segunda-feira 10 2014

MPF denuncia Pizzolato e pede prisão imediata

Mensalão

Mensaleiro condenado a doze anos e sete meses de prisão está em plena liberdade na Itália após a Justiça do país europeu negar a extradição

Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing Banco do Brasil, condenado no processo do mensalão, deixa a prisão de Modena, na Itália, na terça-feira (28)
Condenado no processo do mensalão, Henrique Pizzolato deixa a prisão de Modena, na Itália ( Mastrangelo Reino/Estadão Conteúdo)
O Ministério Público Federal de Lages (SC) apresentou denúncia à Justiça Federal contra o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado a doze anos e sete meses de prisão no julgamento do mensalão. Na nova denúncia, o mensaleiro é acusado de cometer sete vezes o crime de falsidade ideológica e de ter utilizado documentos falsos em pelo menos doze oportunidades nos Estados de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. O MPF ainda pede a prisão imediata de Pizzolato, que está em plena liberdade na Itália após a Justiça do país europeu negar a sua extradição para o Brasil — a Procuradoria Geral da República já informou que vai recorrer da decisão.
A ação foi encaminhada à 1ª Vara da Justiça Federal na última quinta-feira, mas só foi divulgada pelo órgão nesta segunda. No texto, o procurador da República Nazareno Jorgealém Wolff, que assina a denúncia, descreve como Pizzolato planejou a sua fuga do país desde 2007. O ex-diretor do Banco do Brasil usou o nome do irmão, Celso Pizzolato, morto em 1978, para produzir a documentação necessária para tirar o passaporte – e, assim, sair do país.
"Já prevendo o risco de ser condenado à perda da liberdade, ele praticou, premeditada e artificiosamente, uma série de atos ilícitos com o objetivo de, no caso de condenação e inclusão de seu nome em listas de procurados, evadir-se do país e furtar-se à aplicação da lei penal", informa o documento. Segundo o procurador, Pizzolato "ressuscitou" e manteve o irmão "documentalmente vivo" para passar pelas fronteiras sem ser identificado.
O procurador ainda defende que seja "mantido ativo" o empenho do governo brasileiro em obter a extradição de Pizzolato para o país, destacando que o condenado "manifesta desprezo para com o Brasil, suas leis e seu poder judiciário". A denúncia vai ser apreciada pela juíza federal em Lages, Giovana Cortez.

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