sábado 14 2017

Delação da Camargo Corrêa promete tanto estrago quanto a da Odebrecht

A Camargo Corrêa negocia com a Procuradoria-Geral da República uma segunda leva de delações que promete estremecer ainda mais a alta cúpula política. Nos moldes e proporções da delação da Odebrecht - que ganhou o apelido de "delação do Fim do Mundo", a da Camargo Corrêa envolveria 40 executivos e até acionistas, e alcançaria em torno de 200 políticos, inclusive expoentes do governo de Michel Temer. As informações são da revista Veja.
Segundo a reportagem, a Camargo Corrêa "promete até exumar o cadáver da Operação Castelo de Areia, que tinha a construtora no centro do escândalo – uma engrenagem que envolvia corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro – e que foi abortada pela Justiça."
A Camargo Corrêa negocia com a Procuradoria-Geral da República uma segunda leva de delações
A Camargo Corrêa negocia com a Procuradoria-Geral da República uma segunda leva de delações
A revista destaca ainda que "já se sabia que Temer aparecia 21 vezes nas planilhas, ao lado de outros figurões da República, como os ministros Gilberto Kassab (PSD) e Mendonça Filho (DEM) e os senadores Renan Calheiros (PMDB) e Romero Jucá (PMDB)."
Ainda segundo a reportagem, a superdelação também trará novos problemas para Antonio Palocci, principal interlocutor da empreiteira nas gestões do PT. 
Os 77 executivos da Odebrecht concluíram, no início de dezembro, a assinatura dos acordos de delação premiada. O processo, que durou dois dias, incluiu ainda Emilio e Marcelo Odebrecht. Em seguida, teve início a fase depoimentos. Há grande expectativa sobre as delações dos executivos, já que planilhas de distribuição de verba encontradas pela Polícia Federal na empresa citam mais de 200 políticos
Uma das informações que vazaram da esperada delação dá conta de que o ex-diretor de Relações Institucionais da empresa Claudio Melo Filho teria dito que o presidente Michel Temer pediu R$ 10 milhões. Ainda de acordo com o delator, o valor foi pago em espécie ao braço direito de Temer, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. 
Segundo o delator, o responsável por falar com agentes privados e "centralizar" as arrecadações financeiras ao PMDB seria Eliseu Padilha. "Ele atua como verdadeiro preposto de Michel Temer e deixa claro que muitas vezes fala em seu nome. Eliseu Padilha concentra as arrecadações financeiras desse núcleo político do PMDB para posteriores repasses internos", diz o delator.
Em 82 páginas, ele conta como a maior empreiteira do país comprou, com propinas milionárias, integrantes da cúpula dos poderes Executivo e Legislativo. Além de atingir Padilha e Temer, que pediu o dinheiro a Marcelo Odebrecht em 2014, segundo o depoimento, a delação cita também José Yunes, amigo de Temer há 50 anos e assessor especial do presidente da República.

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