sexta-feira 23 2012

Discurso de presidente da OAB traz um acerto e dois erros importantes


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O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, disse uma coisa certa e disparou duas bobagens em seu discurso de saudação a Barbosa. O acerto está diretamente ligado à sua profissão; um dos erros é fruto do desconhecimento, e o segundo é matéria de convicção, a despeito dos fatos e da lógica.
Vamos ao aspecto positivo. O presidente da OAB se referiu ao mensalão — falou em “Ação Penal 470” —, destacando que o julgamento despertou os brasileiros para a importância da ética na política. Afirmou com todas as letras: “Ninguém está acima da lei (…). Quem infringe a lei deve responder por seus atos”. Foi aplaudido.
Agora as tolices. Ophir saudou na pessoa de Joaquim Barbosa o triunfo do “multiculturalismo” no Brasil. Doutor Ophir deixa claro, assim, que ignora o significado dessa palavra. Por que o fez? Porque Joaquim é negro? Sim, ele é. Mas a sua trajetória, a sua formação intelectual, os valores que professa na Corte, toda a sua atuação, enfim, expressa os valores de uma cultura: a que é genericamente reconhecida como ocidental e democrática, pouco importa a cor de sua pele.
Ophir defendeu ainda o financiamento público de campanha eleitorais como instrumento para evitar que crimes como o mensalão se repitam. Não dá!
Reitere-se: a) o mensalão não se resumiu à prática do financiamento ilegal de campanhas; isso é uma farsa inventada pelo PT; b) nada impede o caixa dois nas campanhas mesmo com o financiamento público. A proibição, diga-se, das contribuições privadas só fazia aumentar o dinheiro ilegal que circula na política e entre os políticos.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/discurso-de-presidente-da-oab-traz-um-acerto-e-dois-erros-importantes/

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