por PMs na noite de sábado, e desde então policiais cercam a Casa. Desde o início da manhã desta segunda PMs fazem um cordão de isolamento, permitindo a entrada apenas de funcionários e impedindo o acesso de outras pessoas, incluindo jornalistas.
Manifestantes também formaram um cordão para impedir a saída de PMs e funcionários. A ação do policial, identificado como Pinto, ocorreu quando ele tentava passar pelos manifestantes, acompanhando uma funcionária da Câmara.
Jornalistas também foram atingidos pelo gás de pimenta. Está convocada para as 17 horas desta segunda uma manifestação na Cinelândia. O clima é de tensão, com empurra-empurra e bate-boca entre policiais e manifestantes.
Proposta - Apesar da mobilização e dos protestos, o prefeito Eduardo Paes afirmou nesta manhã que está mantida a decisão de encaminhar o Plano de Cargos e Salários da categoria para a votação na terça-feira, dia 1º de outubro. O prefeito alega que o pedido de urgência na votação do projeto foi uma exigência do sindicato dos professores, em acordo assinado com representantes da Secretaria Municipal de Educação.
(Com Estadão Conteúdo)

Sonhos rebobinados

HUMBERTO WERNECK
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HUMBERTO WERNECK - O Estado de S.Paulo
Um a um, em contagem regressiva rumo ao grand finale, as quatro meninas e o menino foram chamados ao palco, onde os esperavam uma placa, um cheque e o carinho consagrador da escritora Adélia Prado. Escolhidos entre os alunos de 21 escolas de Araxá, no Triângulo Mineiro, ali estavam como vencedores de um concurso de redação cuja cerimônia de premiação, na sua singeleza, foi um dos momentos mais simpáticos do Festival Literário de Araxá, o Fliaraxá, bolado e orquestrado pelo azougue cultural Afonso Borges. Simpático e também dos mais tocantes, inclusive para um calejado senhor que, sem qualquer parentesco ou relação com os premiados, muito se emocionou. Por um instante, na plateia, ele se pegou a lamentar o fato inelutável de que não vá estar aqui quando, daqui a não muitos anos, se saberá talvez o que foi feito dos jovens protagonistas daquela cerimônia. E não houve como não rebobinar enredos semelhantes, vividos na longínqua juventude.
Sim, este cronista, quem duvidaria?
Em 1964, aos 19 anos, entrei no Concurso de Contos da Prefeitura de Belo Horizonte, o mesmo certame em que brilhara repetidas vezes o craque Ivan Angelo. Certo de haver produzido uma pérola da ficção, inscrevi A Volta, conto no qual, entre outros horrores estilísticos, havia um telhado que "esplendia ao sol em iridescências feéricas". Paguei caro. Meses mais tarde, já curado de tamanha literatice, alguém a quem fui apresentado me reconheceu e, numa roda, espezinhou: "Ah, você é o cara das 'iridescências feéricas'"...
Pois bem: na empolgação de haver parido semelhante joia, perpetrei mais um conto, Aniversário de Formatura, que me pareceu menos bom que o precedente, mas ainda assim digno de concorrer ao prêmio. Levei os dois primeiros lugares - e o preferido dos jurados (aquelas antas, fulminei) não foi o tal do telhado iridescente.
Os contos foram publicados em domingos consecutivos no Estado de Minas, e na ansiedade por vê-los impressos fiz vigília na boca das oficinas do maior jornal mineiro, embriagado, devo admitir, não só de glória literária. Ganhei um cheque de 8 mil cruzeiros, e, ao descontá-lo no banco, a custo refreei a vontade de proclamar ao caixa, aos circunstantes, ao mundo inteiro, que aquele não era um dinheiro qualquer.
Mais adiante, venci um concurso universitário, e recebi das mãos de Alceu Amoroso Lima um cheque cujo valor já não lembro. Mas não esqueço o que considerei o maior prêmio: um dos jurados era o grande Murilo Rubião, que eu não conhecia e me mandou um exemplar de Os Dragões e Outros Contos, ofertado a um "contista que muito promete". Fiquei lhe devendo, Murilo, a você e a mim, o cumprimento da promessa.
Fez mais aquele que para mim seria um generoso padrinho: levou-me para trabalhar com ele no Suplemento Literário semanal que havia criado na aridez burocrática do Minas Gerais, o diário oficial do Estado, e que 47 anos depois sobrevive, publicado mais espaçadamente, sob o comando benfazejo do contista e romancista Jaime Prado Gouvêa. Ali botei os pés no jornalismo (os quatro, diria algum desafeto), ao preço de alguns tropeços - nenhum deles maior que uma desastrada entrevista, talvez a segunda na minha não premeditada carreira jornalística, com Clarice Lispector, episódio que para o aprendiz de repórter não foi menos que um "traumatismo ucraniano".
Já não sei que uso fiz dos caraminguás de autor vitorioso naqueles torneios literários. Algo não muito diferente, imagino, do que estarão fazendo agora com seus cheques a Natália, o João Vitor, a Ashiley Caroline, a Marina e a Camilly, jovens confrades premiados no Fliaraxá, a quem mando daqui os meus melhores votos. Talvez algum deles tenha sido, como eu próprio aos 19, assolado pela vertigem de sobreloja - aquela sensação, ainda nos primeiros degraus, de haver alcançado o topo do edifício. Não faz mal se assim for. Será apenas um delírio a que todo aspirante tem direito, capaz de acionar o motor de sonhos legítimos, e de consolar o sonhador quando a realidade fizer baixar a fervura. Fico pensando no que disse, com humildade e sabedoria, alguém que foi muito além da sobreloja, o poeta e cronista Paulo Mendes Campos: "Na carreira literária, a glória está no começo. O resto da vida é aprendizado intensivo para o anonimato, o olvido".

Presença em protestos vale até garagem


De acordo com movimento, quem tem mais pontos, pode ganhar garagem ou escolher unidade em que vai morar


Adriana Ferraz e Diego Zanchetta, O Estado de S.Paulo
Liberadas pelo Ministério das Cidades para criar regras adicionais durante o processo de seleção das famílias, as entidades subdividem seus associados em dois grupos: os que podem e os que não podem participar de eventos públicos. O primeiro tem vantagem antes e depois da entrega das chaves. De acordo com o movimento, quem tem mais pontos pode ganhar até uma garagem ou escolher a unidade em que vai morar.
Cada evento tem uma pontuação específica. As entidades definem seus critérios de importância, que precisam ser aprovados em assembleia. Para integrantes da Associação dos Trabalhadores da Zona Noroeste, por exemplo, a participação em uma reunião vale um ponto, mas a presença em um ato público rende 15.
“Quem tiver mais pontos ganha a casa”, explica a vendedora Elisiane Santos, de 25 anos. Militante da causa há apenas seis meses, ela já soma mais de 200 pontos. “Minha mãe conseguiu um apartamento com 650 pontos, mas acho que com 400 já serei escolhida”, diz. Mas, para garantir a pontuação, é preciso participar dos eventos até o fim. Só assim garantem os comprovantes da presença – normalmente pulseirinhas ou adesivos.
Enquanto premiam pessoas mais engajadas na luta por moradia, os critérios de escolha prejudicam quem não tem dinheiro ou tempo para exercer uma militância mais combativa. A manicure Lândia Rodrigues, de 29 anos, faz parte desse grupo. Ela paga R$ 500 de aluguel por mês e diz que não sobra para a mensalidade. “Além disso, não tenho tempo para ir a todas as reuniões. Trabalho 12 horas por dia e tenho de cuidar da minha filha. Por isso, já entrei e saí de várias associações.”
Pelas regras do Minha Casa Minha Vida Entidades, só famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil podem pleitear participação. A partir dessa condição, a seleção deve seguir três critérios básicos: famílias que vivem em áreas de risco, que têm mulheres como responsáveis e que possuem parentes com algum tipo de deficiência.

Militância vira critério para receber moradia do Minha Casa Minha Vida


Onze das 12 entidades com projetos aprovados pelo Ministério das Cidades são dirigidas por filiados ao PT; quem marca presença em protestos e até ocupações ganha prioridade na fila da casa própria em São Paulo


