sexta-feira 01 2013

Vinhos doces: um convite ao sabor intenso


Seus sabores ricos e aromas intensos são típicos, sua produção tem características peculiares, sua degustação pode variar, pode até mesmo parecer um desafio para quem está acostumado a beber vinhos mais ácidos, tânicos ou secos. É sofisticado, e é essencialmente uma bebida para acompanhar sobremesas, ou até mesmo servir de sobremesa devido ao seu nível concentrado de açúcar residual – são muitas as qualidades dos vinhos doces, assim como são muitos os preconceitos que sofrem por causa de suas características bastante específicas.
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Muita gente confunde vinho doce com vinho suave. O primeiro (acima) é licoroso, complexo, com açúcar natural da uva, diferente do segundo.
Muitas vezes não apreciados como deveriam, os vinhos doces são obtidos de diferentes maneiras, com o aspecto comum do teor de açúcar elevado nas bebidas, que lhes confere características licorosas. O fato é que os vinhos doces ou licorosos não devem ser confundidos com os chamados vinhos suaves, de qualidade considerada inferior, pois, ao contrário destes, seu açúcar é proveniente de forma exclusiva e naturalmente das uvas. O preconceito que sofrem talvez venha daí, mas basta um pouco mais de informação para descobrir que os vinhos doces são bastante saborosos, alguns, inclusive, estão entre os mais caros e apreciados do mundo.
De forma resumida, os vinhos doces são produzidos através de métodos especiais para retenção de açúcar nas uvas. Eles podem ser elaborados através de variedades de uvas cujos níveis de açúcar são grandes, a partir de uvas cuja colheita tardia permite seu amadurecimento completo e, portanto, com maior doçura, ou através da interrupção brusca do processo de fermentação das frutas com o acréscimo de destilados de uvas.
O vinho doce ou licoroso tem teor alcoólico entre 14% a 18%, e na sua elaboração é permitida a utilização de álcool etílico de origem agrícola.
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Costumam harmonizar bem com doces, ou aperitivos salgados (como queijos mofados), por isso são mais servidos como vinhos aperitivos ou digestivos.
Existem tipos variados de vinhos doces e licorosos. Sua elaboração é realmente mais complexa, passam por vários processos, e recebem com frequência acréscimos de álcool vínico no seu processo de fermentação, resultando vinhos fortificados. As variações de vinho doce (e seus respectivos nomes) são de acordo com seu local de origem
Produzido na região do Douro, em Portugal, o Vinho do Porto tem esse nome por, ao longo da história, ter sido comercializado e apreciado de forma maciça no Porto, uma das principais cidades portuguesas. Pode ser tinto ou branco, e seu teor alcoólico é muito alto. Em sua elaboração, o processo de fermentação é interrompido logo na fase inicial, quando ocorre uma adição de destilado de uva, por isso, o Porto é um vinho naturalmente doce já que o açúcar presente nas frutas não se converte totalmente em álcool.
O mais famoso dos vinhos doces é o do Porto, que foi “descoberto” pelos comerciantes ingleses no século XVII. Segundo eles, quanto mais forte e doce o vinho, melhor o seu sabor seria, e mais dificilmente ele estragaria.
O vinho de Sauternes tem origem na região de Bordeaux, na França, lugar de vinhos maravilhosos. É essencialmente um vinho branco doce, e seu processo de produção ocorre através de um processo chamado de “podridão nobre”, quando ocorre a ação do fungo Botrytis cinerea na uva na sua fase final de amadurecimento: o fungo instala-se na pele da uva, desidratando-a, e aumentado a concentração de açúcar. Seu teor alcoólico chega a 14%.
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Para alcançar um alto nível de açúcares, os vinhos licorosos costumam passar por longos envelhecimentos em barricas.
O vinho de Jerez é originário do extremo sul da Espanha, na região de Jerez de La Frontera; sua grafia pode variar, de acordo com o país é conhecido como Jeréz, Xérèz ou Sherry. É também um vinho branco e doce, seu processo de elaboração passa por um amadurecimento com fungos e por diversos processos de desidratação da uva. Passa ainda por algumas muitas variações que lhes dão características únicas de sabor e aroma. Sua fermentação é interrompida com a adição de destilado e envelhece em barricas.

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