sexta-feira 18 2013

Laboratório no interior de São Paulo é invadido por ativistas

São Paulo

Grupo afirma que Instituto Royal, em São Roque, pratica maus-tratos em cães. Ação tinha objetivo de 'salvar' animais e 300 deles teriam sido levados do local

Imagens de cães retirados do Instituto Royal foram postadas nas redes sociais
Imagens de cães retirados do Instituto Royal foram postadas nas redes sociais (Reprodução)
Um grupo de ativistas de defesa dos animais acampado desde o sábado passado em frente ao Instituto Royal, em São Roque (SP), invadiu na madrugada desta sexta-feira a sede do laboratório, que realiza pesquisas nos setores farmacêutico e veterinário, entre outros. Os manifestantes, entre eles integrantes do Black Bloc SP, acusam a empresa de maus-tratos em cães da raça beagle utilizados em pesquisas. 
O ato que culminou com a invasão começou por volta das 20 horas. A Guarda Municipal de São Roque enviou homens e viaturas aos portões do instituto e não registrou tumulto até por volta das 2 horas da madrugada. Após convocarem mais pessoas para irem até a empresa, localizada a 60 quilômetros da capital paulista, os ativistas derrubaram um portão e entraram no complexo do laboratório para, segundo eles, "resgatar" os cães. Cerca de 300 deles teriam sido levados e outros 200 permanecido no local.
A ação chegou a ser transmitida em uma página do grupo na internet, onde foram postados links para fotos com os cachorros retirados do laboratório. A imagem de um cão supostamente congelado em nitrogênio líquido também foi exibida. 
Quase uma hora depois do início da invasão, após tentar barrar os ativistas com um cordão de isolamento, a Polícia Militar deteve algumas pessoas, segundo relato dos próprios manifestantes. De acordo com eles, pouco depois a PM estacionou viaturas na Rodovia Raposo Tavares, onde fica o Instituto Royal, e passou a vistoriar carros em busca dos cães retirados do laboratório.
O caso – Os protestos contra o Instituto Royal começaram ainda no ano passado. Os ativistas alegam que a empresa pratica irregularidades e atos criminosos contra os animais. Nos últimos dias, os manifestantes se reuníram com o prefeito de São Roque, Daniel de Oliveira Costa (PMDB), e pediram apoio da administração municipal. Eles também exigem atuação do Ministério Público no caso.
O Instituto Royal defende suas pesquisas em seu site e diz que respeita todas as normas nacionais e internacionais no trato com os cães em laboratório. A empresa é uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e tem entre suas fontes de financiamento dinheiro público, graças ao apoio de agências de fomento à pesquisa científica. Os defensores dos animais afirmam que a empresa não possui licenças e alvarás para as atividades que realiza.

Nenhum comentário: