quarta-feira 18 2013

Fóssil ajuda a desvendar a evolução da mão humana

Antropologia

Descoberta é a mais antiga evidência de uma estrutura de mão semelhante à do homem moderno

Fóssil: imagem mostra onde o osso descoberto pelos pesquisadores se localiza na mão
Fóssil: imagem mostra onde o osso descoberto pelos pesquisadores se localiza na mão (Universidade de Missouri)
A anatomia das mãos do homem o difere dos demais primatas, uma vez que ela possibilita o manuseio de ferramentas. O momento em que essa característica apareceu pela primeira vez durante a evolução humana ainda não foi identificado, mas uma nova descoberta pode ajudar a preencher essa lacuna.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Early Pleistocene third metacarpal from Kenya and the evolution of modern human-like hand morphology

Onde foi divulgada: periódico PNAS

Quem fez: Carol V. Ward, Matthew W. Tocheri, J. Michael Plavcan, Francis H. Brown e Fredrick Kyalo Manthi

Instituição: Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, e outras

Resultado: Os pesquisadores encontraram a evidência mais antiga de uma mão humana com a anatomia semelhante à atual. Essa característica facilitou a manipulação de ferramentas
Uma equipe internacional de pesquisadores encontrou um osso da mão de um ancestral humano que habitava o Leste da África há aproximadamente 1.42 milhão de anos. A descoberta é a mais antiga evidência de uma estrutura da mão semelhante à do homem moderno, indicando que essa característica já existia mais de meio milhão de anos antes do que se pensava. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira, no periódico PNAS.
O fóssil, encontrado no Quênia, é o terceiro metacarpo, osso que faz a conexão entre o pulso e o dedo do meio. "O que torna este osso tão notável é a presença de uma formação estiloide, uma pequena projeção que o conecta ao pulso", explica Carol Ward, professora de Patologia e Ciências Anatômicas da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, e principal autora do estudo.
Precisão – Por ser mais pontudo, esse osso se prende melhor ao pulso, permitindo que uma pressão maior seja aplicada à mão. Os autores notaram que a falta da formação estiloide criou desafios para os primatas e humanos ancestrais durante o manuseio de ferramentas, além de aumentar as chances da ocorrência de artrite. "A formação estiloide reflete uma destreza que permitiu às espécies humanas segurar e manipular objetos com força e precisão, coisas que seus ancestrais não podiam fazer", afirma Carol.
Para a pesquisadora, a descoberta preenche uma lacuna na história evolutiva humana. Ela ainda não sabe se esse fóssil representa a primeira aparição da mão moderna na história, mas acredita que sua origem não esteja muito distante disso, uma vez que os fósseis humanos com 1.8 milhão de anos ou mais não apresentam essa característica.

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