sexta-feira 13 2013

Como os partidos tratam seus corruptos


Do arrependimento sincero ao cinismo, passando pela discrição envergonhada, os partidos reagem de forma diferente quando um de seus filiados é flagrado em atos de corrupção. Nenhum deles, entretanto, age com a desfaçatez do PT

DEM

Expulsou do partido dois de seus principais expoentes nos últimos anos: o então governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, em 2009, e o então senador Demóstenes Torres, no ano passado. Ambos foram flagrados mantendo contatos nada republicanos com criminosos. E tiveram de deixar o DEM antes mesmo da abertura do processo de cassação.

PSDB

Não passa de um cálculo pragmático, mas já é alguma coisa: os tucanos cogitam expulsar o deputado Eduardo Azeredo (MG), principal réu no processo do valerioduto mineiro. Azeredo era presidente da sigla quando entrou em operação o esquema financeiro que abasteceu o caixa dois eleitoral da sigla em Minas Gerais, em 1998. De lá para cá, Azeredo perdeu grande parte da influência que possuía.

PR

A tuma de Valdemar Costa Neto assumiu ter agido à margem da lei no caso do mensalão. O deputado paulista tem dido que quer pagar pelos seus crimes. O PR não puniu seus envolvidos no episódio; mas, por outro lado, nunca tentou transformar seus mensaleiros em mártires injustiçados.

PP

O senador Ivo Cassol (PP-RO) tem uma condenação na mais alta corte brasileira: o Supremo Tribunal Federal. O partido não toca no assunto, e é pouco provável que vá expulsá-lo. Ao mesmo tempo, a sigla não fez ataques ao STF nem tenta transformar vícios em virtudes.
 

PMDB

Mesmo para o PMDB de Renan Calheiros, José Sarney e Jader Barbalho, há um limite intransponível: quando o Supremo Tribunal Federal decretou a prisão do deputado Natan Donadon (RO), o partido tratou de expulsá-lo da legenda. Aparentemente, só o PT convive bem com a ideia de ter alguns de seus representantes na cadeia.

PT

O caso do mensalão deixou claro como o partido trata seus criminosos: como companheiros a serem defendidos. José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha receberam a solidariedade explícita dos principais nomes da legenda. Para o PT, o único pecado imperdoável é a desobediência aos dogmas do partido. Entre os poucos parlamentares expulsos da sigla ao longo da história, estão dois deputados federais que se posicionaram contra a descriminalização do aborto: Luiz Bassuma (BA) e Henrique Afonso (AC).

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