quarta-feira 15 2014

Dilma nega estar 'assustada' e provoca Aécio

Eleições 2014

Petista rebateu a declaração do tucano, que acusou o PT de estar "assustadíssimo" com a possibilidade de perder as eleições

Felipe Frazão
A presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, durante entrevista coletiva no hotel Renaissance, região oeste de São Paulo, nesta terça-feira (14)
A presidente Dilma Rousseff, durante entrevista coletiva no Hotel Renaissance, em São Paulo (Marcelo Gonçalves/Folhapress)
A presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) rebateu na noite desta terça-feira seu adversário Aécio Neves (PSDB), que mais cedo acusou o governo Dilma de estar “assustadíssimo” com a possibilidade de ser derrotado nas urnas. Nesta semana, a estratégia da campanha de Dilma foi expor os dois mandatos de Aécio à frente do governo de Minas Gerais – e o fato de que o tucano não liderou a votação no Estado no primeiro turno.
“Não só não estou assustada, como também não estou nervosa nem agrido nenhum repórter, não faço nada disso”, disse Dilma, referindo-se a um vídeo resgatado por militantes petistas contra o tucano, no qual ele discute com um jornalista, em 2012. “Agora, nós vamos ter uma discussão a sério e vamos cotejar não só o meu governo como o governo dele em Minas e tentar entender por que ele não foi eleito em Minas [não liderou o primeiro turno]”, completou.
A presidente voltou a cobrar publicamente “explicações” de Aécio sobre o governo mineiro. “Ele vai ter de explicar porque com choque de gestão e tudo produziu a segunda maior dívida entre todos os Estados brasileiros. Vai ter de explicar porque o governo dele não investiu na área de Saúde e Educação, e muitas outras ‘cositas más’”.
Dilma disse que discorda da avaliação do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), para quem a campanha da petista atravessa um momento “delicadíssimo”. “Eu não concordo com o ministro Gilberto Carvalho, não acho que vivemos momento delicadíssimo nenhum”, rechaçou.
Sem ter feito nenhum ato público de campanha no segundo turno ao lado de seu padrinho político, o ex-presidente Lula, Dilma afirmou que ele acompanha diariamente as atividades.“Não está ausente não, eu vivo falando com ele pelo telefone. Pelo contrário, o presidente Lula, não só aqui, já fez uma grande plenária e está fazendo uma série de atividades. O presidente Lula vai participar ativamente da campanha”, disse.
Questionada sobre as pesquisas que a colocam em desvantagem frente a Aécio, Dilma afirmou que as pesquisas “mudam até a véspera da eleição”. Mesmo os levantamentos telefônicos internos do PT mostraram ao longo da semana passada uma variação de dois a quatro pontos a favor de Aécio.
Dilma disse acreditar nas previsões do governador baiano Jaques Wagner (PT), que segundo ela acertou em 2006, 2010 e 2014 que o partido venceria no Estado no primeiro turno, enquanto os institutos de pesquisa mostravam o contrário. “Fiquei extremamente impactada pelo DataWagner”, disse Dilma. Guru eleitoral da presidente, o governador da Bahia previu uma vitória de Dilma no segundo turno com placar apertado contra Aécio: 51% a 49%. Questionado sobre a pequena diferença, Wagner afirmou que o placar seria mais apertado “para ser gostoso”.

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