quarta-feira 17 2013

Protesto contra Cabral fecha avenida na Zona Sul do Rio

Cidades

Manifestantes se reúnem em frente à casa do governador, no bairro do Leblon

Pâmela Oliveira e Cecília Ritto

Protesto no Rio: imagens anti-Cabral são projetadas em prédio vizinho nesta quarta (17/7)

(Atualizado às 20h40)
Centenas de pessoas protestam no início da noite desta quarta-feira em frente à casa do governador Sérgio Cabral, no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro. Uma das principais avenidas do bairro, a Delfim Moreira, foi interditada nos dois sentidos pela multidão. Na esquina com a Rua Aristides Espínola, onde está localizado o prédio onde mora a família Cabral, um boneco foi queimado.
Por cerca de 20 minutos, um pequeno grupo se dispersou e caminhou por outras vias, complicando a circulação de veículos. A maioria vestia roupa preta e cobria o rosto com máscaras ou camisetas - como fazem os que, normalmente, instigam o confronto com a polícia. Um trecho de outra avenida importante, a Ataulfo de Paiva, chegou a ser fechado.
Apesar do clima tenso, o ato se mantinha pacífico três horas após o início da concentração, às17h30. Em um edifício em frente ao grupo eram projetadas imagens do governador, chamado de "crápula" e ilustrado com o bigode característico de Adolf Hitler. "Ô ô ô, Cabral é ditador", gritavam. Também havia menção à Polícia Militar, que esta semana admitiu excessos e se comprometeu a usar menos armamento não letal durante as manifestações.
Justiça - O ato foi acompanhado por promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro, segundo informou a Polícia Militar em seu perfil no Twitter. Advogados voluntários anunciaram mais cedo que estariam de plantão na 14ª DP (Leblon), desde as 18h30. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também divulgou telefones de plantão para o caso de urgências.
A segurança já estava reforçada no local por volta das 15 horas, quando o acesso à rua de Cabral e outras adjacentes ficou restrito aos moradores. O Batalhão de Choque deslocou dezesseis veículos - além de outros três comuns da Polícia Militar - e um caminhão-pipa, usado para dispersar grupos com um jato potente de água. Grades de ferro reforçam o isolamento da área.
O evento, convocado pelo Facebook, reuniu mais de 10.000 confirmações de presença. Entre as reivindicações, estão a criação de CPIs para apurar gastos com a Copa do Mundo e o uso de helicópteros pela família Cabral, além da desmilitarização da Polícia Militar, do fim da privatização do Maracanã e do pedido de renúncia de Cabral e seu vice, Luiz Fernando Pezão.
Jornada - A tensão com os protestos aumenta com a proximidade da chegada do papa Francisco, para a Jornada Mundial da Juventude. O pontífice desembarca na cidade na próxima segunda-feira, para uma semana de evento. O primeiro compromisso é uma recepção no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, onde também já foram feitas manifestações e houve tumulto entre policiais e manifestantes. Nesta quarta-feira, o Vaticano negou que haja planos de tirar do Guanabara a recepção, como sugerido por autoridades brasileiras de segurança.

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