quarta-feira 07 2012

BARACK OBAMA


O presidente americano Barack Obama
Barack Obama quer que o processo de ajuste fiscal comece imediatamente (Jim Watson/AFP)

O presidente reeleito repetiu ao longo da companha que seu antecessor, George W. Bush, foi o culpado pela crise econômica que devastou os Estados Unidos em 2008 e 2009. Segundo Obama, o afrouxamento da regulação do mercado de capitais foi o principal ingrediente que permitiu o surgimento da crise imobiliária. Na avaliação de Robert Wood, da Economist Intelligence Unit (EIU), a vitória do democrata corresponde a um fortalecimento institucional. “Se o Romney ganhasse e os republicanos controlassem o Senado, a regulação, especialmente ambiental e financeira, andaria para trás”, afirmou.
Para o professor Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios, a vitória de Obama mostra-se positiva para a economia mesmo que envolva o aumento de impostos para os mais ricos. “Obama é mais consciente dos problemas, embora a população ainda não esteja completamente disposta a aceitar cortes de gastos e aumento de impostos”, falou.
Na avaliação dele, com o envelhecimento da população, é possível que o corte de gastos mostre-se, com o passar do tempo, cada vez mais difícil. Por isso, segundo ele, o aumento de impostos acabará por ser uma das únicas alternativas para o governo americano aumentar a arrecadação no curto e médio prazo. Atualmente, o cidadão americano paga, em média, 25% de imposto contra 36% do Brasil.
Ressaca – Rafael Santos, economista do Banco Central do Brasil (BC), acredita que o discurso de Obama e o que ele tem feito até agora mostram que sua política é mais sustentável no longo prazo que a proposta por Romney. O ponto fundamental é que o democrata parece se preocupar mais em fazer uma reforma fiscal e reduzir sua gigantesca dívida para, só depois, a economia ter bases consistentes para crescer. Já seu opositor quer dar um impulso econômico no curto prazo, custe o que custar, que pode significar uma “ressaca” ou até outra onda de crise.
Congresso – Contudo, nem Obama nem Romney têm o apoio necessário do Congresso para aprovar inteira e rapidamente suas propostas. Zeina Latif, consultora de economia internacional independente, acredita que ambos os candidatos devem aprovar medidas mais pragmáticas, especialmente, no campo fiscal. "Na prática, não acredito em grandes divergências. A piora das contas públicas e o quadro de baixo crescimento vão exigir pragmatismo. Há limites consideráveis tanto para aumento de gastos quanto para cortes. Além disso, ambos irão enfrentar a trava do Congresso, com um Senado democrata e uma Câmara republicana. Isso significa grande resistência a reformas”, explica.

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