Adriana Ferraz e Diego Zanchetta, O Estado de S.Paulo
Líderes comunitários filiados ao PT usam critérios políticos para gerir a maior parte dos R$ 238,2 milhões repassados pelo programa Minha Casa Minha Vida Entidades para a construção de casas populares na capital. Onze das 12 entidades que tiveram projetos aprovados pelo Ministério das Cidades são dirigidas por filiados ao partido. Suas associações privilegiam quem participa de atos e manifestações de sem-teto ao distribuir moradias, em vez de priorizar a renda na escolha. Entre gestores dos recursos, há funcionários da gestão de Fernando Haddad (PT), candidatos a cargos públicos pela sigla e até uma militante morta há dois anos.
A partir de repasses diretos, as associações selecionadas pelo governo federal escolhem quem vai sair da fila da habitação em São Paulo. Os critérios não seguem apenas padrões de renda, mas de participação política. Quem marca presença em eventos públicos, como protestos e até ocupações, soma pontos e tem mais chance de receber a casa própria.
Para receber o imóvel, os associados ainda precisam seguir regras adicionais às estabelecidas pelo programa federal, que prevê renda familiar máxima de R$ 1,6 mil, e prioridade a moradores de áreas de risco ou com deficiência física. A primeira exigência das entidades é o pagamento de mensalidade, além de taxa de adesão, que funciona como uma matrícula. Para entrar nos grupos, o passe vale até R$ 50.
Quem paga em dia e frequenta reuniões, assembleias e os eventos agendados pelas entidades soma pontos e sai na frente. O sistema, no entanto, fere o princípio da isonomia, segundo o advogado Márcio Cammarosano, professor de Direito Público da PUC-SP. “Na minha avaliação, esse modelo de pontos ainda me parece inconstitucional, além de escandaloso e absolutamente descabido. Ele exclui as pessoas mais humildes, que não têm condições de pagar qualquer taxa ou mesmo de frequentar atos públicos”, afirma.
50 mil pessoas. Os empreendimentos são projetados e construídos pelas associações, que hoje reúnem uma multidão de associados. São mais de 50 mil pessoas engajadas na luta pelo direito à moradia. Além das entidades dos petistas, há ainda uma outra dirigida por um filiado ao PCdoB.
A força política dos movimentos de moradia, que só neste ano comandaram mais de 50 invasões na cidade, pressionam não só o governo federal, mas a Prefeitura. Em agosto, Haddad publicou um decreto no qual se comprometeu a permitir que entidades possam indicar parte das famílias que serão contempladas com moradias em sua gestão. A promessa de campanha é entregar 55 mil até 2016 – as lideranças querem opinar sobre 20 mil desse pacote.
O cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV, ainda alerta para o um efeito colateral do esquema implementado na capital pelas entidades, que é a cooptação política dos associados, com fins eleitorais.
“O governo deve imediatamente intervir nesse processo e rediscutir as regras. Isso remete ao coronelismo. Além disso, a busca pela casa própria não pode ser um jogo, onde quem tem mais pontos ganha.”
Quem é quem. A maior parte das entidades é comandada por lideranças do PT com histórico de mais 20 anos de atuação na causa. É o caso de Vera Eunice Rodrigues, que ganhou cargo comissionado na Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) após receber 20.190 votos nas últimas eleições para vereador pelo partido.
Verinha, como é conhecida, era presidente da Associação dos Trabalhadores Sem Teto da Zona Noroeste até março deste ano – em seu lugar entrou o também petista José de Abraão. A entidade soma 7 mil sócios e teve aval do Ministério das Cidades para comandar um repasse de R$ 21,8 milhões. A verba será usada para construir um dos três lotes do Conjunto Habitacional Alexius Jafet, que terá 1.104 unidades na zona norte.
No ano passado, Verinha esteve à frente de invasões ocorridas em outubro em prédios da região central, ainda durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD), e em pleno período eleitoral. Em abril, foi para o governo Haddad, com salário de R$ 5.516,55. A Prefeitura afirma que ela está desvinculada do movimento e foi indicada por causa de sua experiência no setor.
Outra entidade com projeto aprovado – no valor de R$ 14 milhões –, o Movimento de Moradia do Centro (MMC), tem como gestor Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, filiado ao PT há mais de 30 anos e atual candidato a presidente do diretório do centro. Com um discurso de críticas à gestão Kassab e de elogios a Haddad, ele também nega uso político da entidade. “Qualquer um pode se filiar a nós e conseguir moradia. Esse é o melhor programa já feito no mundo”, diz sobre o Minha Casa Minha Vida Entidades.
Ministério diz que desconhece esquema de pontuação. O Ministério das Cidades afirmou desconhecer que a presença em atos públicos, como protestos e ocupações, renda pontos às pessoas que lutam por uma moradia na capital. A pasta informou apenas que as entidades podem criar regras adicionais às estabelecidas pelo Minha Casa Minha Vida, sem a necessidade de aprová-las no governo.
Da mesma forma, o ministério disse que não pode interferir em regras internas dos movimentos de moradia e, por isso, não tem como impedir a cobrança de taxas e mensalidades.
O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), não quis dar entrevista. Por meio de nota, sua assessoria ressaltou que as entidades não são selecionadas, mas habilitadas a receber verba mediante o cumprimento de uma série de atribuições, como dar apoio às famílias no desenvolvimento dos projetos, assim como na obtenção da documentação necessária. O processo não segue, segundo a pasta, critérios políticos. Além disso, as associações devem se submeter a uma prestação de contas, feita pela Caixa Econômica Federal, que financia as unidades.

