sexta-feira 07 2014

Pizzolato registrou em cartório pedido para manter a morte dele em sigilo


Documento pedia que não fossem realizados velórios, homenagens ou missa de sétimo dia


Ana D'Angelo - Correio Braziliense
Publicação: 07/02/2014 07:35 Atualização:

Cópia do testamento registrado no 19º Ofício de Notas do Rio (Reprodução)
Cópia do testamento registrado no 19º Ofício de Notas do Rio
Em 24 de abril de 2009, Henrique Pizzolato, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil condenado a quase 13 anos de prisão no processo do mensalão, fez um testamento público com um pedido para praticamente manter a sua morte em segredo. Nele, diz para não se realizar “velório, homenagens nem missa de sétimo dia”. Pede ainda que não seja feita “nenhuma divulgação da sua morte, comunicado ou anúncio de seu falecimento”. A justificativa foi de que não deseja que “pessoas fiquem enlutadas ou tristes”. Seu corpo deve ser cremado o mais rápido possível. E a cinzas jogadas ao mar, diz o documento.

Esse testamento, lavrado no 19º Ofício de Notas do Rio de Janeiro, então no Centro do Rio (hoje funciona na Barra da Tijuca), foi mais um ato do planejamento minucioso da fuga iniciado em 2006, como revelou o Correio no último domingo, quando Pizzolato começou a venda e transferência de quase todos os 11 imóveis conhecidos em seu nome.

No testamento, Pizzolato deixa para a mulher, Andrea Haas, a totalidade dos bens, incluindo dinheiro e outros valores que possuir à época da sua morte, respeitada a parte legal que cabe ao pai dele, hoje com 85 anos. Pizzolato lista, no entanto, como bem apenas a cobertura da Avenida Domingos Ferreira, em Copacabana, avaliada em quase R$ 4 milhões atualmente. Andrea ficará também com a pensão das aposentadorias Da Previ (o fundo de pensão dos funcionários do BB) e do INSS, que totalizam hoje em torno de R$ 20 mil.

Em 2009, Pizzolato já tinha vendido e transferido quase todos os imóveis, mas manteve a cobertura no nome dele para não chamar a atenção sobre uma possível fuga. Os primeiros foram negociados em 2006. No início daquele ano, ele se separou da mulher, Andreas, apenas no papel, para formalizar judicialmente a partilha de bens. Com isso, ele transferiu para o nome dela três dos quatro imóveis mais valiosos que ele tinha: um apartamento duplex também em Copacabana, de cerca de R$ 2,5 milhões, uma casa de alto padrão em Florianópolis (de R$ 2,5 milhões) e um apartamento também na capital catarinense de R$ 800 mil. 

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