segunda-feira 02 2012

Mobiliário do Copacabana Palace vai a leilão nesta terça-feira



Os lances para as 1.040 peças – que incluem de sofás e poltronas a tapetes, cortinas e aquarelas - podem ser feitos até por telefone

02 de julho de 2012 | 23h 15
Heloisa Aruth Sturm, do Rio - O Estado de S.Paulo
Que tal levar um pouco do glamour do Copacabana Palace para casa? Nesta terça-feira, 03, devem ir a leilão 1.040 peças do mobiliário que durante anos fez parte da decoração de um dos hotéis mais luxuosos do País, que ficará em reforma nos próximos meses.
Peças foram colocadas em um dos salões do hotel - Fábio Motta/AE
Fábio Motta/AE
Peças foram colocadas em um dos salões do hotel
O projeto do arquiteto francês Michel Jouannet - orçado em R$ 30 milhões - prevê reformulação de 90 banheiros e 60 quartos, além da entrada do prédio. "Nós sempre reverenciamos nossa história, mas também pensamos no futuro, nos novos hóspedes, nos filhos e netos das pessoas que se hospedaram ou moraram aqui", diz a diretora de relações públicas, Cláudia Fialho.
A ideia inicial era fazer um "garage sale", com preços pré-estipulados e venda por ordem de chegada. Mas a procura acabou sendo tão grande que decidiram organizar o leilão. "A venda de garagem seria muito complicada porque há muitos pretendentes", disse a marchand e organizadora Soraia Cals. "Montamos cerca de 270 lotes como se fossem quartos decorados. Se não houver interesse, venderemos as peças individualmente."
Até a semana passada, o mobiliário ainda estava em uso, inclusive em quartos usados por delegações e chefes de Estado que se hospedaram ali na Rio+20, como o príncipe Albert II, de Mônaco.
Além dos sofás, poltronas, cabeceiras, mesas, cômodas e luminárias, estarão à venda também tapetes, cortinas, toalhas e reproduções fotográficas de gravuras, afrescos, projetos arquitetônicos e de aquarelas - incluindo 6 do francês Jean-Baptiste Debret, pintor integrante da Missão Artística Francesa que chegou ao Brasil em 1816, a pedido da família real, para instalar o ensino das Artes Plásticas no País.
Não haverá preço mínimo para os itens, mas é possível dar lances por telefone.
Os móveis em si não chegam a ser valiosos no mercado de antiguidades. Em março, Soraia estipulou o valor de algumas peças entre R$ 800 e R$ 1,5 mil. Mas os itens têm grande valor sentimental para ex-hóspedes e devem ser disputados também por fãs de famosos que circularam por ali - embora o hotel não vá divulgar que celebridade usou o quê.
Segundo Cláudia, na lista de possíveis compradores há dono de pousada e gente com ligação afetiva com o hotel, como ex-moradores e casais que passaram ali a noite de núpcias. "É uma forma de manterem um pouco da alma e do espírito do Copa". 

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