sábado 30 2015

Justiça bloqueia R$ 137,5 milhões da empreiteira Mendes Junior

Sergio Cunha Mendes, da Mendes Júnior, investigado na Operação Lava Jato da Polícia Federal em foto de 2012
Sergio Cunha Mendes, da Mendes Júnior, investigado na Operação Lava Jato(Adi Leite/Valor/Agência o Globo)
A Justiça Federal do Paraná determinou nesta sexta-feira o bloqueio de 137,5 milhões de reais do Grupo Mendes Junior, suspeito de atuar no escândalo do petrolão como uma das empreiteiras que agia no esquema de fraudes em contratos com a Petrobras e na distribuição de propina a políticos e agentes públicos. O bloqueio de bens faz parte da ofensiva do Ministério Público para tentar reaver, por meio de uma série de ações civis públicas de improbidade administrativa, os bilhões de reais retirados dos cofres da estatal.
Além da empreiteira, já foram alvo de bloqueio de bens outras empresas do Clube do Bilhão, como a OAS, a Engevix, Galvão Engenharia e Camargo Corrêa. Na decisão de hoje, os valores tornados indisponíveis nos cofres da Mendes Junior equivalem a 1% do total dos contratos firmados entre as empresas do grupo - Mendes Júnior Participações S/A, da Mendes Júnior Trading e Engenharia S/A - e a Petrobras no período em que as empresas fizeram parte do esquema criminoso. O bloqueio também atinge o ex-vice-presidente executivo da trading, Sergio Cunha Mendes, o ex-vice-presidente corporativo Ângelo Alves Mendes e os ex-funcionários Rogério Cunha de Oliveira, Alberto Elísio Vilaça Gomes e José Humberto Cruvinel Resende.
O bloqueio de ativos das empreiteiras ocorre ao mesmo tempo em que o Ministério Público tem apresentado ações civis para responsabilizar as empresas e seus dirigentes pelos crimes do esquema do petrolão. A Justiça ainda vai analisar o mérito do pedido de condenação dos executivos da Mendes Junior. Nesta quinta-feira, foi aberta a primeira ação de improbidade administrativa envolvendo uma empreiteira do Clube do Bilhão: a Engevix.
Apenas em relação a este processo que envolve o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e a Engevix, o MP apresenta pedido para que as duas empresas e os empregados ligados à construtora paguem danos morais coletivos no valor de 384,8 milhões de reais, além de serem condenados solidariamente a desembolsar outros 38,4 milhões de reais.

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