sexta-feira 01 2013

Jeff Nichols volta a falar sobre personagens fortes e momentos difíceis em "Amor Bandido"

 Por Redação- PureCine
Promissor cineasta cria fábula sobre amadurecimento através das descobertas e desilusões do amor



Matthew McConaughey vive homem misterioso em "Amor Bandido"
Matthew McConaughey vive homem misterioso em "Amor Bandido"




























O cineasta Jeff Nichols vem se mostrando um promissor realizador. Prestes a completar 35 anos, ele tem conseguido brindar o espectador com histórias bem construídas sobre personagens fortes, que vivem momentos vulneráveis de suas vidas. Foi assim com seu filme de estreia, "Shotgun Stories" (2007), depois com "O Abrigo", vencedor do prêmio da crítica em Cannes em 2011, e agora com "Amor Bandido", que entra em cartaz no circuito nacional nesta sexta-feira, 1º de novembro.
O filme, escrito pelo próprio Nichols, é ambientado numa região pantanosa do Mississippi, no sul dos Estados Unidos, onde dois garotos: Ellis (Tye Sheridan) e Neckbone (Jacob Lofland), passam o dia brincando e explorando o rio que corta o local. Em uma dessas aventuras, a dupla conhece Mud (Matthew McConaughey), um homem misterioso, que vive dentro de um barco encalhado em cima de uma árvore, que desenvolve uma inesperada relação de amizade com eles.
No decorrer da trama, os jovens descobrem que o sujeito está sendo procurado pela polícia, mas, mesmo assim, decidem ajudá-lo a retornar para os braços do seu amor de infância, a problemática Junniper (Reese Witherspoon). Enquanto um está interessado apenas num revólver como pagamento, o outro, mais sensível e que ainda sofre com a separação recente dos pais, se motiva pela crença que tem no amor.
"Mud" (no original) pode ser encarado como uma fábula sobre o amadurecimento através das descobertas e desilusões do amor. Grande parte do impacto emocional causado pelo filme se deve ao time de atores, regido por Nichols. Matthew McConaughey, que vive uma notável fase artística, está inspirado, encarnando um personagem carismático e hipnotizante. A sintonia dele com os garotos impressiona. O elenco de apoio também faz um belo trabalho com destaque para Michael Shannon – parceiro fiel do diretor –, que interpreta o tio de um dos meninos.
O filme, no entanto, peca na parte final. Numa sequência de ação barulhenta típica de produções hollwoodianas, com tiros e perseguições, a narrativa calma é interrompida bruscamente. Conhecendo o trabalho de Nichols, pode-se arriscar que a cena talvez tenha sido intervenção do estúdio. Porém, o deslize não chega a atrapalhar o conjunto da obra, que sem dúvida merece ser apreciada.
(por Bruno Janot)

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