quarta-feira 13 2013

Depois do susto, Rio alivia pressão sobre royalties


Petróleo

Base do governador Sérgio Cabral na Assembleia Legislativa do estado retira da pauta projeto sobre taxação da atividade petroleira; governo volta a pagar

Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
Sérgio Cabral, governador do Rio, na formatura de policiais militares
Sérgio Cabral, governador do Rio, na formatura de policiais militares (Divulgação)
A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) tirou da pauta desta terça-feira a apreciação do veto do governador Sérgio Cabral ao projeto de lei que criaria uma taxa de controle, monitoramento e fiscalização das atividades relacionadas ao petróleo. Cabral vetou o texto no ano passado, mas, diante da derrota do Rio no Congresso Nacional, na questão da redistribuição dos royalties, a maioria da assembleia estava disposta a derrubar a decisão do governador. O movimento, articulado pela base aliada e em sintonia com o governador, tomou agora o rumo da prudência. O Executivo entende que uma aprovação das novas normas poderia levar o Supremo Tribunal Federal (STF) a interpretar que o Rio “resolveu seus problemas” e, assim, não haveria necessidade de derrubar a decisão do Congresso.
A estratégia do Rio foi a de, primeiro, causar impacto com a repercussão das decisões extremas – como suspensão de pagamentos e criação de dificuldades para a indústria do petróleo. A segunda fase do movimento, iniciada agora, é a de aliviar a pressão para conseguir no STF uma decisão contrária à redistribuição dos recursos de campos já licitados.
“O momento é de calma e bom senso. As iniciativas que podemos tomar na Alerj só passariam a valer em 2014. Então, não faz diferença votarmos agora ou um pouco mais à frente”, explica o líder do PT na assembleia, André Ceciliano, autor do projeto tirado de pauta nesta terça, que taxaria as petroleiras. Em um estudo feito pelo deputado, tomando como base a produção de dezembro de 2011, a taxa geraria cerca de 6,9 bilhões de reais anuais.
Outro sinal de que o Rio começa a agir menos com o fígado foi a decisão de Cabral de liberar os pagamentos das áreas da educação e saúde no próximo dia 18 de março. A primeira reação do governador, depois de o Congresso derrubar o veto de Dilma Rousseff à redistribuição dos royalties e participações especiais de poços leiloados, foi a de suspender todos os pagamentos do estado, com exceção dos servidores públicos. A medida deveria valer até que o STF julgasse a constitucionalidade da nova lei.

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