sábado 10 2012

Astrônomos encontram planeta em área que pode oferecer condições à vida


Espaço

A "apenas" 42 anos-luz, planeta recém-descoberto encontra-se na chamada zona habitável da estrela HD 40307

superterra 40307g terra
Com sete vezes a massa da Terra, o candidato a planeta 40307g está na zona habitável de sua estrela (J. Pinfield, RoPACS network, University of Hertfordshire)
Astrônomos europeus afirmam ter encontrado o que pode ser um planeta reunindo as condições necessárias para a existência de vida. Uma super-Terra (planeta extrassolar com uma massa maior do que a do planeta Terra), o HD 40307g tem uma massa mínima de sete vezes a terrestre. O HD 40307g ainda é um candidato a planeta e, portanto, precisa ser confirmado em futuras observações.
Para os padrões de distância da astronomia, pode-se dizer que o HD 40307g é uma espécie vizinho, pois está a apenas 42 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Pictor. Os resultados foram publicados no periódico Astronomy and Astrophysics.
Em 2008, pesquisadores já tinham anunciado a descoberta de três planetas orbitando a estrela HD 40307, ligeiramente menor e menos brilhante do que o Sol. O problema é que nenhum dos corpos avistados à época estava na chamada zona habitável, região do sistema onde a temperatura não é tão quente nem tão fria, permitindo a existência de água no estado líquido. Uma nova análise dos dados empreendida por cientistas das universidades de Hertfordshire (Reino Unido) e Goettingen (Alemanha) encontrou outros três planetas, sendo que o mais afastado da estrela, justamente o HD 40307g, encontra-se na distância equivalente a pouco mais da metade da distância entre o Sol e a Terra (ou 90 milhões de quilômetros).
Se estivesse em nosso Sistema Solar, possivelmente essas coordenadas inviabilizariam a vida no planeta recém-descoberto pelas altas temperaturas. Mas, apesar da proximidade, estima-se que o novo planeta receba algo em torno de dois terços da luz que a Terra recebe do Sol, justamente pelo menor tamanho da estrela HD 40307. 
Outro aspecto importante observado pela equipe das duas universidades é que o planeta parece ter um movimento de rotação em torno do seu próprio eixo. Isso é importante porque alguns corpos, quando próximos de um objeto muito maior, acabam presos em um efeito chamado acoplamento de maré (como se ficassem ‘travados’ pela atração gravitacional). Dessa forma, apenas uma face do corpo ficaria voltada para a estrela, fazendo com que metade do planeta estivesse eternamente mergulhada em noite. Como parece girar em torno de seu próprio eixo, é possível que no HD 40307g existam intervalos entre dias e noites, como ocorre na Terra.  
Nova geração — O ano nesse planeta é calculado em cerca de 200 dias. Ainda não se sabe se o HD 40307g tem uma estrutura rochosa como a da Terra, outra condição para a ocorrência de condições à vida. "Precisaríamos saber ao menos a densidade do planeta para tentar estimar qual a sua estrutura, se rochosa ou gasosa", diz Jorge Meléndez, astrofísico da Universidade de São Paulo.
"Descobertas como esta são realmente empolgantes e esse sistema será um alvo natural para mais observações quando uma nova geração de grandes telescópios estiver em funcionamento", conclui David Pinfield, um dos autores do estudo.

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