sábado 27 2012

Evite Girias nas redações do Enem


Evite gírias e abreviações

A professora Roseli Braff, supervisora de língua portuguesa do Sistema COC de ensino, lembra que as gírias empobrecem o texto e empurram a nota para baixo na avaliação do Enem. Termos como "mano" e "mina" podem ser facilmente compreendidos em uma conversa informal com um grupo de amigos, mas não devem ser utilizados em uma dissertação formal como a exigida pelo Enem. Imagine quando você estiver trabalhando em uma empresa: seu chefe aceitaria tal forma de tratamento?
1. Substitua a gíria por um termo formal de sentido similar
Exemplos:
"Gringo" pode ser trocado por "estrangeiro"
"Tá ligado" pode dar lugar a "tem conhecimento" ou "está ciente"
'Cara', 'velho' e 'meu' também devem ser eliminados
2. As abreviações devem ser banidas
É o caso de termos consagrados em chats na internet, como "tb" e "vc". Na redação, deixe-os de lado e use sempre "também" e "você".
3. Evite ainda as chamadas "marcas de oralidade", expressões informais típicas de conversas mantidas com amigos
Exemplos:
"Daí", "né", "tá"

Não utilize palavras que não fazem parte de seu vocabulário

Um equívoco comum entre estudantes é acreditar que respeitar a norma culta da língua é escrever difícil ou de forma pomposa. O efeito pode ser justamente o contrário. Se o uso de termos rebuscados não é bem-feito pode trazer prejuízo ao estudante.
"Quando tenta utilizar palavras sofisticadas que não domina, o aluno muitas vezes cria uma armadilha para si mesmo, pois acaba se confundindo e mostrando ao corretor que é incapaz de trabalhar com aquele vocabulário", diz Francisco Platão Savioli, do Anglo Vestibulares.
Entre os erros comuns, estão o uso de "adentrar", mais pomposo, em lugar de "entrar", mais simples porém correto. É preciso lembrar que "adentrar" é um verbo transitivo direto e, por isso, pede objeto direto (sem preposição).
Exemplos:
"O aluno entrou na sala de aula" – CERTO
O aluno adentrou a sala de aula – CERTO ("O aluno adentrou na sala de aula – ERRADO)

A orientação, portanto, é simples: não invente. Use apenas os termos que você de fato domina. Caso contrário, as chances de erro crescem muito.

Zele pela gramática

Como já explicado anteriormente, escrever bem não é escrever difícil. Contudo, ainda que o candidato opte por uma linguagem mais simples, deve zelar sempre por sua correção. Ou seja, a linguagem escolhida deve estar totalmente de acordo com as regras gramaticais vigentes. Roseli Braff, do COC, destaca três erros gramaticais fatais na redação:

1. Erro de concordância entre sujeito e verbo
Exemplo: "A gente fomos à escola."
2. Erro de concordância entre adjetivo e substantivo
Exemplo: "As casas azul são bonitas."
3. Separação de sujeito e verbo por vírgula
Exemplo: "Eu, sou uma pessoa feliz."

No Manual de Redação do Enem, há a descrição dos desvios gramaticais considerados mais graves. Um descuido aparentemente simples, como iniciar a frase ou escrever nomes de pessoas e lugares com letra minúscula, é considerado gravíssimo e pode resultar na perda de vários pontos.

Estude os erros mais comuns

Os professores Francisco Platão Savioli, do Anglo, e Tiago Fernandes, do CPV Vestibulares, prepararam uma lista com os erros mais comuns verificados em redações de estudantes. Confira os exemplos a seguir:
1. Emprego de pronomes com os verbos "ver" e "entender"
"Eu lhe vi na porta da escola" – ERRADO ("Eu o vi na porta da escola" – CERTO)
"Eu lhe entendo perfeitamente" – ERRADO ("Eu o entendo perfeitamente" – CERTO)
2. Plural das palavras "chapéu" e "degrau"
Chapéis – ERRADO (Chapéus – CERTO)
Degrais – ERRADO (Degraus – CERTO)

Revise a redação antes de entregá-la

Antes de entregar a prova ao fiscal do Enem, realize a revisão dos pontos descritos a seguir – os erros apontados aqui são muito recorrentes:

1. Palavras escritas com s, z, x, ch, sc, ss
Um erro comum, por exemplo, é o candidato escrever "ancioso" em lugar de "ansioso"
2. Palavras acentuadas
Erros na acentuação não são tolerados pelos examinadores. Cabe uma atenção extra aos casos em que a acentuação determina a flexão do verbo, como "obtém" (terceira pessoa do singular) e "obtêm" (terceira pessoal do plural).

3. Concordância entre sujeito e verbo e regência dos complementos
Um deslize frequente é o estudante escrever "assistiu o jogo", quando o correto é "assistiu ao jogo", uma vez que o verbo "assistir", usado no sentido de "ver", é transitivo indireto e pede complemento regido pela preposição "a".

4. Conjugação de verbos menos usuais
"A polícia interviu com violência" – ERRADO ("A polícia interveio com violência" – CERTO)


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