sexta-feira 15 2012

Forrest Gump



Forrest Gump, O Contador de Histórias

Forrest Gump é um homem muito especial, mas é considerado estúpido por todos que o conhecem, ele é na verdade apenas uma pessoa ingênua que vê o mundo por uma perspectiva diferente. Forrest Gump acidentalmente participa de alguns dos momentos mais importantes da história recente dos Estados Unidos - Guerra do Vietnã, Caso Watergate, entre outros - enquanto tenta ir atrás do grande amor de sua vida. Sua história é contada com drama e bom humor em iguais proporções, surpreendendo o espectador a cada cena.
"Corra, Forrest, corra!"
"Posso não ser inteligente; mas sei o que é amar..."
"Mamãe sempre dizia que a vida é como uma caixa de bombons, você nunca sabe o que vai encontrar".
"Você pode não acreditar, mas posso correr como o vento!"
"Idiotas são os que fazem idiotices"
.
Quarenta anos da história dos Estados Unidos, vistos pelos olhos de rapaz com QI abaixo da média, Forrest Gump (Tom Hanks, em interpretação que ganhou o Oscar merecidamente) é um protagonista pouco comum. Ele é o centro gravitacional do filme; todas as cenas giram em torno da reação dele aos acontecimentos à sua volta. Gump tem QI de 75 – ou seja, é tecnicamente retardado – e filtra o mundo com olhos de criança. Para Forrest Gump, o mundo é de uma simplicidade desconcertante. Ele não vê a complexidade do que significa ser humano. Sua alma é pura, e ele basicamente age de acordo com os impulsos físicos e emocionais mais básicos. O homem é pura emoção. Sua pureza é contagiante e provoca um choque tão grande na platéia que é impossível deixar de admirá-lo.
O truque de Robert Zemeckis é mostrar o mundo feio e sujo em que habitam os amigos, colegas e parentes de Forrest Gump do ponto de vista dele. Sempre que há tristeza, dor e agonia, lá está Forrest Gump. Dessa forma, o espectador está sempre colocado no mesmo ponto de vista dos personagens que contracenam com Forrest Gump. Eles são uma galeria interessante. Há Jenny (Robin Wright Penn), amiga de infância e paixão platônica do herói, que sempre faz a coisa errada e se afunda cada vez mais em problemas. Há o tenente Dan (Gary Sinise), oficial do Exército que vive sob o peso de ter uma família de heróis de guerra. Há a mãe superprotetora (Sally Field). São personagens adoráveis. 
Zemeckis soube filmar o ótimo roteiro de Eric Roth com uma leveza insuspeita, transformando um minucioso estudo da história norte-americana recente (entre as décadas de 1950 e 1980) em uma história leve, agradável e engraçada. O grande trunfo de Robert Zemeckis foi a possibilidade de uso de uma tecnologia então inédita, que permitiu inserir digitalmente a imagem de Tom Hanks dentro de filmes antigos, de forma que Forrest Gump aparece contracenando com personalidades reais, como John Kennedy e John Lennon, e tomando parte de eventos históricos reais.
Algumas gags inspiradas nessa técnica são incomparáveis. Em uma delas, o pequeno Forrest Gump, que usa muletas para caminhar devido a um defeito nas pernas, começa a dançar de forma estranha e acaba influenciando um jovem violonista do Mississipi a balançar seus quadris – e a se tornar alguém chamado Elvis Presley. Em outro momento engraçado, uma entrevista de Forrest Gump na TV sobre uma visita à China inspira John Lennon a compor o hino “Imagine”.
É um excelente exemplo de como a tecnologia digital pode ser utilizada a favor do filme, uma mera ferramenta do ato de contar uma história de forma visual, sem conspurcar a verdadeira peça de excelência de um filme, que é o roteiro. Filmes, afinal de conta, não deixam de ser, fundamentalmente, boas histórias. E isso, inegavelmente, “Forrest Gump” é. Uma história de fé no ser humano. E um grande exemplo de direção cinematográfica discreta e eficiente.
O filme ganhou 6 Oscars: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Tom Hanks), Melhor Roteiro Adaptado, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Montagem.
 Além disto, foi indicado em outras 7 categorias: Melhor Ator Coadjuvante (Gary Sinise), Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Sonoros, Melhor Trilha Sonora, Melhor Maquiagem, Melhor Direção de Arte e Melhor Som.
Com apenas 5 anos de idade e uma ponta já no final do filme aparece Haley Joel Osment, que, 6 anos depois, seria indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, por sua atuação em O Sexto Sentido.
O filme estreou no Brasil em agosto de 1994 e permaneceu em cartaz até meados de abril do ano seguinte.

Forrest Gump
- 1994 -
Forrest Gump, O Contador de Históriashttp://viagemusical-trilhas.blogspot.com.br/2008/05/forrest-gump.html

Nenhum comentário: