quarta-feira 20 2014

MP investiga grupo que ajudava Roger Abdelmassih

Justiça

Promotores descobriram que o médico vivia no Paraguai após a apreensão de documentos em uma fazenda de laranja em Avaré, no interior de São Paulo

Mariana Zylberkan
O ex-médico Roger Abdelmassih, 70, foi preso nesta terça-feira (19) em Assunção, capital do Paraguai. Segundo a Polícia Federal (PF), ele foi encontrado por agentes ligados à Secretaria Nacional Antidrogas do governo paraguaio, com apoio da PF
O ex-médico Roger Abdelmassih, 70, foi preso nesta terça-feira (19) em Assunção, capital do Paraguai. Segundo a Polícia Federal (PF), ele foi encontrado por agentes ligados à Secretaria Nacional Antidrogas do governo paraguaio, com apoio da PF - Secretaria Nacional De Antidrogas do Paraguai/EFE
O Ministério Público de São Paulo investiga uma rede de pessoas que ajudou o médico Roger Abdelmassih, preso nesta terça-feira no Paraguai, a fugir do país e permanecer na clandestinidade desde 2011. Segundo o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Marcio Elias Rosa, os acusados irão responder pelos crimes de falsidade ideológica e material e lavagem de dinheiro. Como o processo corre em segredo de Justiça, os nomes dos investigados permanecem em sigilo.

Capturado na cidade de Assunção, o médico está na carceragem da Polícia Federal na cidade paranaense de Foz do Iguaçu e será transferido para São Paulo nesta quarta-feira. Em seguida, ele será transferido para uma unidade prisional que vai ser definida pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Segundo o promotor Luiz Henrique Cardoso Dal Paz, é possível que Abdelmassih seja encaminhado para a Penitenciária de Tremembé, no interior paulista, onde já cumpriu pena.
Segundo Elias Rosa, os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Bauru (SP) descobriram que o médico estava vivendo em Assunção após uma apreensão de documentos em uma fazenda de laranja em Avaré (SP), que já havia sido de propriedade de Abdelmassih. A propriedade foi negociada pelo médico anos antes, mas a sede permaneceu em seu nome.
No fim de maio, os promotores descobriram que o Abdelmassih estava prestes a se mudar para a sede da fazenda e entraram na propriedade com um mandado de busca e apreensão. Não foi encontrado nenhum indício de que o local era realmente habitado – por isso, os promotores desconfiaram que Abdelmassih usava o local como ponto de apoio para a movimentação de empresas de fachada e lavagem de dinheiro. A partir de documentos e informações coletadas na fazenda, o MP compartilhou as provas com a Polícia Federal, que chegou ao paradeiro do homem mais procurado do Estado de São Paulo nesta terça-feira. 

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