domingo 22 2014

MTST ergue 600 barracos em 12 horas em São Paulo

Cidades

Sem-teto invadem terreno no Morumbi para pressionar vereadores e prefeitura pela aprovação de áreas para moradia popular no Plano Diretor da capital

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam um terreno na madrugada da última sexta feira (20), no Portal do Morumbi, zona sul da capital
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam um terreno na madrugada da última sexta feira (20), no Portal do Morumbi, zona sul da capital  (Marco Ambrosio/Folhapress)
A mais nova invasão do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) na capital paulista, um terreno no Portal do Morumbi, Zona Sul, já tem cerca de 600 barracas montadas. Cerca de 800 sem-teto chegaram em catorze ônibus no local. Eles prometem mais invasões, caso a Câmara Municipal adie novamente a votação no novo Plano Diretor.
"Essa ocupação é um protesto contra a demora na aprovação do Plano Diretor. Quanto mais os vereadores demorarem a votar, mais vamos ocupar", disse Ana Paula Ribeiro, uma das coordenadoras nacionais do MTST. Segundo Ana Paula, a aprovação do projeto que reordena o crescimento da cidade pelos próximos dezesseis anos não fará com que as famílias deixem o local. "Queremos que essa área seja considerada zona de interesse social, para a construção de moradias populares." Apesar de não ter data definida, a votação pode ocorrer nesta semana.
O terreno invadido fica na Rua Doutor Luís Migliano, que liga as Avenidas Giovanni Gronchi e Francisco Morato e é rota para o Cemitério da Paz. No local, o valor médio do metro quadrado é de 8.000 reais e os apartamentos mais luxuosos chegam a 1,5 milhão de reais. Ao lado da nova invasão, está em construção um condomínio residencial com unidades de até 243 m².
Na página oficial do MTST, a região é classificada como um local onde a "especulação imobiliária se alastra como epidemia, tendo efeitos perversos, como o aumento desenfreado e abusivo dos aluguéis, levando à expulsão de famílias para bairros com menos estrutura."
No entorno do terreno, prédios comerciais e residenciais de classe média alta dividem espaço com barracos da Favela da Vila da Praia. Parte dos moradores da comunidade, segundo o movimento, participa da ocupação, assim como famílias das comunidades Olaria e Viela da Paz.

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