quarta-feira 03 2014

Brasil fica em 69º lugar em ranking mundial de corrupção

Transparência

Relatório da Transparência Internacional avaliou 175 países. ONG citou o Brasil como um exemplo da estagnação na luta contra a corrupção na América Latina

Manifestantes realizaram protestos contra a corrupção durante a partida entre Japão e México, no sábado (22)
Torcedor brasileiro protesta contra a corrupção em estádio (Ueslei Marcelino/Reuters/VEJA)
O Brasil ficou em 69º lugar, entre 175 países, no ranking mundial da corrupção elaborado pela ONG Transparência Internacional. Segundo o relatório divulgado nesta quarta-feira, o país obteve 43 pontos no índice que mede a percepção da corrupção. A escala vai de 0 (extremamente corrupto) a 100 (muito transparente). O resultado representa uma melhora de três posições em relação ao ranking do ano passado, quando o país ficou na 72ª colocação, mas mantém o Brasil no grupo de alerta, composto pelas nações que não conseguiram alcançar 50 pontos – metade da pontuação máxima.

O país divide a 69ª posição com Bulgária, Grécia, Itália, Romênia, Senegal e Suazilândia. A Dinamarca manteve a liderança da lista, com 92 pontos, seguida pela Nova Zelândia (91 pontos) e pela Finlândia (89 pontos).  A Coreia do Norte e a Somália estão empatadas no posto de país mais corrupto do mundo, com apenas 8 pontos cada. Na América do Sul, o Brasil teve o terceiro melhor desempenho. Chile e o Uruguai foram considerados os mais transparentes do continente, dividindo a 21ª posição geral, com 73 pontos cada. Os países sul-americanos considerados mais corruptos foram a Argentina (107º com 34 pontos), o Paraguai (150º com 24 pontos) e a Venezuela (161º com 19 pontos).

Estagnação – Em sua análise sobre os resultados da América Latina, a Transparência Internacional avalia que, embora os índices da região não tenham piorado, houve uma estagnação. "Grandes esquemas de corrupção envolvendo indivíduos nos altos escalões do poder e a falta de punição aos corruptos continuam a prevalecer nas Américas", destaca a ONG.

O relatório cita Brasil e México (103º com 35 pontos) como exemplos dessa falta de progresso na luta por transparência e lista grandes escândalos recentes nos dois países: o propinoduto na Petrobras e o desaparecimento de 40 estudantes na cidade mexicana de Iguala. "Esses dois países, ao invés de fazer um uso positivo de sua influência como líderes geopolíticos, mostram sinais de estagnação e até retrocesso ao permitir o abuso de poder e o desvio de recursos em benefício de poucos", analisa a ONG.

O índice – Criado em 1995, o Índice de Percepção da Corrupção é uma projeto anual da ONG Transparência Internacional que classifica os países de acordo com o nível de corrupção que se percebe nos governos de cada um. O índice é montado combinando pesquisas internacionais de diversas entidades especializadas no setor. Segundo a ONG, escolheu-se montar uma classificação subjetiva, baseada em níveis percebidos e aparentes, porque a corrupção é uma prática que não deixa dados empíricos sólidos para serem analisados.

(Com agência EFE)

 

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