PT privatiza “Minha Casa Minha Vida” e usa verba do programa para beneficiar militantes. Na lambança, há de tudo: improbidade administrativa, ofensa à Constituição e crime eleitoral

30/09/2013
 às 5:25
Jamais atribuí ao PT algo que o partido não tivesse feito. Nunca foi preciso fantasiar sobre teorias conspiratórias para criar um bicho-papão. Até porque, quando o partido está na área, não resta ao cronista muito espaço para imaginação. No mais das vezes, os petistas surpreendem só porque conseguem ir além dos juízos mais severos que possamos fazer a respeito deles. O diabo é sempre mais feio do que se pinta. Reportagens publicadas no Estadão neste domingo (aquiaqui e aqui) provam, sem margem para dúvidas, que o programa “Minha Casa Minha Vida”, em São Paulo, transformou-se num instrumento de luta política. Onze das doze entidades cadastradas para receber repasses do governo federal e gerir a construção de casas são comandadas pelo PT; a outra é ligada ao PCdoB. Juntas, elas administram uma bolada de R$ 238,2 milhões. Pior: essas entidades criam critérios próprios para selecionar os beneficiários das casas, que não constam das disposições legais do “Minha Casa Minha Vida. Vamos ver.
O governo federal, por meio do Ministério das Cidades, seleciona entidades — o único critério e haver uma militância organizada — que passa a gerir fatias milionárias de recursos para a construção das casas. E como e que esses grupos administram o dinheiro? Leiam trecho (em vermelho):
Os critérios não seguem apenas padrões de renda, mas de participação política. Quem marca presença em eventos públicos, como protestos e até ocupações, soma pontos e tem mais chance de receber a casa própria. Para receber o imóvel, os associados ainda precisam seguir regras adicionais às estabelecidas pelo programa federal, que prevê renda familiar máxima de R$ 1,6 mil, e prioridade a moradores de áreas de risco ou com deficiência física. A primeira exigência das entidades é o pagamento de mensalidade, além de taxa de adesão, que funciona como uma matrícula. Para entrar nos grupos, o passe vale até R$ 50. Quem paga em dia e frequenta reuniões, assembleias e os eventos agendados pelas entidades soma pontos e sai na frente.
Ou por outra: as entidades petistas privatizam o dinheiro público e só o distribuem se os candidatos a beneficiários cumprirem uma agenda política. Atenção! O MST faz a mesma coisa com os recursos destinados à agricultura familiar. A dinheirama vai parar nas mãos de cooperativas ligadas ao movimento, e as que são mais ativas politicamente são beneficiadas. Não houvesse coisa ainda mais grave, a simples cobrança da taxa já é um escândalo. Essas entidades, afinal, passam a cobrar por aquilo a que os candidatos a uma casa têm direito de graça. É claro que isso fere o princípio da isonomia.
Mas esse não e, reitero, o aspecto mais grave. Observem que o eventual acesso, então, a uma moradia passa a ser privilégio de quem se dedica a um tipo muito particular de militância política — gerenciada, como é evidente, pelos petistas. Assim, o que é um programa do Estado brasileiro passa a beneficiar apenas os que estão sob o guarda-chuva de um partido político. O Ministério das Cidades diz que não pode interferir na forma como essas associações se organizam. Entendi: então o governo lhes repassa o dinheiro — e elas pode, se quiserem, jogar a Constituição e as leis no lixo. Parece-me escandalosamente claro que, ao tolerar essa prática, os responsáveis pela pasta incorrem em vários parágrafos da Lei de Improbidade Administrativa — isso para começo de conversa.
Haddad
As indicações passam a ser arbitrárias. E contam, como não poderia deixar de ser, com o apoio do prefeito Fernando Haddad. Em agosto, ele assinou um decreto em que estabelece que essas entidades poderão indicar livremente os beneficiários do programa. E não pensem que é pouca grana, não! É uma bolada! Leiam mais um trecho:
A maior parte das entidades é comandada por lideranças do PT com histórico de mais 20 anos de atuação na causa. É o caso de Vera Eunice Rodrigues, que ganhou cargo comissionado na Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) após receber 20.190 votos nas últimas eleições para vereador pelo partido. Verinha, como é conhecida, era presidente da Associação dos Trabalhadores Sem Teto da Zona Noroeste até março deste ano – em seu lugar entrou o também petista José de Abraão. A entidade soma 7 mil sócios e teve aval do Ministério das Cidades para comandar um repasse de R$ 21,8 milhões. A verba será usada para construir um dos três lotes do Conjunto Habitacional Alexius Jafet, que terá 1.104 unidades na zona norte.
No ano passado, Verinha esteve à frente de invasões ocorridas em outubro em prédios da região central, ainda durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD), e em pleno período eleitoral. Em abril, foi para o governo Haddad, com salário de R$ 5.516,55. A Prefeitura afirma que ela está desvinculada do movimento e foi indicada por causa de sua experiência no setor.
Outra entidade com projeto aprovado – no valor de R$ 14 milhões –, o Movimento de Moradia do Centro (MMC), tem como gestor Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, filiado ao PT há mais de 30 anos e atual candidato a presidente do diretório do centro. Com um discurso de críticas à gestão Kassab e de elogios a Haddad, ele também nega uso político da entidade. “Qualquer um pode se filiar a nós e conseguir moradia. Esse é o melhor programa já feito no mundo”, diz sobre o Minha Casa Minha Vida Entidades.
Campanha eleitoral
Como se vê, esses “movimentos” são tão independentes quanto um táxi. Atuaram abertamente durante a campanha eleitoral em favor de Fernando Haddad e contra a gestão anterior. E é certo que, além da apropriação de dinheiro público, do possível crime de improbidade, da agressão a direitos fundamentais garantidos pela Constituição, tem-se também o crime eleitoral. Leiam:
Nas eleições do ano passado, pelo menos três vereadores petistas – Juliana Cardoso, Nabil Bonduki e Alfredinho – tiveram o apoio de entidades de moradia para obter a vitória nas urnas. Também do partido, o deputado federal Simão Pedro e o estadual Luiz Cláudio Marcolino tiveram com o apoio de líderes dos sem-teto nas eleições de 2010.
“Nas últimas eleições nós fizemos campanha para o Nabil (Bonduki), mas eu gosto mesmo e tenho simpatia é pela Juliana (Cardoso)”, afirma Vani Poletti, do Movimento Habitação e Ação Social (Mohas), com sede na região de Cidade Ademar, na zona sul da capital. Ela afirma estar insatisfeita com o fato de o PP do deputado federal Paulo Maluf ter ficado com a Secretaria Municipal de Habitação. “O movimento esperava que fosse o Simão Pedro.”
Retomo
Simão Pedro, é? É o atual secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo. Não custa lembrar: é ele o amigão e ex-chefe de Vinicius Carvalho, o chefão do Cade, que conduz aquela estranha investigação sobre a Siemens. Um rapaz sem dúvida influente…
Entenderam agora por que os companheiros querem tanto o financiamento público de campanha? Os demais partidos ficariam obrigados a se contentar com o que lhes coubesse de um eventual Fundo. Com os petistas, no entanto, seria diferente. Além do apoio da máquina sindical — proibida, mas sempre presente —, a legenda continuaria livre para usar recursos públicos, por intermédio dessas entidades, para fazer campanha eleitoral.
O caso está aí. Não há dúvida, ambiguidade ou mal-entendido. Um partido está usando dinheiro público em seu próprio benefício e manipulando as regras de um programa federal para que ele beneficie apenas os seus “escolhidos”.
Com a palavra, o Ministério Público. O que é isso senão a criação de um estado paralelo, de sorte que os mecanismos de decisão deixem de obedecer a critérios republicanos e se submetam às vontade de um partido? Pensem um pouquinho: de outro modo e com outros meios, também o mensalão não foi outra coisa. Em São Paulo (e duvido que seja muito diferente Brasil afora), o “Minha Casa Minha Vida” virou propriedade privada das milícias petistas.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

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