quarta-feira 29 2014

'Vaquinha' rende, e Genoino doa R$ 30 mil para Delúbio

Mensalão

Ex-tesoureiro do PT tem até sexta-feira para depositar em juízo 466.000 reais em multas impostas pela condenação no julgamento do mensalão

Laryssa Borges, de Brasília
Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e condenado no processo do mensalão, deixa o Centro de Progressão de Pena (CPP), onde cumpre pena em regime semiaberto, e vai para seu primeiro dia de trabalho na CUT nacional
Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e condenado no processo do mensalão, deixa o Centro de Progressão de Pena (CPP), onde cumpre pena em regime semiaberto, e vai para seu primeiro dia de trabalho na CUT nacional (Sérgio Lima/Folhapress)
A "vaquinha" on-line organizada pelo PT para pagar a multa de José Genoino na condenação do mensalão rendeu tanto que a família do ex-deputado decidiu doar o dinheiro que sobrou para ajudar o amigo Delúbio Soares. Com o sucesso da operação de arrecadação para Genoino, o PT também montou um site para socorrer Delúbio, tesoureiro do partido quando o mensalão operava a todo o vapor.
Genoino conseguiu quase 700.000 reais para pagar a multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e foi o único mensaleiro até agora a quitar a multa calculada pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. A decisão de repassar 30.000 reais excedentes para Delúbio foi comunicada pela família do ex-presidente do PT: “Sabemos que a decisão do que deve ser feito com o excedente de uma campanha tão importante para nós, tão fundamental para mostrarmos que não estamos nem nunca estaremos isolados é algo difícil e complexa”.
Delúbio foi condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha e tem até sexta-feira para depositar em juízo 466.888 reais. Na semana passada, ele começou a trabalhar fora do presídio da Papuda como assessor da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Brasília, com salário de 4.500 reais mensais.
Até o momento, a VEP já calculou as multas de nove condenados no julgamento do mensalão. As cifras mais altas, impostas ao operador do esquema criminoso, Marcos Valério, e aos seus sócios, não foram quitadas. Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, condenados a mais de 20 anos de prisão cada, alegam não ter recursos suficientes. A defesa de Valério encaminhou ao Supremo pedido para desbloquear uma conta bancária do empresário – ele deve 4.446.384,39 reais à Justiça.

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