segunda-feira 17 2014

Após escândalos, Petrobras pretende criar diretoria para aumentar controle interno

Empresas

Presidente da estatal, Graça Foster, disse que a proposta foi apresentada ao conselho de administração na última sexta-feira e teve apoio unânime

"Estamos imbuídos da certeza de que precisamos ter reconhecimento da nossa capacidade de governar", diz Graça
"Estamos imbuídos da certeza de que precisamos ter reconhecimento da nossa capacidade de governar", diz Graça(Pedro França/Futura Press/VEJA)
Em resposta às denúncias de corrupção da Operação Lava Jato, a Petrobras quer criar uma diretoria de governança corporativa e compliance, com o objetivo de aumentar o controle sobre os acordos fechados pela estatal. Em teleconferência a investidores, a presidente da estatal, Graça Foster, disse que a proposta foi apresentada ao conselho de administração na reunião da última sexta-feira e teve apoio unânime.
A executiva mencionou isso ao elencar 66 ações de gestão realizadas recentemente e encaminhadas aos auditores externos da PricewaterhouseCoopers (PwC) e aos escritórios de advocacia contratados para realizar investigações independentes acerca das denúncias da Lava Jato. "Queremos mais do que o reconhecimento técnico que conquistamos ao longo de décadas, queremos respeito à governança da nossa companhia, que é a Petrobras", afirmou Graça.
Com o sinal verde do conselho, a diretoria executiva se reuniu nesta segunda-feira, para tratar da concepção da proposta com a qual entende que serão mitigados riscos e assegurado o cumprimento de leis e regulamentos internos e externos. "Estamos imbuídos da certeza de que precisamos ter reconhecimento da nossa capacidade de governar", afirmou a executiva.
Balanço - A declaração de Graça ocorre três dias após adiamento da divulgação do balanço do terceiro trimestre. Ainda em teleconferência, a presidente da companhia afirmou que a empresa precisará de "mais tempo" para divulgar os resultados financeiros. Ela disse que esse tempo será usado no ajuste das demonstrações contábeis, já que delações feitas pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef "revelaram uma série de informações que podem impactar os dados". A previsão é de que o balanço seja anunciado em 12 de dezembro. 
Costa e Youssef fizeram diversas denúncias de casos de corrupção na Petrobras em audiência na Justiça do Paraná, no dia 8 de outubro. Além de citar a necessidade de ter mais tempo para os ajustes contábeis, Graça ressaltou que a empresa precisará dar continuidade à investigação dos dois escritórios de advocacia independentes.
(Com Estadão Conteúdo

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