sábado 10 2012

TCU recomenda licitação para a realização do Enem


Geral

Duas últimas edições do exame foram feitas por contrato direto entre o Inep, responsável pela prova, e o consórcio Cespe. Valor pago foi de R$ 372 milhões

Estudantes antes do início da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) na Uninove, em São Paulo
Estudantes antes do início da prova do Enem 2012, em São Paulo (Ivan Pacheco)
O Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) faça licitação para o próximo Enem. O tribunal também pede que, em caso de contratação sem concorrência, o órgão ao menos realize rodízio de empresas.
Segundo o TCU, o Inep deve avaliar a licitação "em face dos valores envolvidos e do interesse de outras instituições". Os dois últimos exames foram feitos por contrato direto firmado com consórcio liderado pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe), ligado à Fundação Universidade de Brasília. O contrato de 372 milhões de reais, assinado em 2011, previa a realização de dois ou mais exames para um total de 10 milhões de candidatos - já alcançado.
À época, o Inep dispensou licitação sob o argumento de que não havia empresa com condições técnicas para aplicar o Enem, além do consórcio escolhido, também integrado pela Cesgranrio. O acórdão do TCU é uma resposta à representação protocolada pela empresa Consulplan, que exige a concorrência. A Consulplan era a responsável pela realização do Enem em 2009, ano em que a prova vazou e o exame foi adiado.
Por conta da representação, o pagamento à Cespe chegou a ser suspenso pelo tribunal para que o Inep aprofundasse as informações sobre os gatos, quantia considerada "expressiva". Apesar da recomendação, o ministro José Jorge, relator do processo, entendeu que a contratação direta para organizar o Enem não feriu a lei de licitações. O tribunal concordou com o argumento do Inep, que recorreu ao artigo 24, inciso 13, que permite a dispensa de licitação na contratação de instituição "de pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional".
Além do Enem, a representação questiona a contratação de órgão ligado à Universidade Federal de Juiz de Fora para organização do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) de 2010. O tribunal pede esclarecimentos sobre o pagamento "indevido" de 209.000 reais. O Inep tem 60 dias para responder.
Em nota, o Inep diz se comprometer a analisar o pedido formulado pelo TCU e apresentar suas razões ao tribunal. 
(Com Estadão Conteúdo)

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